Enquanto saía do escritório, Tomás pensava na conversa que teria com Fabricio naquela noite. Sabia que seria uma conversa difícil, mas queria proteger seu relacionamento, tanto dos jornalistas quanto das dúvidas ou tensões que poderiam surgir entre eles.A cafeteria era discreta, dessas que se escondem em becos onde quase ninguém para, exatamente como Fabricio gostava. No entanto, a expressão de Tomás dizia o contrário: seus olhos refletiam ansiedade e seus dedos tamborilavam sobre a mesa sem descanso.— Temos que conversar, Fabricio — disse Tomás, quebrando o silêncio com um suspiro profundo.Fabricio levantou o olhar, seu semblante sério como sempre, mas desta vez havia algo de cansaço em seu olhar.— Não é a primeira vez que falamos sobre isso, Tomás — respondeu com voz calma, mas seus olhos denotavam tensão — Você já sabe o que penso sobre tornar público nosso relacionamento.Tomás respirou fundo, tentando manter a paciência. Sabia que Fabricio era reservado, sempre havia resp

— Não pude, me casaram uma semana depois e... estando lá soube da minha gravidez — as lembranças deixavam Arabella triste e desolada — havia chegado a um acordo com minha família e o cumpri, agora que sou viúva e que Terrence pergunta por você sou livre para procurá-lo e foi isso que fiz.— Tudo isso é... incrível... um filho — Callum ainda não consegue acreditar — você tem alguma... foto?— Sim! — ela se mostrava entusiasmada e lhe mostrou centenas de fotos e Callum estava maravilhado e triste por perder as etapas de seu filho.Callum estava sentado diante de Arabella no elegante restaurante olhando a foto de seu pequeno com um sorriso enorme diante da tela, Callum não hesitou e passou para seu telefone para mostrar a Isabel mais tarde. Havia passado muito tempo desde a última vez que se viram, e embora suas palavras fossem amáveis, a expressão de Arabella revelava algo diferente. À medida que jantavam, e ela lhe contava sobre seu filho, esperou o momento ideal para dizer o que hav

Naquele instante, Fabricio se inclinou em direção a ele e o pegou pela mão. Seu toque foi firme, transmitindo uma sensação de estabilidade e calma.— Você não vai desistir, não vou deixar. Este é seu sonho, sua vida. Se algo caiu, vamos reconstruir, entende? — disse, com uma determinação inabalável em seus olhos.— Eu... — Tomás se via quebrado e vulnerável, Fabricio jamais o havia visto assim de forma tão crua. A máscara alegre de Tom havia caído e agora restava este homem ferido e desiludido quase como se fosse uma criança pequena — não estou certo de que funcionará, Fabri.Tomás sabia que era odiado por sua família e sempre pôde mascarar isso com alegria e risos... piadas e amor por parte de seus amigos, especialmente Julieta, sempre contou com ela e sua família apesar de saberem quem ele realmente era. Nunca se importaram. Ainda bem que ela não estava no país ou colocaria em seu lugar todos aqueles que o machucavam. Assim era sua amizade.Fabricio se levantou e, sem soltar a mã

Julieta caminhava de um lado ao outro no corredor do hospital. Estava há uma hora esperando Max terminar seus exames e, para matar o tempo e acalmar seu desejo, se dirigiu à máquina de salgadinhos. No entanto, a maldita máquina decidiu roubar seu dinheiro e deixá-la sem suas batatas.Franzindo a testa, Julieta bateu no vidro da máquina com frustração.— Vamos! Me dê minhas batatas! — murmurou irritada — Você é uma máquina má! Sequestra batatas!O corredor estava vazio, e ela aproveitou para dar mais alguns socos. Mas nada, a máquina se negava a dar suas batatas.Estava disposta a abandonar a missão e ir por um sanduíche na cafeteria, mas não era o que queria. Além disso odiava se afastar de Maximiliano quando estava com seus exames de revisão. Estava tão perdida em seus pensamentos quando de repente alguém, do outro lado, deu um soco forte no vidro da máquina. Julieta deu um pulo, protegendo instintivamente sua barriga crescente, e deu um passo para trás vendo o homem que havia bat

Julieta estava na cafeteria do hospital comendo algo quando Jameson se aproximou dela e começaram a rir, ele contava uma de suas últimas anedotas no trabalho. A risada dela ecoava pelo lugar, e sua expressão era tão natural e relaxada que chamava a atenção de quem estava ao redor."Sempre é tão linda" pensou Jameson, sem se importar que ela estivesse grávida de outro homem. Sempre esteve apaixonado por Juliette."Se ao menos ela me desse uma oportunidade a faria muito feliz" continuou divagando o homem em sua mente.Max, que acabara de entrar, a observava de um canto. Franziu a testa ao ver a familiaridade entre eles. "Desde quando ele era tão engraçado?" pensou, com uma pontada de incômodo e ciúme. Já era a terceira vez que encontrava Jameson perto de Julieta e não importava o que lhe dissesse, ele não parava de visitá-la, mandar flores ou comida ao hospital.Sem esperar mais, caminhou em direção à mesa com passos seguros e sem perder Julieta de vista, que estava absorta demais na