Se levantou da cadeira com movimentos lentos, ainda assimilando a notícia.— Está bem — disse em voz baixa, incapaz de sustentar o olhar por mais tempo — Vou me preparar.Julieta não respondeu, apenas o observou se afastar com passo cansado em direção ao seu quarto. Quando ele desapareceu pelo corredor, ela soltou um suspiro longo e profundo. Não havia sido fácil tomar esta decisão, e embora a dor continuasse presente em seu coração, sabia que não podia ficar de braços cruzados. Não podia deixar que Max se desvanecesse assim.Duas horas mais tarde, como Julieta havia planejado, ambos estavam sentados no carro rumo ao aeroporto. A bagagem estava carregada, e a distância entre eles, embora física, já não parecia tão intransponível. Julieta olhava pela janela, perdida em seus pensamentos, enquanto Max a observava de relance, notando como seu perfil refletia uma mistura de determinação e esgotamento.Maximiliano, pela primeira vez em muito tempo, sentiu uma fagulha de esperança se acen

Começaram o dia muito cedo para os exames de Maximiliano, Julieta havia saído para comprar o café da manhã para ambos e comeram em silêncio, ao meio-dia era a vez de Julieta fazer sua revisão e fiel à sua palavra Maximiliano deixou alguns exames para o dia seguinte para poder estar com Julieta e o bebê. Não queria perder nada.— Está com fome? — pergunta Max — acho que deveríamos começar a trazer lanches.— Estou bem, se ficar com fome te aviso — solta uma risadinha nervosa. Nunca havia tido a atenção de Maximiliano desta maneira — vi uma casa na internet que gostei, marquei para vê-la amanhã.— Bem, também acho que devemos comprar um carro. É mais fácil se locomover — comenta Max — e se o bebê nascer aqui é melhor estar preparados. Quer arrumar um quarto para ele ou quer dormir com o bebê? Li que é recomendável que durma com você e é mais fácil para você nas noites — quando Max se deu conta do que estava dizendo suas bochechas adotaram uma cor carmesim e rapidamente olhou para outr

Tomás e Fabricio voltaram na noite seguinte para jantar com ambos e Max estava calado, mas já não era hostil. Tentou estabelecer uma conversa trivial e Fabricio permitiu, não assim com Tomás, que estava mais relutante em deixá-lo entrar em seu círculo privado depois de seu comportamento com Julieta todos esses anos. Entendia e respeitava Julieta por fazer isso por Max, mas não via por que viver aqui com ele quando podia ter voltado para Nova York com ele ou para Londres com seus pais.Em um momento em que Julieta se desculpou para ir ao banheiro, Maximiliano se abriu com ambos.— Desculpem... sei que me comportei como um idiota — Max engole em seco nervoso — pode ser que não a mereça, na verdade, sei que não, mas sei que ela é minha e a amo e vou reconquistá-la e criaremos nossa filha juntos.— Se ela te aceitar não tenho nada a dizer, a faça chorar e conhecerá o inferno — adverte Tomás, apontando para ele com o indicador em uma clara ameaça — já basta de ela chorar por você, vou le

A manhã na cidade estava fria e nublada. Isabel, acostumada à quietude no ambiente que o relacionamento com Callum lhe proporcionava e que estava sendo eclipsado por seu trabalho, não sabia se seus pais tinham algo a ver com isso, mas a preocupava, ele sempre minimizava e lhe dava um sorriso que não chegava aos seus olhos cansados e isso a doía porque ele não se apoiava nela tanto quanto pedia a ela que fizesse.Isabel pesava não poder ajudar mais a Callum, ele mesmo a estava deixando de fora. Isabel havia tido medo de acertar em sua suspeita então ainda não havia ido ao médico.Naquela tarde havia ido buscar o correio e o selecionou como sempre fazia. Quase trabalhava em casa porque seu chefe não estava e tinha um horário flexível que podia manejar de casa enquanto ele se curava com Julieta em Genebra e isso a fazia muito feliz. Não havia perdido a comunicação com sua amiga e depois do que Julieta fez, isso simplesmente as uniu mais, Isabel sentia uma profunda fidelidade por Julieta

Isabel não sabia como manejar a notícia do filho de Callum, ele imediatamente pegou o telefone e ela o olhava enquanto falava com quem quer que estivesse do outro lado do celular, disse que não se preocupasse com nada que ele resolveria tudo. Às vezes recebiam correspondências desse tipo, mas o remetente nunca tinha um selo de uma família aristocrática e isso assustava Isabel.Um filho... estando trancada em seu quarto, esperando que Callum chegasse, pôs a mão em seu ventre sentindo o peso de suas suspeitas. Adormeceu esperando o duque e este não chegou. Não conseguiu se afastar do telefone toda a noite tentando se comunicar com Arabella.Os dias passaram em um sussurro inquieto para Callum e Isabel. Haviam aprendido a construir uma bolha de calma ao seu redor, afastados dos olhares críticos e das opiniões não solicitadas.Isabel sentia que haviam se fortalecido em silêncio, compartilhando pequenas vitórias cotidianas. Callum continuava trabalhando longas horas como duque, mas sempr