AmelieDepois de escovar meus cabelos, parei em frente a porta, eu só precisava sair para que me vissem, mas pensando melhor agora, estava com medo que me rejeitaram mais uma vez. Olhei para baixo e examinei meu corpo. A camisola se arrastava no chão, mas tinha uma grande fenda em um dos lados, meus ombros ficaram completamente expostos e meus seios mal cabiam no pequeno busto. Estava nua por baixo. Passei os dedos no colar delicado, era uma correntinha de ouro com uma pedrinha branca na ponta, uma jóia antiga que comprei para compor com um conjunto, jamais imaginei que usaria para seduzir um homem, que nesse caso, eram dois. E, infelizmente, eu não tinha um perfume.Devagar, abri a porta. Não havia ninguém na cozinha, mas a sala estava iluminada e Willian segurava um livro aberto, porém, olhava-me. Ao lado dele, um lampião em cima de um banco baixo iluminava parte de sua face. Estremeci. Arthur estava dormindo ao seu lado, de frente para a parede. Devia estar desconfortável por de

AmelieEncarei Willian com expectativa, estava insegura e apenas por um desenho e breves descrições, talvez não conseguisse executar. Também havia o medo de que ele entendesse errado, apesar disso, não queria dizer a origem dessas ideias.— Eu quero tentar fazer de um jeito diferente, mas se não quiser, tudo bem, eu só quero te agradar.— Apenas por ter vindo a nós já me agrada profundamente.Willian beijou-me mais uma vez, foi breve e quando paramos, o empurrei para que deitasse de costas. — Que ousadia, querida esposa — Arthur estava ao nosso lado de joelhos. Seu comentário me fez hesitar, mas novamente, forcei minha coragem. Com as mãos trêmulas abri a braguilha da calça, Willian não tirou a atenção do meu rosto, isso me deixou mais envergonhada e mordi o lábio por um momento.— Feche os olhos, por favor.— Não. Eu quero ver tudo.Respirei fundo. Estava sendo difícil brigar com meus valores há muito tempo enraizados, no entanto, continuei puxando o tecido grosso e repetindo a mim

AmelieNão demorei para retornar à sala, infelizmente, ainda tive que fazer meu trabalho e atender aquelas mulheres desagradáveis, mas quando saíram, Victória encarou-me com preocupação.— Aconteceu alguma coisa? — perguntou.— Não.— Não precisa esconder, Amelie. Preciso saber o que acontece aqui dentro da minha loja. Elas te trataram de forma rude?— Não, ninguém nunca me destratou aqui.— Então? — insistiu. Organizei as camadas do vestido e o estiquei sobre a mesa, no fim, ela não escolheu o verde e sim um azul. Encarei Victória novamente, era um assunto desnecessário, mas ela estava certa em querer saber o que se passava aqui na ausência dela.— Elas apenas fizeram comentários desnecessários sobre minha vida particular. Nada que já não tenha ouvido antes.— Que comentários?Suspirei.— Bem, coisas como eu nunca ter ido à missa e sobre eu viver com dois homens, mesmo que um deles seja meu cunhado. — Ah… — Victória desviou o olhar por um momento, ela também parecia saber disso. C

AmelieSuspirei, estava satisfeita. Arthur permanecia deitado sobre meu peito, mesmo pesado, eu ainda acariciava seus cabelos. Nus, apenas mudamos da mesa para a cama, nossas roupas estavam espalhadas pelo chão e eu não tinha nenhuma coragem para levantar.— Seu estômago está roncando. — Arthur disse achando graça e beijou entre meus seios. — Me diga como fazer a comida, assim não precisará levantar.— Eu irei fazer.— Eu consigo, minhas habilidades culinárias melhoraram.— Você não tem habilidade nenhuma, homens não levam jeito na cozinha. — Brinquei, era uma meia verdade.— É porque só precisamos do suficiente para não passarmos fome.— Sim, mas comer algo saboroso é melhor.— Então deixe-me ajudá-la. — Beijou-me novamente e respirei profundamente. Apesar do nosso momento incrível e de ter dito aquelas palavras, não me saía da cabeça essa nossa situação. As fofocas uma hora se tornarão mais maldosas.— Arthur, alguma moça já se aproximou de você?Ele parou seus beijos e me encarou

WillianAmelie caiu antes que eu chegasse. Desci do cavalo quase pulando e corri até ela. Estava pálida, ela cheirava a medo. — O que fizeram? — A puxei para mim, seu corpo amolecido me causou fúria. Olhei para aquele homem vestido em trajes santos, desejei rasgar sua carne.— Irmão. — Arthur parou ao meu lado, eu sentia sua fúria também.— Não sabemos o que aconteceu, de repente ela ficou estranha e passou mal. — Jane abaixou-se e quase rosnei por sua proximidade.Levantei com Amelie nos braços, no chão os alimentos espalhados, o cheiro dos ovos crus pioraram meu olfato bastante sensível. — Vamos entrar e tratá-la, mandarei chamar o médico. — O homem disse e segurei o rosnado que subiu pela minha garganta. Ele era perigoso.— Não é necessário. — Virei as costas e Arthur me seguiu.— Willian, ela precisa de um médico. — Jane veio atrás e rangi os dentes a ponto de mostrar para ela.— Está tudo bem, senhora Jane. Ela vai ficar bem. — respondi forçando calma.Entreguei Amelie para Art