PietroEntão, tudo que me restava era esperar que um dos jantares com Ivan pudesse me ajudar a resolver parte das coisas ou pelo menos convencer Irina a dividirmos o mesmo quarto, como fiz na lua de mel. Eu sabia que era baixo, mas ela não parecia nem mesmo um pouco disposta a ceder e eu não queria continuar brincando nesse maldito joguinho. Mas ali, bem quando eu me sentia praticamente desesperado, Daniel me informou que eu precisaria viajar uma semana para uma cidade vizinha a negócios e que quando voltasse, deveria me preparar bem para o jantar que haveria na casa.— É um jantar em família — ele disse despreocupado. — Meu pai faz questão de realizar algo assim de tempos em tempos, para garantir que todos se lembrem a quem eles obedecem. Você precisa comparecer, claro, então volte em 5 dias.Aquele aviso foi o suficiente para me fazer pensar, mas eu não o respondi. Apenas assenti e me perguntei o que minha linda esposa poderia fazer para tentar foder com tudo nesse evento, mas à med

PietroEu não sabia o que era mais impressionante: a audácia de Irina ou o fato de que ela achava que eu ainda seria ingênuo o suficiente para reagir à altura. Eu podia ser impulsivo e até mesmo tinha um histórico de ser extremamente burro no passado, mas eu já tinha amadurecido o suficiente para começar a entender como as coisas funcionavam e principalmente... como ela funcionava.Irina era como uma bomba prestes a explodir e era por isso que eu tinha que tomar cuidado. Se eu queria mesmo que esse casamento continuasse — e eu queria —, então eu tinha que tomar cuidado com o que faria. Eu não ia deixar barato, claro, mas não ia reagir e dar a ela outro motivo para surtar.Depois do jantar, depois dela trazer Priscilla para a casa como convidada, decidi que minha melhor estratégia era simples: deixar que ela se enforcasse sozinha. Era óbvio que Irina estava tentando me desestabilizar, mas se havia algo que eu aprendi sendo um Kuhn, era que às vezes o silêncio era a arma mais eficaz.E,

IrinaSe eu tivesse que definir o casamento com Pietro Kuhn em uma palavra, seria: exaustivo.Não porque ele fosse difícil de lidar — embora fosse —, mas porque parecia que cada dia ao lado dele exigia um esforço para lembrá-lo de que eu não era uma das mulheres que ele podia controlar com um pouco de afeto. Pietro tinha aquele ar de quem acreditava que o mundo girava ao redor dele, e minha missão era simples: ensinar que ele estava errado.O problema era que ele não parecia quebrar tão facilmente quanto eu imaginava.Depois de semanas provocando-o, jogando sua ex-amante na sua frente e forçando-o a encarar o próprio passado — uma parte minha esperava que ele caísse em tentação e me traísse, assim seria mais fácil acabar com tudo de uma vez —, eu esperava que Pietro estivesse implorando por um alívio. Mas, ao invés disso, ele estava cada vez mais... resiliente.Era frustrante.Naquela tarde, enquanto eu revisava a agenda da semana no jardim, Eva chegou como um furacão. Minha melhor am

PietroO trajeto foi um borrão. Tudo o que conseguia pensar era em Irina.Em como ela dominava cada espaço que ocupava. Em como sua presença era impossível de ignorar. Em como ela me fazia sentir coisas que eu não sabia como lidar e agora parecia ainda mais presente desde o instante em que Edward me fez notar o que eu sentia por ela.A frase ecoava na minha mente como um mantra, ao mesmo tempo esclarecendo e complicando tudo.Quando finalmente avistei os portões da mansão, respirei fundo, tentando organizar meus pensamentos.“Vai ficar tudo bem”, pensei, mas não tinha certeza se acreditava nisso.Os seguranças olharam na minha direção quando o carro parou e eu desci, mas ninguém ousou dizer nada enquanto eu subia os degraus com passos firmes.Dentro da casa, o silêncio era quase absoluto, interrompido apenas pelo som distante do relógio no corredor.Eu sabia exatamente onde queria ir.Subi os degraus às pressas e quando cheguei à porta do quarto de Irina, parei por um momento, tentand

PietroA luz do sol entrando pela janela foi o que me acordou. Aquela luz, quente e irritante, atingia diretamente meu rosto, e eu me virei, gemendo baixinho. Não deveria ser tão tarde, certo? Pelo menos era isso que eu esperava. Só que, ao abrir os olhos e ver onde estava, a noção de tempo foi a última coisa na qual pensei.Eu estava na cama dela. Na cama de Irina.Por alguns segundos, minha mente tentou processar aquilo. Era como se meu cérebro estivesse um pouco lento, atordoado. Os lençois estavam jogados de forma displicente pela cama e Irina estava ali, deitada ao meu lado. O cabelo dela estava uma bagunça, os fios ruivos espalhados pelo travesseiro como um quadro caótico, mas, ainda assim, ela estava linda. Eu sabia que deveria olhar para longe, mas não consegui.Um misto de surpresa e confusão tomou conta de mim. Como eu tinha parado ali? A última coisa que eu me lembrava era... droga, eu não me lembrava de muita coisa além de conversar com Edward, de entender que eu amava a m