Cap.51 interesse de Kan.Samuel Kan.Confesso, nunca dei muita importância a esses testes. Provas de admissão sempre me pareceram mais uma forma de excluir do que selecionar. Mas havia algo naquele dia que me fazia querer assistir.Talvez fosse o jeito irritantemente confiante com que Mayara chegou. Talvez fosse o olhar daqueles três meninos, pequenos demais, determinados demais.Eu me aproximei da sala de vidro e perguntei à diretora, tentando disfarçar o interesse:— Por que cargas d’água essa prova é tão difícil?Ela sorriu como se já tivesse ouvido essa pergunta antes.— Porque não é uma prova comum, senhor Kan. É uma triagem. Usamos esse teste para encontrar crianças superdotadas. Mas, mesmo assim... em todos esses anos, apenas uma ou duas passam. E veja bem, estamos falando de crianças com doze anos, no mínimo.Ela suspirou, como se já estivesse acostumada com a decepção dos pais esperançosos.— Seus filhos, por exemplo... acertaram trinta por cento. Isso é um feito absurdo para

Cap. 53 primeiro dia.Mas no dia seguinte…Cenário: Kan Industries – Torre Corporativa, 78° andarMaya chegou com um blazer emprestado, um crachá improvisado e a alma pronta para sair correndo na primeira brecha.— Só preciso evitar ele. Fácil. Um prédio desse tamanho... deve ter centenas de departamentos.Infelizmente, não.A recepcionista a atendeu e então a encarou, surpresa. Todos pareciam se perguntar quem ela era por algum motivo, mas ninguém ousou lhe dirigir a palavra.— Senhora... — Maya suspirou, com a voz embargada.— Andar superior, sala presidencial. Seu crachá estará pronto ao final da tarde. Use seu cartão de identificação sempre que sair. Além disso, é proibido perambular por departamentos aos quais você não pertence. Tome bastante cuidado por onde pisa. O senhor Kan é extremamente rigoroso — avisou de forma rápida e meticulosa, enquanto Maya a encarava sem reação, gravando cada palavra como se sua vida dependesse disso.Em seguida, ela saiu do elevador e Maya a seguiu

Cap. 54 Uma loba sem controle.Minha mão subiu sozinha até a nuca dele, quente, tensa. Meus dedos se fecharam em sua pele, e quando minhas unhas afundaram ali, ele gemeu. Não de prazer. De dor. Mas não recuou, ele me encarava como se tentasse me perfura ainda perplexo com o que tinha acontecido.— Você é meu docinho. — Eu sussurrei sem controle, como se o universo inteiro estivesse me contando essa verdade pela primeira vez. E mesmo que eu quisesse fugir dela... era tarde.Ele agarrou meu pulso, firme, tentando me afastar.— Ninguém além da minha Luna vai se ligar a mim! — rosnou, com os olhos acesos de uma luz que me queimou. — Como se atreve? O que acha que esta fazendo? Você entrou aqui sabendo quem eu era e torceu para que isso acontecesse? Não estrague minha vida mais do que já foi estragado.A dor em sua voz me cortou. Ele levou a mão ao próprio peito, como se quisesse arrancar o sentimento do corpo. A rejeição dele foi um choque gelado que me tirou o ar por um momento. Mas... p

Capítulo: 56 Entre Dor e RevelaçõesA porta foi arrombada com um empurrão seco. Cael entrou primeiro, os olhos imediatamente encontrando Maya contorcida sobre a cama, como se estivesse lutando contra algo invisível. Seus cabelos grudavam na testa suada, os olhos apertados, e as mãos pressionavam a cabeça com força, como se quisesse arrancar a dor de dentro, eles pensaram que a encontrariam em sua forma lobo, mas la estava ela jogada na cama quase inconsciente.— Maya! — ele correu até ela, sentando-se na beirada da cama, tentando segurá-la com cuidado. — Ei, olha pra mim, respira! Tá tudo bem agora.Bia entrou logo depois, o coração apertado. Mas nenhum dos dois disse nada sobre o que sabiam. Aquela dor não podia ser explicada em palavras. Ela se ajoelhou do outro lado da cama e apenas segurou uma das mãos de Maya, silenciosamente.Maya parecia longe. Seus lábios tremiam e lágrimas escorriam sem controle. Era como se sua mente estivesse sendo despedaçada, e o lobo preso por anos estiv

Capítulo: 58 dureza de alpha.Acordar parecia um esforço sobre-humano. A cabeça de Maya ainda latejava com os ecos da noite anterior. A ligação. O descontrole. A vergonha. Tudo girava como um redemoinho dentro dela. Mas não havia escolha. Era hora de enfrentar o mundo — e Kan.Na cozinha, Cael preparava café enquanto Bia organizava as mochilas dos trigêmeos. Eles estavam todos mais sérios do que o habitual, como se o que tivesse acontecido com Maya houvesse afetado até o ar ao redor da casa.— Os meninos começam hoje na escola — Bia disse, quebrando o silêncio tenso. — Contratamos uma mulher de confiança para levá-los e trazê-los. Ela vai cuidar disso por enquanto.Maya assentiu com um gesto rápido, mas não falou. Sentia como se estivesse separada de si mesma, como se estivesse tentando costurar de volta algo que havia sido rasgado.Cael pousou a mão sobre o ombro dela com delicadeza.— Estamos trabalhando hoje, mas qualquer coisa, nos chama. Não se cobre demais. Você não está sozinha