Sem dar oportunidade para a pessoa do outro lado falar, Marília desligou o telefone e imediatamente bloqueou e apagou o número.Por causa do assédio de Leandro, seu humor estava péssimo. Quando ela voltou à loja, Neide lhe disse que havia mudanças na negociação para o local na Praça do Diamante e que precisariam mudar de posição.Ir do nono andar para o térreo? Marília, naturalmente, não aceitou.A Praça do Diamante no Bairro das Palmeiras estava pronta há seis meses. Antes de sua inauguração, a Praça Internacional do Ouro era o maior centro comercial de Serenópolis, com o maior fluxo de pessoas e também os maiores índices de vendas.Mas justamente porque o comércio ali ia bem, todos os espaços estavam ocupados, sem nenhuma vacância.Depois, uma ótica que ocupava o térreo não renovou o contrato, e Marília acabou assumindo o espaço.As lojas no térreo eram bastante variadas, e, se fosse possível, Marília preferiria abrir sua loja no sexto ou sétimo andar, onde a maioria das joalherias e

Marília abaixou os olhos, escondendo a expressão em seu olhar, e disse:— Lembra quando te falei que, se você não deixasse o roteiro da Helena ser filmado, eu não iria me divorciar de você? Mas, na época, você escolheu se separar de mim.Os olhos escuros de Leandro se estreitaram ainda mais. Ele observava o rosto da mulher, com a maquiagem impecável, lembrando o que havia acontecido naquela época, inclusive o tapa. A linha de seu queixo ficou tensa por um momento.Marília levantou a mão e empurrou os fios de cabelo que caíam ao lado do rosto para trás da orelha, como se estivesse ponderando antes de falar:— Ouvi dizer que o filme dela já foi feito. Eu não quero que o filme dela seja lançado. Se você conseguir impedir isso, talvez eu considere lhe dar uma chance.Leandro ficou em silêncio por um momento, sem responder imediatamente.Marília então olhou para ele, observando as sobrancelhas franzidas do homem, e seu olhar se suavizou em um sorriso:— Se você não conseguir, não tem proble

— Mimi fez uma cena por causa disso de novo? — Do outro lado, a voz estava irritada e resignada. — Ela quer me matar de nervoso, sabe muito bem que tem tudo, e eu só tenho meu trabalho. Eu não sou como ela, não dependo de homem algum, só posso contar comigo mesma. Realizar meus projetos se tornarem realidade é o meu sonho. Se nem o direito de realizar meu sonho eu tenho, então qual é o sentido de estar viva? Leandro, você não pode sempre ficar do lado dela, não pode pensar em mim de vez em quando?Leandro interrompeu-a friamente:— O seu roteiro conta a história dos pais da Marília.Helena ficou em silêncio por um momento e logo respondeu:— A Mimi te contou isso? Ela nunca leu o meu roteiro, ela está falando bobagens, minha história não tem nenhum protótipo...— Eu li o seu roteiro.Do outro lado, a voz se calou.Leandro já tinha feito a conexão entre tudo em sua mente. Ele nunca achou que ela fosse o tipo de mulher que joga, e por causa de um incidente no passado, ele sempre se senti

Mas ela logo conteve o arrepio e se virou para sair.Cipriano colocou o chapéu e a máscara, ajeitou a aba do chapéu e a seguiu.Os dois caminharam sem rumo pelo shopping, nenhum dos dois falou uma palavra.No WhatsApp, ele parecia falante, mas agora, ao segui-la, estava completamente silencioso.Marília, com o balão nas mãos, andava à frente, também sem dizer nada. O silêncio entre os dois aumentava a sensação de desconforto e constrangimento. Depois de um tempo, Marília parou e se virou para perguntar:— Quer comer alguma coisa?Os olhos de Cipriano, negros e brilhantes, a observaram. Ele assentiu com a cabeça:— Sim.Marília o olhou nos olhos e sentiu o calor e a afeição dele. Quando a palavra "afeição" surgiu em sua mente, ela se sentiu ainda mais desconfortável e rapidamente desviou o olhar.Ela pegou o celular para procurar, em um aplicativo de comida, o que havia de bom por ali.Foi quando Cipriano falou:— Eu sei de um bom restaurante de comida japonesa aqui perto, quer experime

Helena ligou para ela, o que não surpreendeu Marília.Ela sorriu levemente, com um tom indiferente:— Por que eu não poderia voltar?Do outro lado, a respiração estava ofegante, e a voz, aguda:— O Leandro já se divorciou de você, ele é meu homem agora!— Seu homem? — Marília riu suavemente, vendo uma cadeira próxima, se aproximou e se sentou. Cruzou as pernas e sorriu de forma encantadora e fria. — O Leandro me disse que ele agora é solteiro. Pelo olhar dele, você nem sequer é considerada sua namorada. Como ele pode ser seu homem?Helena parecia ter sido tocada em um ponto sensível:— Marília, eu sou diferente de você. Você usou métodos baratos para levar o Leandro para a cama e forçá-lo a se casar com você. Eu não sou tão vulgar quanto você. Eu e ele temos um relacionamento normal, e estivemos juntos o ano todo. Mesmo sem aquele título, para as outras pessoas, já somos um casal.Marília sorriu com desdém:— Helena, por que você sempre tenta se passar por tão pura e impecável?— Eu e