Ponto de Vista de SavageOlhei para a foto de perfil em meu aplicativo de mensagens. Ela não havia mudado em três anos. Abri seu contato e suspirei ao ver todas as mensagens que lhe enviei nesses anos, todas permanecendo sem resposta. Fui um completo idiota.FLASHBACK!Fazia quatro semanas desde que terminei meu relacionamento com Angel e passei a considerar Foxy como minha mulher. Tudo parecia caminhar bem. Angel não havia entrado em contato, mas eu me pegava admirando a foto de perfil dela.— O que houve, amor?Uma mão massageava meu braço nu enquanto eu fechava o aplicativo e contemplava Foxy, de cabelos ruivos e olhos castanhos, a mulher ao meu lado – a mãe do nosso filho ainda por nascer.— Nada, amor. Volte a dormir!Beijei sua cabeça e ela se aconchegou, mas eu não conseguia adormecer. Algo me inquietava. Meu instinto insistia em verificar Angel, mas afastei esse pensamento. Afinal, aquela vadia estava me traindo e não merecia a mínima preocupação.Logo adormeci, apenas para ser

Ponto de Vista de AngelAcordei com o som contagiante da risada de Rebel. Levantei-me com um bocejo e um alongar preguiçoso. Ao olhar para baixo, gemei e empurrei meu seio para dentro do colete, tentando me recompor. Esfreguei os olhos enquanto cambaleava pelo corredor rumo ao quarto dela – ainda sonolenta, pois a noite anterior mal dormi. Minha mente insistia em reviver o rosto dele sempre que eu fechava os olhos. Encontrei minha pequena sentada no chão, entretida com seus blocos coloridos.— Rebel! — Disse em tom cantado.Ela virou a cabeça ao ouvir, com os cabelos arrepiados em todas as direções, como os meus naquele instante. Ri quando ela se levantou e correu até o portão para bebês. Inclinei-me e a peguei, depositando beijos espalhados pelo rosto.Sempre foi uma criança alegre, embora suas birras pudessem assustar até um furacão, pois explodia de raiva em suas crises. No geral, contudo, ela era uma menina contente.— Está com fome? — Perguntei enquanto ajeitava seus cabelos despe

Ponto de Vista de Angel.Que desfaçatez a dele. Quem diabos ele pensava que era para me mandar ir com ele? Ele era um maldito piadista e estava delirando se achava que eu iria reestruturar nossa vida aqui para segui-lo como uma cachorrinha. Nem pensar.Sentei-me na cozinha, com a única fonte de luz sendo a que emanava de baixo dos armários. Não conseguia dormir, então fiquei ali, degustando uma bebida leitosa na tentativa de me ajudar a adormecer. Houve uma batida na porta. Olhei para meu celular e vi que eram dez horas da noite. Liguei a câmera, mas não vi nada.Levantei-me da banqueta e peguei minha caneca. Boomer estava alerta, mas coloquei meu dedo nos lábios e ele voltou a repousar a cabeça. Fui até a porta e a abri.— Savage, são dez da porra de…— Olá, querida.Minha boca se abriu enquanto a caneca escorregava de meus dedos. Lágrimas queimavam meus olhos ao olhar para ela.— Mamãe.Joguei-me em seus braços e soluçava enquanto ela me consolava, sua mão subindo e descendo pelas mi

Ponto de Vista de Savage.Na manhã seguinte, me encontrava acomodado em um dos sofás da sede do clube, com um café fumegante repousando à minha frente, enquanto minha mente se consumia unicamente com Angel e com minha filhinha. Na noite anterior, algumas das vadias do clube tentaram me conduzir para a cama, mas eu as despachei sem hesitar, pois para mim havia somente uma mulher e jamais repetiria aquele erro.A maioria dos clubes, mesmo que seus integrantes mantenham relações com suas senhoras, não hesitaria em se envolver com outras; contudo, esse não era o espírito do meu clube nem dos clubes irmãs, pois uma vez comprometidos, permanecíamos leais. Eu deveria ter mantido Angel presa a mim há tempos, mas fui um estúpido e ingênuo e jamais esqueceria a expressão que se estampou no rosto lindo dela quando me flagrou com Foxy.Desde então, não pus meus olhos em outra mulher, por mais que meu corpo se inflamasse de desejo, pois a única buceta que eu almejava era a de Angel. Ela representav

Ponto de Vista de Angel.Eu não mentiria e diria que não senti uma dor insuportável ao ver aquela vadia do clube falar com ele, pois a dor foi de explodir. Parecia que arrancaram meu coração do peito e o pisotearam sem piedade. Contudo, eu precisava endurecer meu coração contra esse homem, mesmo que isso implicasse ser fria e indiferente. Tudo o que eu desejava era pular sobre a mesa, arrancar aquelas extensões de cabelo desgrenhadas da cabeça dela e usá-las para estrangulá-la.Até meu papai notou minha expressão, mas eu rapidamente disfarcei e agi como se nada me incomodasse. Presumi que teria de me acostumar com toda a atenção que ele recebia. Queria dizer, ele era um homem belo, o objeto de desejo de toda mulher de sangue quente. Mas ainda doía vê-lo, mesmo quando ele tentava explicar que eu precisava cortá-lo de vez. Eu não podia me apaixonar por ele novamente.Nós havíamos chegado de volta há apenas uma hora e Rebel estava radiante por estar em um lugar novo. Eu, por outro lado, e