Celina me encarava mas seus lábios não se moviam então eu repeti a pergunta: — Celina… a cicatriz… tem relação com esse acidente? Ela assentiu mordendo o lábio, e quando respondeu, a voz dela estava carregada de uma tristeza profunda, quase como se ela estivesse revivendo aquele momento. — Sim. Eu agonizei presa ali — disse Celina, com a voz baixa, como se revivesse a dor. Ela fechou os olhos por um instante, como se tentasse afastar as imagens da memória. Quando falou novamente, sua voz estava mais firme, mas o peso da experiência ainda pesava nas palavras. — O impacto foi esmagador. A dor foi imediata, uma dor aguda, que parecia irradiante. Eu não sabia o que tinha acontecido naquele momento, mas algo estava errado. Celina respirou fundo, os olhos marejados, mas não se deixou dominar pela emoção. Seguiu contando, tentando manter o controle, como se quisesse afastar o medo que, mesmo assim, transparecia. — O carro estava amassado de uma forma que parecia impossível de res
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