A noite chegava, e pelos corredores das muralhas, os guardas não falavam de outra coisa. Comentavam, entre risos e sussurros, sobre a princesa: elogiavam sua beleza impecável, sua educação refinada, sua postura digna de rainha. Diziam que o príncipe era um sortudo por se unir a alguém tão perfeita — uma aliança que traria ainda mais prestígio e poder para o reino. Na cela úmida, a jovem ouvia cada palavra como punhal. Seu coração, que um dia tentou se abrir para o amor, agora voltava a se enegrẹcer. A raiva pulsava, consumindo tudo por dentro. Dias, meses, anos se arrastaram. Torturas intermináveis, fome, correntes, humilhações. Mas nada mais a feria como antes. Nenhum corte, nenhuma corrente doía mais do que a traição, o abandono e sua falta de liberdade. Então o Rei, velho e satisfeito com sua “justiça”, decidiu libertá-la. Seria seu último ato antes de abdicar do trono para que o filho governasse. Conduzida para fora da cidade, pelo caminho estreito de um bosque, a jovem, exaust

P.D.V de Kayla Eu fico perplexa com o tanto de coisas que aconteceram em tão poucas horas. Mas, agora que o efeito da adrenalina passa, o cansaço vem como uma avalanche — e tudo o que eu mais quero é a minha cama. Ivy se aproxima e, como quem quer reafirmar que está do meu lado em qualquer situação, me abraça de lado. Então se inclina, com aquele jeito dela, para cochichar algo que me faz corar na mesma hora. Essa minha amiga não tem vergọnha mesmo. — Kayla, eu preciso urgentemente fazer a cerimônia pra poder acasalar com o Ethan. Não aguento mais só línguas e dedos. Preciso de algo maior! Eu sei que ela faz isso de propósito — pra me distrair, pra me provocar, pra me arrancar um sorriso. E consegue. Ela sabe que Kaiden e eu já nos aventuramos uma vez e adora me ver sem graça. Retribuo com um sorriso cúmplice, porque no fundo sinto a mesma urgência crescer a cada dia. Mas tanto ela quanto eu sabemos que precisamos resolver algumas coisas antes de dar o próximo passo. Quando o cé

P.D.V de James Enquanto analiso os dados, um sorriso de satisfação se insinua em meu rosto. O sangue do feto que Stella carrega realmente possui a capacidade de corrigir os defeitos genéticos nos meus filhos — e mais do que isso: tem o potencial de transformar humanos comuns em lobisomens. Perfeito. Nos meus filhos, o composto leva um pouco mais de tempo para agir, mas em humanos e em lobos já transformados, a resposta tem sido imediata. Os resultados são promissores. Após incontáveis experimentos, fiz duas descobertas particularmente fascinantes. A primeira: meu sangue, combinado ao de Stella e potencializado pela pedra lunar, gera um efeito extraordinário. Consegui infundir uma dessas pedras com nosso material genético e, com isso, criei um colar que, surpreendentemente, é capaz de controlar criaturas — humanas e sobrenaturais. O mais interessante é que apenas eu consigo ativar esse controle. Absoluto. A segunda descoberta veio enquanto eu trabalhava no processo de infusão da ped

P.D.V de Íris Cheguei à cabana. Estava abandonada, suja, ainda mais decrépita do que me lembrava. Era estranho o tipo de sensação que aquele lugar me despertava. Voltei aqui duas vezes depois de tudo o que aconteceu — depois de, teoricamente, perder meu filho e o vínculo com uma filha que nem sequer sabia onde estava. Naquela época, eu havia tomado uma decisão: carregaria o vazio e o nada comigo para onde fosse. Queria refletir no mundo a escuridão que havia tomado conta da minha alma.Comecei a arrumar algumas coisas, sem muita pretensão. E, por incrível que pareça, o lugar começou a ganhar alguma forma. Ficou mais apresentável. Os dias passaram, e a dúvida me corroía. O que exatamente eu estava fazendo aqui? O que iria acontecer? Será que aquela mulher havia mentido para mim mais uma vez? Minha mente transbordava incertezas, mas meu coração palpitava com uma ansiedade incontrolável — ansiava por conhecê-los, por acreditar que era tudo verdade.Após quase duas semanas de espera, ouv

P.D.V de John Após os beijos, os abraços, o cheiro dela ainda dançava nas minhas narinas. Meu corpo tremia, e não era só nervosismo — era o chamado da alma. Na minha tribo, não podemos tocar outra mulher que não seja nossa alma gêmea. O celibato é uma promessa de sangue. Sagrada. E quando o momento finalmente chega, marcamos nossas parceiras, e somos marcados por elas. Mas com ela, tudo era diferente. Eu não sabia como seria. Ela não era da tribo sequer ela era uma loba. E mesmo assim tudo em mim a reconhecia. Sentia suas mãos explorando meu corpo como se cada centímetro tivesse sido feito para ela. Onde tocava, a pele queimava — não de dor, mas de desejo, pertencimento. Meu lobo Helionox, inquieto, . Ele sentia. Ele sabia. Ele estava ali, olhando tudo agora em sua forma espiritual. Ele já tinha se mostrado para sua parceira, se apresentado e sido aceito. Ela me guiava com naturalidade, até nos aproximarmos do ponto que eu e o Beta usávamos como vigília. Ela parou, observou o am