Cap.131A sala presidencial estava silencioso, exceto pelo suspiro pesado de Kan enquanto se aproximava de Lana. Ela permaneceu em pé, rígida, tentando manter uma expressão confiante, mas a presença dele preenchia o ambiente, tornando impossível qualquer gesto falso.— O que você pensa que está fazendo? — a voz dele cortou o ar, firme e gelada.Lana endireitou os ombros, tentando sustentar a mentira.— Sou sua Luna… — disse, a voz tremendo levemente — por que você quer outra parceira?Kan riu, um som carregado de sarcasmo e desprezo.— Luna? — repetiu, arqueando uma sobrancelha. — Você realmente acredita que alguém poderia enganar a mim? Mesmo que meus poderes estejam limitados você sabe que é impossível copiar um vínculo e eu já tinha um quando decidi me casar com Maya, mas por causa da pressa daquela maldito casamento e todos estavam esperando, eu acabei apenas prosseguindo enquanto procurava Maya eu só não sabia que esse tempo todo, ela sempre esteve bem perto naquela época, você

Cap 133— Por mais que o senhor Alfa diga que é algo particular, a reputação do Alfa não é importante para que todos confiem nele? — um dos anciões protestou.— Sim — Kan confirmou com veracidade. — E é isso que quero esclarecer. Afinal, a minha conduta nunca foi diferente diante da matilha.— Mas como pode explicar que está, sugestivamente, tendo um caso com a irmã de sua Luna, e ela ainda estando grávida? Além disso, você tem trigêmeos! Isso é um ultraje à sua liderança de séculos, um erro que pode te exonerar e banir da matilha — e você sabe que deve aceitar isso sem lutar — o outro ancião asseverou.Kan apenas sorriu, certo de que estava em vantagem ali.— Bom... devo confessar que menti quando aceitei aquelas crianças. Mas foi apenas para evitar que confusões fossem geradas e uma busca interminável pelos meus verdadeiros trigêmeos desequilibrasse a alcateia. Por isso, decidi aceitar as três crianças que a própria Lana armou para fingir que eram meus filhos, quando na verdade são

Cap.135— Na mansão do Alfa Kan, a sala principal estava em penumbra, apenas a luz suave da lareira iluminava os rostos tensos dos três homens que a rodeavam. Lana mantinha os braços cruzados, andando de um lado para o outro, como uma loba enjaulada.Os trigêmeos bastardos — seus companheiros, guardiões e, ao mesmo tempo, críticos — a observavam com olhares de frustração.— Se Kan continuar com isso, vai destruir a todos! — rosnou o primeiro, batendo a mão na mesa com força.— Você acha que eu não sei disso? — retrucou Lana, a voz trêmula, mas carregada de raiva contida.O segundo se levantou abruptamente, o olhar em chamas.— E o que pretende fazer? Você não é a irmã gêmea dela? Não é a Luma? — ele quase gritou, os olhos faiscando. — Deveria convencer Maya antes que seja tarde demais. Ou não se importa se nosso filho nascer em um mundo arruinado? Você sabe que as chances de vencermos essa guerra estão baixas, porque não temos nada além de dois híbridos… e um deles está morrendo!— Pa

Cap.137O anexo se transformou em caos. Ecos de vozes chamando por ajuda, passos apressados, panos e água fervente — tudo acontecia em turbilhão.Lana gritava, o corpo arqueando de dor. Suor escorria pela testa, e as lágrimas se misturavam com o medo.As contrações vinham rápidas, impiedosas.— Respira, Lana… respira… — dizia uma das mulheres da ala, que era parteira, tentando mantê-la consciente.Mas a mente de Lana estava longe.Entre uma dor e outra, ela ouvia de novo aquela voz — a mesma de antes — que parecia em êxtase com o fato de ela estar tendo a criança naquele momento, como se tudo tivesse sido premeditado.Mais nítida agora, quase sussurrando em seu ouvido, a voz parecia ganhar forma. Lana continuava ouvindo:“O filho deve nascer, mas o preço precisa ser pago…”Lana gritou, apertando os lençóis com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos.E então, o som mais esperado — e mais temido — ecoou pela ala: o choro de um bebê.Ela pôde relaxar, e a voz desapareceu. Não s

Cap.139Lana tentou levantar-se, as pernas falhando, mas a força da vontade a empurrou para fora da cama.Os pés descalços tocaram o chão gelado, e ela se apoiou nos móveis, cambaleante, o corpo dolorido.Cada passo era uma luta, cada respiração, um fio. Mas ela precisava chegar lá, precisava alcançar Maya.Abriu a porta, e o corredor estava mergulhado em um silêncio macabro. Os guardas estavam congelados, as expressões fixas, como estátuas vivas.A luz da lua entrava pelas janelas, refletindo-se em partículas suspensas no ar, tempo cristalizado.Lana arrastou-se pelo corredor, segurando o lençol contra o corpo, o vestido de hospital manchado de sangue.Seus pés deixavam marcas vermelhas no chão frio.— Maya… — murmurou, ofegante. — Eu preciso… que acorde… — ela tentava encontrar o link mental com a irmã, mas não conseguia.Ela atravessou o corredor lentamente, tropeçando em corpos imóveis, em sombras que não se mexiam.A cada passo, sentia o coração disparar, o corpo mais fraco.Mas