Diogo Ricci A primeira coisa que senti foi o gosto amargo na boca. A segunda foi o peso. Um peso estranho, desconhecido e quente. Abri os olhos devagar, com a cabeça latejando como se uma banda de rock tivesse feito um show inteiro dentro do meu crânio. A luz que entrava pelas frestas da cortina era suave, mas parecia um holofote direto no meu rosto. Quando virei um pouco o corpo, foi que a ficha caiu. Jade. Nua. Na minha cama. Dormindo profundamente, com os cabelos espalhados pelo travesseiro e a respiração leve. Levei alguns segundos para entender a dimensão daquilo. Aos poucos, flashes da madrugada começaram a surgir como fragmentos desconexos: o bar, os copos virando, as risadas, a dor sendo afogada. E depois, o motorista que nos trazia para a mansão, os tropeços pelo corredor, as mãos, os beijos. O desejo abafando qualquer racionalidade. Eu gemi baixo, cobrindo o rosto com as mãos. Droga. Não que houvesse arrependimento. Não era isso. Mas havia culpa. E principalmente, comp
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