JaquelineMinhas peças de roupas caíram ao chão uma a uma. Me aproximei devagar e silenciosamente por trás. Alexandre só percebeu a minha presença quando sentiu meus braços envolverem a sua cintura, meu corpo encostou suavemente em suas costas molhadas. Ele não reagiu de imediato. Apenas suspirou profundamente. A água escorria sobre nós dois, mas não nos movemos.– Eu tô aqui. Sussurrei com a voz baixa.Alexandre levou alguns segundos para me abraçar, me acomodando em seu peito.– Me perdoa por ontem, Jaqueline… eu não soube como lidar….– Você não tem que me pedir perdão por sentir. Só me deixa estar aqui com você.– Eu só queria que tudo fosse diferente.Encarei seus olhos em silêncio.– Não posso mudar o que aconteceu, mas posso estar ao seu lado enquanto você lida com isso. Não vou sair do seu lado. Não vou.Ergui as mãos e toquei seu rosto molhado. Ficamos abraçados por um tempo. Queria que ele sentisse que não estava sozinho.****Depois do banho, Alexandre se sentou na beirada

JaquelineA segunda-feira amanheceu clara, mas o peso no meu peito não se dissipou. Na mesa do café eu observava o Alexandre, enquanto ele folheava alguns documentos e tomava longos goles do café preto. Seu semblante era sereno, quase impassível, mas eu sabia que por trás daquela calma havia um vulcão que, se provocado, entraria em erupção.Enquanto eu comia uma fatia de mamão, minha mente voltava para o mesmo ponto: Como seria a convivência do Alexandre com Estevão? As coisas estavam muito longe de serem resolvidas e a simples ideia do Estevão pedindo demissão me causava um incômodo no estômago.Nosso trajeto até o Grupo Ridell foi silencioso, cada um perdido em seus próprios pensamentos. No estacionamento, Alexandre deu a volta no carro, e como sempre abriu a porta para mim.– Estou sentindo tensão aí, coelhinha… Não há com o que se preocupar. Acariciou o meu rosto de leve com o polegar.– Tem, sim, Alexandre. E muito. A amizade de vocês sempre foi importante. Eu só espero que você

AlexandreMe encostei no sofá do escritório com os dedos tamborilando sobre os papéis, enquanto as minhas lembranças voltavam como um soco no estômago. Em específico o momento que vi minha irmãzinha aninhada no colo do meu melhor amigo, aos beijos, de forma extremamente íntima. Era difícil digerir aquilo. Achei mais fácil culpar o Estevão, por ser mais velho e experiente. Alguém que devia protegê-la, assim como fez na casa da minha tia, e não se envolver com ela. Mas no fundo, eu sempre soube o quanto a Malu é obstinada e nunca mentia sobre o que queria. Se disse que o seduziu é porque foi realmente o que fez.Ainda assim, a revelação de que os dois viviam um romance às escondidas debaixo do meu nariz, me corroía por dentro. A Thais conseguiu se vingar de mim. Mas como ela descobriu o relacionamento dos dois? Mas a pior parte era a vergonha que me queimava quando depois da bebedeira me recordei que a Jaqueline me viu bêbado, vulnerável e patético. E o pior: eu tinha plena consciência

JaquelineCada instante ao lado do Alexandre era um mergulho em sensações únicas e maravilhosas. Ele conhece cada segredo do meu corpo. Sabe exatamente onde me tocar e fazer com que eu me sinta a mulher mais especial do mundo.No escritório, o ar se enchia de desejo puro, uma eletricidade silenciosa nos envolvia. Quando o Alexandre trancou a porta, eu já estava completamente rendida àquele homem, capaz de despertar emoções tão intensas. Usando charme e sedução, consegui convencê-lo de dar um passo importante: aceitar jantar com a Helena já era um começo, um caminho para a reconciliação com a Malu e o Estevão. Meu objetivo era que ele conversasse com a Malu, mas o encontro com a tia era o primeiro terreno conquistado nessa delicada batalha.As duas semanas até o evento no Jardins passaria rápido. Eu não podia permitir que o Estevão deixasse o Grupo Ridell e nem a vida do Alexandre. A amizade deles era um laço profundo que precisava ser refeito.“Esse homem me enlouquece.”Pensei, com o

Jaqueline– Jaqueline, você precisa voltar pra casa. Agora. Minha mãe disse tensa e com a voz carregada de preocupação.– Mãe, você está bem? Você está me assustando…– Não, filha, eu… Eu preciso que você volte, nem que seja só por um tempo. Por favor. Insistiu com a voz firme, quase me implorando.– Mãe, hoje à noite eu tenho um evento importante com o Alexandre. Não posso sair assim. Onde está o papai? Quero falar com ele.Precisava conversar com o meu pai e tentar entender o que estava acontecendo com a minha mãe.– Seu pai não está em casa, filha. Depois conversamos então, tá bom? Ela decidiu encerrar o assunto.– Mãe, está tudo bem mesmo?– Está sim, Jaqueline. Eu preciso desligar.Antes que eu pudesse responder, a ligação foi encerrada. Me deixando com o coração apertado e a mente cheia de dúvidas. Caminhei devagar até o banheiro sentindo o peso da conversa. Tomei um banho tentando lavar a ansiedade e a tensão. Vesti um conjunto preto de lingerie, delicado e sofisticado e coloqu