Pietro— Estou cansado das suas merdas, Vitória. Vaza! — grito, irritado.Ela coloca as mãos na cintura, me olhando com desdém.— Como assim, vaza? Esse apartamento é dos meus pais.Viro as costas para ela, tentando me controlar para não socar sua cara de vagabunda fácil. Meu nível de irritação está além do limite.Sai puto da casa da Angela e vim parar aqui três dias atrás.O que aquela sonsa estava fazendo com dois homens no quarto? Certamente deve ter pedido para eles fazerem aquele teatro para não sair por baixo depois de descobrir seus chifres. Duvido que ela esteja pegando os dois.Levo a mão a testa, uma dor de cabeça assassina. Não dormi direito nesses dias e já acordo com essa vadia resmungando que foi melhor assim, que agora ficaríamos juntos nessa pocilga. Até parece que eu vou ficar com alguém que dividi apartamento. Gosto de quem pode me sustentar, como finalmente consegui fazer Angela ser, usando o truque do “procurando emprego”. E quando disse isso a Vitória, a vaca com

NicolasNão fiz muitas perguntas quando fomos ao apartamento de Sandy, mas quando Killian me contou sobre o uso de magia no local tudo fez sentido e meu sangue gelou de desespero. Desde aquele sonho que temo descobrir que aquele merda está com meus poderes. Tentei acreditar que não foi real, mas sabia que acabaria mal. Agora preciso resolver isso.Meu amigo usou muito poder só para trazer a tal de Vitória a sua forma original. O merda do ex de Angela a transformou em um objeto.— Seu nariz está sangrando, Killian. — Olho do meu amigo para o corpo inconsciente da mulher na cama.— Cara, o poder dele é forte. Eu quase não consegui trazer ela de volta. — Ele passa as costas da mão no rosto, piorando tudo.Vou até uma cômoda e vasculho gavetas até achar algo para limpar. Encontro lenços umedecidos.— Temos que descobrir uma forma de pegar meus poderes de volta. O problema é que não faço ideia de por onde começar.Como poderia? Nem mesmo faço ideia do motivo para meus poderes estarem com u

NicolasFaz duas semanas que estamos nesse mundo e nenhuma resposta sobre o que aconteceu com meus poderes ou como podemos voltar. Pesquisamos bastante em todos os lugares que diziam ter informações sobre os seres mágicos que a lenda conta ter habitado esse mundo, e nada ajudou. O que não me deixa enlouquecer é ter meu anjo toda noite se entregando inteiramente a mim. Ela leva embora o medo que tenho do meu poder estar sendo usado para coisas tão sujas como o que Pietro fez com Sandy.Nem em meus melhores sonhos a imaginei tão perfeita quanto é quando caminha nua em minha direção... ou quando me chama de seu.— Feliz? Curtindo a milha mulher? — Pietro surge sentado em uma poltrona preta que não faz parte do cenário onde durmo com Angela. Percebo que estou sentado na cama. Isso não é real.— Ela nunca foi sua. E sai do meu sonho. — Eu queria entender sobre meus novos poderes, e sei que você pode explicar.— Não tenho nada a dizer.— Eu quero que me diga exatamente tudo que sabe sobre

NicolasDepois de dois dias nessa tortura, encontro algo interessante nas pesquisas. Parece que havia uma instalação onde os traidores estavam ajudando a criar seres com poderes usando óvulos e espermatozoides roubados em clínicas.— Dizem que as pessoas colocavam nas fichas se tinham ou não poder, e qual tipo era — comento com Killian, enquanto ele dirige o carro da Sandy até o local indicado como a instalação.As meninas ficaram na lanchonete, onde trabalhamos apenas até o horário de almoço. Eu já me cansei dessa rotina de trabalho, avisei para buscarem substituto.— Isso tudo é sinistro. Será que conseguiram criar algum tipo de monstro?Queria ter essa resposta.Em silêncio, entramos em uma parte deserta da cidade, repleta de mata ao redor da estrada esburacada.Logo chegamos a um portão de ferro trancado com um cadeado.— O portão é velho, mas o cadeado não. — Killian comenta ao descermos do carro para abrir o portão.— Isso é suspeito. Vamos deixar do jeito que encontramos.Ele a

AngelaDias depois...Vejo a esperança sumindo dos olhos de Nicolas e Killian a cada dia que passa. A possibilidade de voltar para o mundo deles ou de recuperar os poderes parece cada vez mais impossível.E o que estamos fazendo? Bebendo. Bebendo muito para esquecer a merda que nossas vidas estão.É sábado, ainda não passa de duas da tarde, mas já estamos embriagados. A falta de esperança está nos sugando para uma vida medíocre.— Olha lá os dois indo para o quarto. Será que vão transar? — falo com a voz arrastada pelo álcool, ao ver Killian e Sandy subindo as escadas cambaleando.— Eu é que queria transar agora. — Nicolas diz me puxando pela cintura.Levo meus braços ao seu pescoço.— A gente pode se beijar?— Não houve regras sobre beijos.— Então... — Puxo seu rosto e o beijo com sofreguidão, minha língua provocando a sua.— Nick... — seu nome sai como um gemido. — Tem regras sobre chupar?— Regras? Não lembro de nenhuma.Tento me abaixar, mas ele me segura.— Eu primeiro.Desajeit