A mão de Thane apertou inconscientemente a minha, num gesto suave e tranquilizador.— Quer saber a verdade? Então aqui está. — Começou Bailey, a voz carregada de veneno enquanto se acomodava no chão frio. — Você me enganou, Thane Blackwood. Me fez de tola. Fizemos um acordo, um acordo que você não estava disposto a cumprir. Traí meu povo por você, e o que recebi em troca?Nada.Fui patética por ter confiado em você, mas não demorou muito para a dúvida surgir. Eu vi o jeito como você olhava para ela; você nunca iria deixá-la. Mesmo assim, não tive outra escolha além de me agarrar às suas palavras. E como eu suspeitava, você não cumpriu. Quando descobri que Nyaos estava vivo, soube que precisava matá-lo; se eu não o matasse, ele me encontraria e me mataria lentamente por tudo que fiz.Mas então descobri que Caleb também estava vivo. Eu nunca esperei vê-lo de novo, mas lá estava ele. Fui capturada e torturada de formas que você nem consegue imaginar. Me diga, Thane, por que eu não deveria

Eu me lembrei do sonho estranho que tive, onde uma voz familiar continuava chamando meu nome, implorando por ajuda. Por que parecia que aquilo tinha algo a ver com esses machucados?— Você está bem aí dentro? — Perguntou Axel.— Sim, estou bem. — Respondi, vestindo rapidamente minhas roupas e voltando para o quarto para me juntar a ele. — Estou pronta......— Me entregue suas roupas; eu as guardo em segurança até voltarmos. — Disse Axel.Meus braços se cruzaram sobre o peito nu; era uma tentativa de esconder meus machucados. O que estava no quadril já tinha quase cicatrizado.— Não queremos aparecer pelados na alcateia, não é? — Falei com um sorriso.Ele riu disso; seus olhos percorreram meu corpo antes de desviar rapidamente.— Eu estava te encarando, desculpa.— Nada que você já não tenha visto antes. — Respondi, aliviada por ele não ter notado o machucado no meu tornozelo.Ele se transformou em sua forma de lobo, esperando por mim. Eu tentei, mas... não funcionava. Em vez disso, m

— Thane. Preciso te fazer uma pergunta muito incomum. — Disse a ele.— Neste momento, eu preciso de perguntas incomuns para tirar minha mente de tudo o que tem acontecido ultimamente. Pode perguntar.— Hum, desde que voltei... nós nunca... hum, fizemos isso e tudo bem se você ainda não estiver pronto. — Fiz uma pausa, ficando vermelha, porque ele estava completamente focado em mim e achou isso engraçado. — Sabe de uma coisa? Esquece.— Não, por favor, continue.— Não. — Respondi, me afastando dele e indo para o sofá.— Não seja assim; prometo que não vou rir.— Então vou direto ao ponto... quero saber por que você ainda não fez sexo comigo. Pronto, era isso que eu queria saber.Ele caiu na risada.— Você disse que não ia rir! — Exclamei, apontando o dedo para ele, mas amava ver ele rir tão sinceramente.— Desculpa. — Disse, mas não parava de rir.— Não tem desculpa, seu traidorzinho.— Não tem nada de “zinho” em mim, Riley, e você, de todas as pessoas, deveria saber disso.Fiquei sem p

Thane e Axel acreditavam que quem ajudou Bailey a escapar devia ser alguém de alta patente na alcateia — e eles estavam certos. O problema era que eles confiavam completamente em mim, nem sequer suspeitavam de mim, mesmo que só eu e Thane soubéssemos onde estava a chave. Ainda assim, preferiram acreditar que havia uma chave reserva ou alguma outra entrada para a cela que eles desconheciam.Fui eu.Fui eu quem pegou a chave e libertou Bailey.Se eu precisasse de mais provas, os ferimentos que notei no meu corpo — aqueles mesmos dos quais eu não lembrava como aconteceram — já bastavam. E mesmo assim… eu não queria acreditar. Simplesmente não conseguia.— Eu não fiz isso, Bailey. — Insisti, mas as lágrimas escorrendo pelo meu rosto contradiziam minhas próprias palavras.— Tenho certeza de que você teve um motivo.— Não, eu jamais faria algo assim.Ela bufou diante da minha resposta.— Você já fez algo parecido antes, então não venha com esse papo de “sou inocente”.— Você me fez fazer iss

Passei as mãos pelos cabelos repetidas vezes, frustrada. Eles precisavam saber, mas por causa da ordem de Bailey, eu não conseguia contar. E se eu... improvisasse?Peguei uma caneta e papel. Com as mãos trêmulas, escrevi:"Thane. Quero que você saiba de uma coisa: eu os matei. Aqueles soldados que morreram, fui eu. Fui eu quem libertou Bailey também. Ela tem esse controle sobre mim, controla minha mente, e eu nem sei como explicar isso. Eu não queria matar aqueles homens, eles não fizeram nada para merecer aquilo, mas mesmo assim eu fiz, porque ela pediu. Você não pode confiar em mim, Thane. Ela vai me usar contra você."Parei de escrever, olhando para o papel onde tinha quase certeza de que estava escrevendo. Não havia palavras, apenas linhas; era só isso que eu estava rabiscando. As palavras estavam todas na minha mente, e achei que as estivesse colocando no papel, mas na verdade estava só rabiscando coisas sem sentido.Arfei, recuando até minhas costas encostarem na parede.Não cons