Flores no Jardim da Vida A tarde escorria com reflexos amarelos e alaranjados suaves, pelo jardim como mel morno. Era um daqueles momentos que o coração reconhece como eternos, mesmo antes de terminar. Samanta se recostava na espreguiçadeira acolchoada de linho claro, uma xícara de café fumegante entre as mãos, e o olhar mergulhado na cena diante de si. No meio do gramado, seu pai, Joaquim, estava ajoelhado, com as calças arregaçadas e as mãos cobertas de terra adubada, concentrado como se cada flor ali fosse uma obra-prima em construção. Ao seu lado, Octávia, uma pequena bonequinha de vestido rosa com brilho, asas de fada costuradas em tecido cintilante e uma coroa torta de flores na cabeça, ria cheia de alegria, segurando uma muda de amor-perfeito entre os dedinhos gorduchos. — Com cuidado, minha princesa jardineira — dizia Joaquim, rindo com ela. — Assim, ó... faz um buraquinho bem fundo, coloca a mudinha com carinho e depois cobre com terra. — Como se fosse um bercinho, vov
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