A brisa em Aspen era artificial. Eu percebi no momento em que cruzei as portas blindadas da alfândega. Um cheiro frio, químico, invadiu minhas narinas, misturado ao ozônio dos purificadores de ar que zumbiam invisíveis acima de nós. Era o preço para entrar na Alemanha corporativa — um lugar onde até o ar era fabricado.As ruas, além das barreiras, pareciam uma pintura clínica: calçadas de bioconcreto lisas como vidro, canteiros de vegetação geneticamente editada moldados em padrões geométricos, torres de aço e vidro cintilando sob um céu polido à força por drones climatológicos. Tudo supervisionado por olhos invisíveis — câmeras, sensores térmicos, sniffers de sinais, varredores de DNA.Aspen. A joia envenenada da Elite Europeia. O lugar onde a liberdade era medida em permissões, e a desconfiança era política oficial.Na Estação de Chegada, a linha de controle aduaneiro já me esperava. Detectores pesados de cibernéticos, torres de análise biológica, sniffers de protocolos Netlink — a

— Logan! — ouvi a voz de Teresa, chamando-me de volta à realidade. — Concentre-se!Outro disparo, outra explosão. Salvo detonava granadas incendiárias nos andróginos, mas eles continuavam vindo, em ondas.Pelos cantos dos olhos, vi Nyala.A garota ágil como um fantasma, já deslizando pelo chão, furtiva como uma sombra entre os monstros.Ela se esgueirou até um duto de ventilação lateral.Quando alcançou, fez um sinal rápido para mim: dois dedos apontando para os olhos e depois para a parte detrás da criatura. Ela tinha um plano.Vi Nyala se enfiar no duto e desaparecer, como se evaporasse nas sombras.Um andrógino saltou em cima de Teresa — ela rolou para o lado, atirando à queima-roupa no que seria o "rosto" da criatura, o impacto a fazendo voar alguns metros.Salvo levou um golpe de lâmina no ombro — mesmo com a blindagem na roupa, o sangue jorrou.— FODA-SE! — ele rugiu, e meteu a coronha do rifle na cabeça da aberração, esmagando-a.Ghost, ainda no terminal, berrava:— Ela está a

Projeto 1:N.E.M.E.S.I.S. (Neuro-Entropic Molecular Engineered Symbiotic Infectious Strain)(Cepa Infecciosa Simbiótica de Engenharia Molecular Neuroentrópica)Descrição:O NEMESIS é uma arma biológica híbrida, criada a partir de engenharia genética avançada com biotecnologia de simbiose forçada. Seu "corpo" é composto por nanomoléculas biológicas semi-autônomas e microparasitóides capazes de se replicar rapidamente a partir de biomassa humana.Mecanismo de Ação:Contágio: O NEMESIS se propaga pelo ar em forma de esporos quiméricos invisíveis. Bastam algumas partículas inaladas ou absorvidas pela pele para iniciar a infecção.Infecção Neural: Após entrar no corpo, os parasitóides invadem o sistema nervoso, criando uma rede orgânica paralela ao cérebro e à coluna vertebral. Isso destrói o controle motor e sensorial do hospedeiro em questão de minutos.Colapso Entópico: Em estágio avançado (10–15 minutos após infecção), os parasitóides induzem a autólise das células — o corpo literalmen

Ponto de vista de Analisa Logo que tranquilizei Logan, me virei pra duas pessoas que me encaravam com mais curiosidade e receio do que Logan. O mundo voltou a se alinhar em torno de mim como um quebra-cabeça reconstruído devagar. Minhas pálpebras se ergueram pesadas — e então, eu vi. Dois rostos. Por um instante, pensei estar sonhando. Mas não. Eles estavam ali. Meus pais. Exatamente como eu me lembrava. Jovens, intocados pelo tempo. Minha mãe ainda trazia o ventre arredondado, carregando a promessa de uma nova vida. Meu pai, firme ao lado dela, os olhos marejados de emoção. Enquanto eu... Eu havia mudado tanto. Em quatro anos, eu deixara de ser a garotinha de doze anos que eles conheciam. Meu corpo havia se transformado — mais alto, mais forte, os traços refinados pelo que havia se tornado dentro de mim. Minha presença, vibrava de um jeito novo, difícil de explicar. Eles me olharam, como se tentassem encontrar em mim a criança que haviam deixado para trás. M

Ponto de vista de Alessandro Um sorriso surgiu em meus lábios. Eu havia levado uma mulher como Kira — tão linda, tão forte, tão inacessível — ao ápice do prazer. Saber que fui eu quem a desfez por completo, mesmo que por instantes, acendeu algo visceral dentro de mim.Ela respirava com dificuldade, o corpo ainda trêmulo, a pele levemente úmida e corada. Seus olhos me encararam com uma mistura de surpresa e desejo, como se ela mesma não acreditasse no que acabara de sentir. Me aproximei devagar, roçando os dedos por sua cintura, subindo pelas suas costas até entrelaçar meus braços ao redor dela.— Você está me deixando louco — sussurrei, encostando minha testa na dela.Kira não respondeu de imediato. Apenas fechou os olhos e encostou os lábios nos meus. Um beijo lento, carregado de intenção, como se naquele momento o mundo lá fora não importasse. Suas mãos exploraram meu peito nu, sentindo cada músculo. Quando chegou ao meu pescoço, roçou os lábios ali, e um arrepio subiu pela minha e