Haiden Duas horas haviam se passado e Daphne não retornou. Eu me levantei com a impaciência dos acionistas. Eu deveria ter feito o que Daphne sugeriu. Eu deveria ter imprimido outro documento e esperado pacientemente que todos assinassem para que prosseguissem com os negócios. Mas eu estava tão furioso com ela que não pensei duas vezes em mandá-la para casa sozinha, mesmo sabendo dos riscos que ela corria. — Pelo jeito, a Daphne desviou o caminho – Natalia disse sorrindo em seguida. — Você acha que isso é uma piada Natalia? – Deixei a irritação guardada há tanto tempo florescer em meus lábios – a Daphne não faria isso. Algo aconteceu. Liguei para o celular dela. Estranhamente, estava fora de área. Várias tentativas em vão. Ou Daphne havia desligado o telefone, ou algo pior poderia ter acontecido. Liguei para a mansão. A voz de Rute ressoou tranquila do outro lado. — Chame a Daphne para mim – eu ordenei. — Ela não está, senhor – ela fez uma pequena pausa – achei que ela estava

Haiden Acordei com minha visão turva. Vi o semblante distorcido de Rosália e por um momento a confundi com a Daphne. Me levantei assustado. — Precisa ficar deitado, o médico já está vindo examiná-lo – Rosália disse. — Preciso encontrar a Daphne – eu disse, me levantando tão rapidamente que a cabeça girou uma segunda vez, me fazendo deitar novamente. — Você não vai para lugar nenhum – Claus interveio com o semblante furioso – você desmaiou, garoto, bem na minha frente. Eu nunca imaginei ver um homem forte como você fraquejar dessa forma. Claus estava realmente preocupado. Todos ao redor pareciam preocupados. Eu me calei. Havia passado o dia inteiro sem me alimentar, procurando pela Daphne em todos os lugares possíveis que esqueci de cuidar de mim. Isso nunca havia acontecido. — Você vai ficar aqui e eu vou cuidar disso – ele continuou dizendo – vou encontrar a Daphne para você. Claus saiu do escritório sem dar a mim qualquer chance de resposta. Eu queria me levantar e ir atrás d

Haiden Um mês havia se passado e não havia nenhuma pista de onde Daphne estava. Eu ia à empresa todos os dias e aquilo era como uma prisão. A ausência da Daphne havia aberto uma fenda dentro de mim que sangrava diariamente. Eu me via preso nesse ciclo de mãos atadas, me sentindo um completo inútil por não fazer nada para encontrá-la. Claus havia solicitado para que confiasse nele, mas há semanas eu não tinha nenhuma notícia de onde ele estava ou se ele realmente estava procurando a Daphne. Eu tentei abandonar o emprego, mas a pressão sobre mim era muito grande. Os acionistas diziam que venderiam suas ações caso eu abandonasse o cargo de novo CEO, arriscaríamos ir à falência com a minha ausência. Meu pai suplicou para que eu não desistisse. Há alguns meses, estar nessa cadeira era o meu grande sonho. Eu havia me casado com a Daphne somente para assumir o cargo que tenho hoje. Ser um grande executivo, ter muito dinheiro, não havia nada que eu almejasse mais do que isso, até eu me ap

Haiden Ramon continuava insistindo para que eu anulasse meu casamento com a Daphne e me casasse novamente. E ele já havia escolhido uma candidata, Natalia Albuquerque. Sempre foi o sonho dele me ver casada com aquela mulher, aliás meu pai queria que eu vivesse seus sonhos ao invés da minha própria vida. Eu vinha evitando falar com ele para não ter que continuar insistindo nessa história. Eu ainda acreditava que a Daphne estava viva em algum lugar e eu acreditava que Claus a encontraria e traria de volta para mim. Eu estava trancado no escritório da minha casa, pesquisando lugares ou pessoas desaparecidas. Claus não me dava notícias, ele havia viajado para algum lugar do mundo sem revelar sua localização. Ele me disse ser necessário até mesmo para a segurança de Daphne. Ninguém podia saber onde ele estava, nem mesmo eu. Alguém bateu na porta. Ordenei a entrada. De longe, vi Rosália entrar no ambiente com uma bandeja em mãos e repousá-la sobre minha mesa. Ela estava decidida a cer

Daphne A última coisa de que lembrava era caindo em um vazio sem fim. Escutava vozes perto de mim, mãos que me examinavam, uma dor aguda e insuportável em minha cabeça. Eu mal conseguia abrir os olhos, a luz era forte demais. Não sei quanto tempo se passou ou onde estou, ou como escapei daquela explosão, mas estou viva, embora sentisse minha cabeça queimando como se eu estivesse em chamas. Olhei ao redor, era um quarto pequeno, de madeira e eu estava deitada em uma cama individual. — Seria melhor levarmos até o hospital – uma voz feminina disse – ela tem uma ferida enorme na cabeça. — Sou enfermeiro, consigo cuidar dela – o homem jovem disse, quando senti sua mão tocar minha testa - além disso, não podemos nos envolver com a polícia. — Você está acordada? – a mulher com o rosto desconhecido me perguntou. Mas eu não conseguia falar, era como se minhas cordas vocais não respondessem. Então, minha mente embaçada lembrou de tudo. De Vincent tentando me salvar, do fogo me alcanç