Assim que cruzou a porta de sua casa, escutou as risadas do filho chegar aos seus ouvidos. Riu também se livrando do casaco e da bolsa para ficar livre e ir de encontro ao abraço de Jasper. Já sabia que ele correria para seu colo, era um garoto de ouro. O colocou no chão novamente bagunçando seu cabelo.— Espero que tenha se comportado muito bem. Não quero ouvir reclamações dos seus avós. – Brincou com o menino que negou rápido.— Eles não podem ficar bravos comigo. Eu sou o único neto. Eles me amam – Saiu correndo até o avô que jogou beijos e abraços para a filha, mas não se aproximou. Jasper havia se tornado seu mundo agora.Clarisse passou os olhos pela cozinha não encontrando sua mãe, então subiu lhe achando no quarto, dobrava seus vestidos como de costume cantarolando alguma coisa.— Mãe? – Nice ergueu os olhos — Acabei de voltar do hospital.— E o que houve? Me conte, me conte. Não me explicou nada de manhã. Sua advogada me ligou me passando as instruções e segui corretamente. E

Seus olhos ainda estavam inchados, molhados e vermelhos pelas lágrimas que não paravam de descer. O fechou pela ardência que lhe machucava na alma, o que doía ainda mais. O abriu novamente olhando atentamente para a porta do seu quarto. O sangue até aquecia no corpo quando alguém batia ali querendo entrar. Clarisse agarrou seu filho com mais força, e não soltou nem mesmo quando sua mãe surgiu com um sorriso terno, mas não consolador o suficiente.A porta foi fechada outra vez e Nice caminhou pelo pequeno espaço colocando uma bandeja na mesa perto da janela, voltou para sua filha que se escondia entre os fios de cabelo e o pescoço da criança.— Clarisse você precisa comer alguma coisa… Me dê o pequeno.— Não toque no meu filho – Pediu lentamente, sua voz suave, mas com certo medo — Não preciso comer nada. Só me deixe aqui no momento.— Não posso fazer isso, minha filha. Você tem que reagir. – Sentou na beira da cama — Ele não vai entrar nessa casa para pegar o Jasper, seu pai não vai d

Clarisse estacionou em frente ao prédio de janelas de vidro no centro da cidade. Olhou ao redor antes de voltar a entrada sabendo que não poderia entrar de qualquer forma. Mas o seu sobrenome lhe daria muitas oportunidades, certo? Vivian havia se formado no que mais sonhou, mas um emprego de desenhista de peças íntimas numa agência temporária estava lhe enriquecendo aos poucos. Será que isso tinha haver com seu marido?Sorriu de canto ao imaginar que Ronny e Vivian estavam tendo um caso, um caso que muitos compartilhavam. Vivian era sua irmã, a melhor amiga que lhe dava conselhos, inclusive, foi ela mesma quem lhe deu a ideia de ir embora com Ronny, para no final virar sua amante? Mas que ela estava achando que era? Todos os dias naquela casa de pegava imaginando o que seus amigos e Vivian estavam fazendo, pois ela estava ali, sendo a esposa troféu de um homem sem escrúpulos presa dentro de casa onde só podia se abrir com o mundo através de seus livros de romance, dedicando sua vida

Quando Clarisse voltou para casa encontrou com sua mãe logo de cara, aflita e desesperada. Seus olhos crescem rápido procurando pelo filho e encontrou Jasper nos braços de Vicent. Respirou melhor indo até lá e o pegou no colo virando para todos. Encarou seu filho primeiro beijando seu rosto, o pequeno apenas sorria lhe abraçando um pouco mais.— Estava com saudade da senhora. Quando acordei não estava lá. Minha avó disse que tinha saído. Foi falar com o papai? – Clarisse suspirou o abraçando de novo — ele te fez chorar? Não gosto mais dele.— Não precisa ficar com raiva do papai, logo mais conversamos todos juntos – Aquela frase fez todos lhe entreolharem sem entender, porém, Clarisse colocou Jasper no chão e agarrou suas mãos — Quero que faça um favor para a mamãe, pode ser?— Claro mamãe tudo que quiser.— Você lembra quando eu disse que em conversas de adultos, nenhuma criança pode se meter? – O menino perdeu o sorriso na mesma hora.— Vocês vão brigar? – Aquela pergunta deixou a

— Vivian… – Murmurou o nome dela e quando voltava a olhar para Clarisse — eu dormi mais com ela do que com você. — É mesmo? E quando começou? – Cruzou os braços.— Ela foi a minha empresa depois que voltei com Jasper. Estava desesperada porque não falava com você e exigiu que eu levasse ela até o beber. – Clarisse se surpreendeu. — Achei que meu pai tinha mandado ela, porque ele mandou outras vezes, mas eu não conseguiria comprar Vivian se caso ela fosse uma espiã.— Ela foi falar comigo? Minha melhor amiga foi atrás de mim… Ronny… — A levei para um bar e bebemos e conversamos e bebemos mais ainda e depois de fazer todas as perguntas que eu precisava para saber que ela não estava ali a mando do meu pai, acabei a levando para um hotel e iria deixá-la lá e no outro dia a levaria para você… mas bebemos mais e transamos nessa noite.Clarisse apenas o olhava… nem sabia o que dizer.Vicent assistia de longe sentado em uma poltrona, seu copo de uísque na mão. — No dia seguinte ela surtou