Duas semanas depoisA manhã de sábado nasceu clara e quente. O sol atravessava as cortinas brancas da sala de estar, espalhando uma luz suave e acolhedora que banhava cada canto da cobertura. O ar tinha cheiro de café fresco, bolo de baunilha e pão assando no forno, cortesia de Emma, que havia passado as últimas horas na cozinha, empenhada em fazer daquele dia algo especial.No sofá, com um travesseiro macio apoiado cuidadosamente na lateral do abdômen, Evan estava sentado. A recuperação seguia lenta, cada movimento ainda exigindo esforço, mas seus olhos azuis tinham um brilho que ninguém via há muito tempo. A cicatriz ainda estava protegida por um curativo, e a camiseta branca caía larga sobre o corpo, deixando-o com um ar despreocupado, quase relaxado.Ao lado dele, Irina cortava frutas com delicadeza, observando-o de soslaio de tempos em tempos, como se quisesse ter certeza de que ele estava bem. O cabelo loiro solto caía pelos ombros, e o vestido leve acompanhava seus movimentos s

O quarto estava impregnado pelo cheiro quente de sexo, misturado ao vapor que ainda escapava do banheiro. Os corpos de Evan e Irina permaneciam entrelaçados sobre os lençóis amassados, a respiração dos dois pesada, entrecortada, como se tivessem acabado de travar uma guerra da qual nenhum quis sair vencedor.Evan mantinha o rosto colado à nuca dela, os lábios preguiçosos distribuindo beijos suaves na pele úmida. As mãos grandes acariciavam lentamente a cintura e a curva do quadril, como se quisesse memorizar cada detalhe.— Porra, pequena… — murmurou, com a voz rouca, ainda embriagada de prazer. — Você me deixa sem forças e, ao mesmo tempo, me dá vida.Irina suspirou, virando-se de frente para ele. Os olhos ainda estavam turvos pelo orgasmo, mas a preocupação apareceu de imediato ao notar o estado dele. O lençol colava ao abdômen de Evan, e a faixa sobre o curativo estava completamente encharcada.— Evan! — exclamou, erguendo-se num pulo. — Olha o curativo! Meu Deus amor! Ele ergueu

Dois meses se passaram desde o último grande evento, e muita coisa havia mudado. A rotina de todos parecia mais intensa, mais carregada, como se cada dia trouxesse uma nova avalanche de responsabilidades.Era uma tarde abafada em Nova York, o sol atravessava as grandes janelas da sede da Vip Rooms, iluminando o amplo salão de recepção onde dezenas de currículos estavam espalhados sobre uma mesa de vidro. O ambiente estava tomado por vozes femininas, perfumes variados e um ar de expectativa.Irina, Natália e Nicole estavam sentadas ao lado de Vitória, ajudando-a no processo de seleção das novas camgirls para o próximo ciclo da plataforma. A demanda havia crescido absurdamente nos últimos meses, e cada detalhe do recrutamento era analisado com extremo cuidado.Vitória, elegante como sempre, usava um vestido preto justo, o cabelo preso num coque impecável e os óculos apoiados na ponta do nariz. Ela folheava fichas com uma rapidez impressionante, soltando comentários curtos e objetivos:—

O quarto da Maternidade Saint Helena estava silencioso, exceto pelo som suave da respiração dos bebês e os suspiros emocionados de quem os admirava. Nicole estava deitada na cama, os cabelos soltos e úmidos de suor, o rosto ainda pálido, mas com um sorriso que iluminava todo o ambiente. Nos braços, envoltos em mantas delicadas, estavam seus dois tesouros: Rena e o recém-nascido menino, que ainda não tinha nome.Pablo estava sentado na beirada da cama, segurando a mão da esposa com uma delicadeza quase reverente. O olhar dele ia dos bebês para Nicole e voltava, como se não conseguisse acreditar que aquilo era real. As lágrimas vinham sem que ele pudesse controlar, mas pela primeira vez na vida, não tinha vergonha de chorar.Evan e Matteo estavam de pé próximos à janela, observando tudo com um sorriso orgulhoso. Irina, ao lado de Natália, olhava os gêmeos com os olhos marejados, enquanto Vitória tirava fotos discretamente, registrando cada detalhe para que Nicole tivesse todas as memóri

A tempestade ainda rugia lá fora quando a notícia chegou. O vento batia com força nas janelas da cobertura da Médice Corporation, onde Evan e Matteo se reuniam para uma conversa sobre os últimos contratos da empresa. Irina e Natalia estavam ao lado dos noivos, Nicole permanecia em casa cuidando dos gêmeos com Pablo. O clima estava pesado, mas nada poderia preparar ninguém para o que estava por vir.A porta da sala se abriu de repente. Samantha a secretária de Evan entrou com o rosto pálido, o celular ainda na mão, como se mal conseguisse acreditar no que acabara de ouvir. O silêncio tomou conta do ambiente. Todos os olhares se voltaram para ele.— Senhor Médici… — disse baixo, respirando fundo. — Acabaram de confirmar… O helicóptero de Clarisse Spencer caiu no mar, próximo à Baía de Nova York. Não houve sobreviventes.A frase ecoou como um trovão dentro da sala.Natalia levou uma das mãos à boca, arregalando os olhos, sentindo o corpo estremecer. Irina, que estava ao lado dela, fechou