Caroline HartO clima estava diferente naquela casa.Não era só o cheiro das estações virando, ou a luz diferente da manhã entrando pelas janelas; era como se tudo estivesse em profundo silêncio.Damon andava como um fantasma: acordava cedo, dormia tarde, passava mais horas que o normal sozinho nos fundos da propriedade ou mergulhado em papéis que eu não conseguia entender.Quando ele não estava na alcateia, estava no escritório. Era como se... houvesse um abismo entre nós.Ava me ajudava a escolher o vestido para a consulta hoje."Por que está assim?"ela me encarou.""Problemas..."suspirei." E aquele homem... seu pai, falou alguma coisa?""Nada."ela murmurou." E o silêncio dele é preocupante. Eu vou para o chalé, e obrigada Caroline, por me deixar ficar aqui."Eu dei um sorriso." Você é minha irmã."Ela fechou a porta do quarto e eu me encarei no espelho notando a barriga já era impossível disfarçar, mesmo sob as camisolas largas ou os vestidos de algodão.O bebê mexia o tempo todo,

Damon ThornO cheiro da floresta ao amanhecer sempre trouxe um tipo de paz primitiva, mas hoje, nem isso conseguia aliviar o peso na minha cabeça. Eu não dormi.Passei horas andando de um lado para outro na varanda, ouvindo o uivo distante da matilha, vigiando a estrada como um animal acuado.Hart sentiu meu distanciamento. Eu sabia. Ela tentava ser forte, mas vi nos olhos dela — aquele olhar de quem espera que você a escolha, mesmo quando tudo desaba ao redor. E eu… eu queria escolher, queria segurar, prometer o mundo, mas estava vazio. A raiva por Richard. O medo por Ava. O instinto de proteger a alcateia e nosso filho. Tudo ao mesmo tempo, tudo uma tortura.Eu queria que ela soubesse que eu estava extremamente feliz por nosso filhote ser menino. Eu teria um sucessor, e enfrentaria o que fosse por ele.Naquela manhã, quando Hart apareceu na cozinha, cabelo bagunçado, pele brilhando à luz do sol, ela tentou puxar conversa. Falou das consultas, dos chutes do bebê, de Daiana planejando