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57 chapters
Depois do caos
Nota da autora: Dois meses se passaram desde o fim do estágio. Luna, Isadora, Bruno, Letícia e Marcos foram efetivados como desenvolvedores do app de bem-estar na Stuart & Co. Apesar de não serem mais estagiários, a rotina da equipe se manteve intensa. A responsabilidade aumentou — assim como a visibilidade. E com isso, os riscos. ⸻ Sexta-feira / Faculdade / Sala do grupo de desenvolvimento O silêncio era denso. Letícia folheava uma revista sem realmente ler, Bruno tamborilava os dedos na mesa, e Isadora olhava para Luna com o cenho franzido. Luna respirou fundo. Havia praticado o que queria dizer, mas as palavras pareciam evaporar quando encarava os olhos das pessoas que estiveram ao seu lado por tanto tempo. — Foi o Marcos. — disse, de uma vez só. — Ele descobriu sobre a minha vida fora daqui. Tentou me chantagear. E quando eu me recusei a ceder… ele ameaçou vazar tudo. Isadora arregalou os olhos. — Meu Deus… Luna. — Ele está suspenso, a empresa abriu investigação interna e
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Fragmentos da verdade
Sábado / Início da tarde / Apartamento de Sophia Luna estava sentada no sofá, com o notebook apoiado nas pernas. O sol atravessava as cortinas finas e riscava seu rosto de luz e sombra. Sophia, de pé ao lado da mesa de jantar, falava baixo ao telefone com alguém da área de cibersegurança da empresa. — Quero o rastreamento completo. IP, provedor, localização. Se essa conta tiver qualquer histórico em nossa rede, rastreiem. Nome da conta: Dark_Observer. Prioridade máxima. — ela fez uma pausa, ouvindo. — Obrigada, Amanda. Me avise assim que tiver qualquer retorno. Luna fechou o notebook devagar. — Eles vão conseguir? Sophia caminhou até ela e se sentou ao seu lado. — Não sei. A pessoa por trás dessa conta é cuidadosa. Usa redes privadas, não interage diretamente, só observa. Mas agora que mandou mensagem, deixou rastro. Vamos seguir isso. Luna olhou para as próprias mãos. — Sabe… eu achei que depois que eu te contasse tudo, depois que eu deletasse minha conta, o pior tive
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O homem no espelho.
Segunda / Manhã — Apartamento de Sophia A luz fria da manhã atravessava os vidros amplos do apartamento de Sophia, espalhando sombras longas pelo chão de madeira. O silêncio era espesso, quebrado apenas pelo gotejar da cafeteira automática e o leve tilintar da colher contra a porcelana branca da xícara. Sophia estava sentada à mesa, ainda com o robe de seda vinho escorrendo pelos ombros, o olhar fixo na tela do notebook, onde o e-mail ameaçador pulsava como uma ferida aberta. “LadyInSilk deixou rastros. Você vai mesmo protegê-la quando todos souberem quem ela é?” Ela não precisava reler. A frase já estava queimada na memória, como uma marca. O remetente era desconhecido, mas o estilo… havia algo pessoal ali. Intencional. E venenoso. Seu celular vibrou, discreto. Ela não se mexeu de imediato. Bebeu o café. Sentiu o amargor bater na língua como um soco seco. Só então deslizou o dedo pela tela. Luna: “Ele respondeu o seu e-mail?” Sophia hesitou. Os dedos pairaram sobre o t
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Sinais é promessas
Terça/Manha — Laboratório da Faculdade.A luz artificial do laboratório de projetos piscava de leve, irritante. Luna tentava focar no código, mas os olhos fugiam para o celular sobre a mesa. A mensagem de Sophia ainda estava ali, aberta. “Preciso de você mais do que nunca. Esta noite?”Ela havia respondido sem hesitar. Mas por dentro, sentia tudo estremecer.— Ei, Luna. — Isadora se aproximou com uma expressão tensa. — Você viu isso?Luna ergueu os olhos. Isadora mostrava a tela do próprio celular. Um perfil no Instagram criado naquela semana: anônimo, sem seguidores, sem nome. Apenas uma única publicação: uma captura de tela distorcida de um frame de uma live antiga. Rosto semi-coberto. Mas familiar demais.Luna sentiu o estômago despencar.— Quem postou isso?— Não faço ideia. Mas marcaram a conta do projeto. E a legenda era tipo… “Nem tudo que brilha é aplicativo.”A mente de Luna correu. A conta estava cancelada. Os vídeos deletados. Ela tinha tomado cada cuidado. Mas alguém tinha
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Ecos na rede
Sexta/Manhã — Stuart & Co.Sophia entrou no prédio da Stuart & Co. antes das sete. O crachá ainda nem havia liberado o andar executivo, e ela já estava sentada à frente de dois dos melhores analistas de segurança digital da empresa, convocados sob um pretexto vago: “testes internos de vulnerabilidade relacionados à privacidade de colaboradores.”Mentira suficiente para funcionar. Verdade o bastante para valer o risco.— Preciso que rastreiem essa conta. — Ela girou o notebook para que os analistas vissem a tela. — Não perguntem por quê. Só confiem que é importante.Os dois se entreolharam, mas assentiram.— Podemos usar proxy reverso e verificar se ela interagiu com algum serviço que aponte IP real. Mas… isso pode demorar.— Não temos tempo. Usem tudo o que for necessário. Interno, externo, contrato confidencial. Se descobrirem o dono do perfil, me avisem antes de qualquer relatório.Ela se levantou, sem esperar resposta. O salto firme soava como sentença.⸻Faculdade — CorredoresEnq
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Círculo de fogo
Sábado — Stuart & Co.Sophia passou o dia seguinte em silêncio absoluto dentro da empresa. Não falou com Hugo, nem com Luna. Apenas digitava, analisava e planejava. A tensão em sua postura era quase invisível, mas os mais atentos sentiam o ar denso por onde ela passava.Quando o relógio marcou 17h, ela convocou apenas três pessoas: os dois analistas de segurança e Isadora, a única do grupo da faculdade em quem Luna confiava cegamente.— Vamos atrair o rato até a armadilha — disse, espalhando os arquivos sobre a mesa de reunião privada. — Lucas se reinventou para escapar do que foi. Mas esqueceu de apagar as digitais antigas. Ele nos subestimou.— Como vamos pegar ele? — Isadora perguntou, tensa, olhando para a tela do notebook.Sophia respondeu sem tirar os olhos do monitor.— Vamos simular uma nova exposição. Um print inédito, criado artificialmente, de uma suposta live nunca publicada. Faremos com que o perfil “Dark_Observer” receba essa imagem como isca. Se Lucas estiver alimentand
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Presenças duplas
— Faculdade A manhã seguinte chegou cinzenta. Nuvens baixas pesavam sobre o campus, como se o mundo carregasse um segredo preso entre os dentes. Luna caminhava pelos corredores da faculdade, distraída com o celular em mãos. A mensagem de Sophia ainda estava aberta, repetida várias vezes em sua cabeça. “A verdade está vindo à tona.” Foi então que uma voz suave e familiar quebrou o silêncio: — Tá tudo bem com você? Ela ergueu os olhos, forçando um sorriso. A amiga estava ali, como sempre. Presente. Atenta. Mas havia algo estranho no jeito como a pergunta veio — mais como um toque disfarçado de sondagem do que como uma real preocupação. — Mais ou menos… — Luna respondeu, abraçando os próprios livros. — Muita coisa acontecendo. Sabe quando você sente que alguém puxou o tapete, mas ao mesmo tempo… você se sente livre? A outra garota sorriu, mas os olhos vacilaram por um instante. — Não deixa ninguém fazer você se sentir menor, tá? Nem quando tentam te expor. Você tem mais fo
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