A segunda-feira chega mais rápido do que eu esperava. Acordo às cinco da manhã, incapaz de continuar dormindo, e passo duas horas rolando na cama. A noite foi péssima, como todas desde que Caterina apareceu na casa de Lorenzo. Às sete da manhã, finalmente me levanto para me arrumar para o trabalho, com o estômago revirando de nervosismo. Metade de mim quer voltar para a cama e continuar rolando, só para não precisar voltar à empresa. Mas a outra metade, a mais responsável, nunca permitiria isso. Escolho um vestido preto formal, como se fosse uma armadura para enfrentar o que está por vir. Porque ver Lorenzo hoje vai ser… complicado. Às 7h50, estaciono na garagem da empresa, tentando reunir coragem para sair do carro e subir até minha sala. Desde que voltei da Sicília, na sexta-feira, não consegui parar de pensar em como seria reencontrá-lo hoje. Se ele estaria diferente, frio, distante. Se mencionaria minha volta para Milão, sem despedidas. Respiro fundo e subo até min

“Aurora Bianchi”A manhã com Alessandro é frustrante por todas as razões erradas.Passo as primeiras horas tentando desesperadamente encontrar algum erro, alguma falha no trabalho dele… qualquer coisa que justifique minha irritação.Mas Alessandro Bellucci, infelizmente, é impecável.Conhece cada detalhe do projeto, tem todas as informações organizadas, responde às minhas perguntas sem precisar pensar muito e ainda sugere melhorias que realmente fazem sentido.É exatamente o tipo de profissional competente que qualquer pessoa adoraria ter como parceiro de projeto.O problema é que ele não é o Lorenzo.Não tem aquele sorriso irritante quando discorda de mim, não mexe no anel quando está pensando, não me provoca com comentários que fazem meu coração acelerar mesmo quando estou brava.Alessandro é eficiência pura. Lorenzo é… intensidade pura.E eu sinto falta dessa intensidade de um jeito que me surpreende.— Srta. Bianchi — Alessandro diz, um pouco antes do almoço —, se não se importar,

O beijo de Lorenzo se torna mais intenso, mais urgente, como se tentasse compensar, em poucos minutos, todos os dias que ficamos separados.— Você não tem ideia — murmura contra meus lábios — de como foi difícil ficar longe de você.— Mostre — sussurro, puxando-o mais para perto pelas lapelas do paletó.Suas mãos deslizam pelas minhas coxas, empurrando meu vestido para cima, enquanto seus lábios descem pelo meu pescoço.— Vai querer fazer isso aqui? — pergunta, mordiscando levemente meu ombro. — Na mesa do escritório?— Sim — confirmo, ofegante, surpresa com minha própria audácia.— Minha ragazza atrevida — murmura, voltando a me beijar.Seus dedos encontram o zíper do meu vestido e o deslizam para baixo com uma lentidão torturante. Cada centímetro de pele exposta é seguido por seus lábios, fazendo meu corpo inteiro estremecer.— Lorenzo… — gemo baixinho quando sua boca alcança meus seios.— Shh — sussurra. — Você precisa ficar quietinha, lembra? Estamos no escritório.A ideia de ter

Enquanto arrumo as últimas coisas na mala, sinto meu estômago revirar pela terceira vez em uma hora. A semana de trabalho passou voando desde que Lorenzo voltou e decidimos oficialmente ficar juntos. Conseguimos até fingir que somos profissionais durante o expediente, embora ele tenha trancado a porta mais duas vezes para “discussões urgentes sobre o projeto”. Mas agora, olhando para as roupas dobradas na mala, a realidade do que estou prestes a fazer me atinge com força total. Vou voltar à Sicília. Vou enfrentar Don Matteo após ter fugido como uma covarde. Vou ser oficialmente apresentada como a namorada de Lorenzo para pessoas que provavelmente me veem como uma intrusa. — Está tudo bem? — Lorenzo pergunta, aparecendo na porta do meu quarto. — Estou bem, só… nervosa — admito, fechando a mala com mais força do que o necessário. — Por quê? — Ele se aproxima, colocando as mãos nos meus ombros. — Meus pais já te conhecem. — Seus pais me conhecem como a mulher que estava atrapal

Sinto Lorenzo ficar tenso ao meu lado no exato momento em que vê Caterina na sala. É impossível para mim não notar, mas elas parecem não perceber.— Caterina — ele a cumprimenta educadamente, mantendo o braço ao redor da minha cintura. — Não esperava te ver aqui.— Minha família foi convidada para o jantar de hoje — ela responde com um sorriso perfeitamente educado. — Cheguei mais cedo para ver se Zia Giovanna precisava de ajuda com os preparativos.— Que gentil — comento, sem resistir.— Não é gentileza, é quase… bom senso — ela corrige, como se fosse óbvio. — Jantares formais podem ser… desafiadores para quem não está acostumada.A frase vem com um sorriso, mas o recado é nítido: ela quer deixar claro que, na opinião dela, eu não tenho experiência com esse tipo de evento.— Sente-se, per favore — Giovanna intervém, gesticulando para o sofá. — Caterina realmente foi muito prestativa. Já organizamos tudo para hoje à noite.— Incluindo sua roupa, Aurora — Caterina acrescenta. — Sugeri