JaquelineO quarto estava tomado por uma tensão deliciosa, carregada de desejo, entrega e provocação. A tristeza que eu sentia horas antes, era agora apenas uma lembrança distante, dissolvida no calor do olhar intenso do Alexandre, no som grave da sua voz, na forma como cada gesto dele me envolvia. Eu sentia meu coração bater acelerado, como se o meu corpo inteiro estivesse acordado. As mãos suavam lentamente, mas não era nervosismo. Era excitação. Era o arrepio que vinha da consciência de estar sendo desejada… de ser vista. Não como uma qualquer, mas como a mulher que acendia o fogo naquele homem poderoso e controlado.Sentada no meio da cama, eu observava cada movimento dele, como se assistisse a um espetáculo montado exclusivamente para mim. Alexandre tirava o colete com lentidão, os ombros largos sob a camisa branca que ainda vestia. – Ah, você vai ver… Mas eu te garanto uma coisa, Jaqueline… eu sou muito melhor que qualquer um daqueles caras bombados da Olimpo Club. E hoje… voc

JaquelineUm silêncio desconfortável pairou entre nós. Andrei definitivamente não tinha limites.– Bom, eu só quis brindar… à beleza, ao talento e às mulheres que fazem o nosso mundo brilhar, que dão sentido aos nossos objetivos. Seu olhar pousou mais uma vez em mim, dessa vez ainda mais demorado. – E Jaqueline, espero que você aceite a garrafa, mesmo que ele não tenha gostado. Nem tudo precisa ser decidido por terceiros, não é?Eu senti meu sangue gelar. Alexandre apertou a minha mão de leve por baixo da mesa, como um aviso silencioso: Fica tranquila, deixa comigo.– Você parece estar perdendo a noção de espaço, Varnier. Alexandre disse num tom baixo e cortante. Não gosto de provocações. Esse tipo de provocação pode custar caro… até para você.Andrei sorriu, absolutamente imperturbável.– Eu sou um homem paciente, Ridell. E persistente. O tempo ensina que algumas coisas… simplesmente valem a espera.Me olhou novamente com um olhar insinuante.– Foi um prazer vê-la. Nos veremos em bre

Maria LuizaAdormeci entre beijos e carícias com o Estevão. Meu sonho estava sendo realizado. Deitada em sua cama ao seu lado, eu sentia o calor e a firmeza do seu corpo. Dormi um sono profundo e tranquilo. Minha vontade era ficar ali pra sempre, mas eu sabia que teria que voltar para casa.A luz da manhã iluminava toda a cozinha. O aroma de café fresco, pão recém-saído do forno e bolo de laranja preenchia o ar. Me sentei à mesa ainda com os cabelos levemente bagunçados, estava descalça com o vestido de festa. Mas o meu coração estava em paz, e acelerava de vez em quando, não de nervosismo mas me sentindo amada e acolhida.Estevão se sentou na minha frente, tão à vontade quanto carinhoso. Os cabelos molhados e a pele úmida do banho ainda exalavam o cheiro inconfundível que me deixava zonza. Cortou a fatia do bolo com delicadeza de quem fazia um gesto simples parecer um cuidado íntimo.– Coma direitinho, Malú. Disse com um sorriso, servindo o prato à minha frente.Eu o observava em sil

Jaqueline O silêncio entre nós era preenchido apenas pelos sons sutis da cidade ao longe. Deitada sobre o peito do Alexandre, eu senti a respiração dele marcando um ritmo calmo em meu ouvido. Um dos meus braços repousa sobre o peitoral dele, enquanto meus dedos traçaram preguiçosamente os contornos, como se eu pudesse decorar cada traço.Eu gostava de observá-lo assim, em estado bruto e relaxado. O CEO firme, sempre prático e focado, dava lugar a um homem de expressão serena, com um sorriso nos lábios, os olhos fechados e o braço entrelaçado ao redor da minha cintura. Era um contraste encantador. Era impossível não me perder nos traços marcantes do seu rosto. A linha da mandíbula, a barba bem feita, os cílios longos e negros.Queria que o tempo parasse. Ficar ali sem interrupções e sem relógios.Mas o incômodo começou a se formar no meu ventre. Primeiro uma pontada sutil, que eu tentei ignorar. Depois uma fisgada mais insistente. A cólica, não foi surpresa, mas havia algo diferente e

EstevãoA impaciência me corroía desde o momento que acompanhei a Malu até em casa. Ela não tinha me dado notícias e seu silêncio pesava mais do que qualquer palavra. Sem pensar muito saí da minha casa em direção a dela. Fiz o caminho de sempre pela lateral da casa até chegar ao quarto.Lá dentro Malu dormia. Estava deitada de lado, com o gato enroscado ao lado do seu quadril. Os cabelos loiros soltos, espalhados como ondas sobre o travesseiro. O rosto dela sereno. Pacífico, como se o mundo não existisse do lado de fora. Meu coração bateu mais forte numa mistura de alívio, saudade e confusão. Vê-la tão linda e alheia a tudo, fazia o chão sob os meus pés parecer incerto. Eu não sabia para onde o nosso envolvimento nos levaria, mas sabia que a cada minuto me sentia mais apaixonado.As minhas leves batidas na porta a despertaram com um susto. Mas assim que ela abriu a porta, em dois passos eu tomei seu rosto entre as minhas mãos e a beijei. Um beijo urgente, quase desesperado. Como se eu