— O senhor... Cuide da saúde. O médico disse... Gastrite... Não pode se estressar... A voz dele era tão fraca que mal se ouvia, trêmula de medo. Mas, como assistente, era seu dever falar. Um trabalho miserável.Gabriel estava tão furioso que sua sanidade pendia por um fio. Apertava os botões do elevador de forma desesperada, mas o aparelho simplesmente se recusava a subir.O visor parou no número “1”. As portas se abriram e, sem pensar duas vezes, Gabriel apertou novamente o botão da cobertura.Dessa vez, no entanto, o elevador estava programado apenas para descer. Não importava quantas vezes pressionasse os botões, nada acontecia.Gabriel ficou sem palavras...Porra! Filho da puta! Eduardo com certeza fez isso de propósito!Sacou o celular no mesmo instante e ligou para aquele desgraçado. Mas ele não atendeu.Partiu em passos largos para o elevador de serviço. O visor indicava que também estava em uso, como se alguém o ocupasse.Gabriel não tinha tempo a perder. Virou-se e foi direto

Claro, era horário de expediente, então quase não havia funcionários circulando pelos corredores.A fofoca começou entre os poucos executivos presentes na assinatura do contrato e se espalhou rapidamente entre a liderança.E, como não poderia deixar de ser, a história acabou chegando aos ouvidos de Letícia.Ao ouvir os detalhes, ela ficou se contorcendo de curiosidade e foi direto até o ministro do departamento comercial para confirmar tudo pessoalmente.Diante da Srta. Letícia, o homem não ousou esconder nada. Contou tudo nos mínimos detalhes.Letícia escutava e, ao mesmo tempo, gargalhava, segurando a barriga.— Ai, meu Deus... Meu irmão é maquiavélico demais! O Gabriel deve estar espumando de ódio agora!Vendo a Letícia se divertindo tanto com a situação, alguns dos executivos trocaram olhares, ainda um pouco preocupados.— Será que...Iisso pode afetar o projeto entre os dois grupos? O contrato foi assinado hoje de manhã, afinal. — Perguntou um deles.Letícia deu de ombros e respond

Como presidente do Grupo Martins, o escritório de Eduardo era apenas uma parte de seu território pessoal.No mesmo andar, ele contava com uma sala de descanso exclusiva, uma sala de estar, até mesmo uma academia particular, tudo completo, confortável e funcional.Ele se levantou da cadeira, caminhando com calma pelos corredores enquanto digitava no celular.Resolveu mudar de assunto por vontade própria, sem mais pressionar a garota. Afinal, já tinha se divertido o suficiente.Na cafeteria da Aurora.Beatriz tinha acabado de concluir sua resposta anterior, cuidadosamente redigida, equilibrada, pensada para não soar nem fria demais nem pessoal demais.Estava prestes a clicar em “enviar”, quando mais uma notificação apareceu na tela. Era Eduardo, de novo.[Ontem, por que você não comprou nada? Não gostou de nada? Ou achou que eu não tinha como pagar?]Beatriz imediatamente apagou o que tinha escrito antes.Aquele novo assunto... Era muito mais fácil de responder.Ela digitou:[Não é isso.