Ronaldo — Vai me dizer ou não vai? — indaguei, ansioso. — Ela está estranha e só conversa com você. Margarida suspirou. Tínhamos acabado de acordar, e para minha surpresa, a babá informou que Emma se recusava a descer para tomar café da manhã e ir à escola. Minha paciência se esgotou. Eu queria respostas. Agora. — Ronaldo... — Seja o que for, eu vou ajudar. Mas eu preciso saber. — falei com firmeza. — Certo... ela só está assustada, e pediu para não te preocupar. Emma é um doce, e... — Margarida. — interrompi. — Eu quero saber o que aconteceu. — insisti. Ela puxou o ar com força e caminhou até a janela. Ainda de camisola, o vento bateu de frente e fez o tecido leve voar suavemente, revelando sua silhueta. Sob a luz do sol, com os cabelos bagunçados pela brisa, ela parecia uma pintura viva. — Ela quer mudar de escola. — disse de uma vez. — Está tendo problemas com as colegas. Algumas crianças podem ser... cruéis. — Eu sei disso. — afirmei com convicção. Quando se

Margarida Hoje era dia de visitar a JS. Todas as quartas feiras eu e Ronaldo vínhamos aqui, para saber como andavam as coisas e também, porque agora como eu desenho as peças, precisava entregar alguns esboços para a equipe de desenvolvimento. Quando chegamos, havia uma certa comoção no andar principal. — Oh, que bom que chegou, Margarida. — Gabriella disse, ignorando meu marido que estava ao meu lado. — Como todos sabem, amanhã é meu aniversário, eu e João daremos um jantar de comemoração, como somos amigos de todo mundo, convidei todos. — sorriu, falsamente gentil. — Ah, que maravilha, meus parabéns. — falei, segurando o deboche. — E também, faremos a revelação do sexo do nosso bebê, é um momento importante, vamos descobrir juntos se o herdeiro da companhia JS vai ser menino ou menina. — falou animada. Herdeiro? Eu deveria rir. Na verdade, quase escapou uma risada alta. Mas apenas revirei os olhos. — Seja o que for, tenho certeza que será muito amado por todos, assim