Ele estende as correntes para que eu as pegue, mas Kaia balança a cabeça em recusa, e Jaxon as recolhe diante da negativa dela.— Não vou permitir que seu vínculo com minha filha seja manchado pelo sangue dele, Knox. Você pode assistir, mas não deve se envolver. — Fui clara?As chicotadas continuaram, e o sangue espirrou pelo chão enquanto ele gritava de dor, sem demonstrar qualquer intenção de pedir perdão por seus pecados.Sem vontade de se arrepender.Não havia remorso nele, nenhum sinal de culpa. Ele sabia o que teria feito... e, mesmo assim, continuava a mentir.Kaia aplicava uma forma peculiar de tortura. Ela permitia que Jaxon o castigasse, apenas para levantar a mão em sinal de pausa, deixando o processo de cura de lobisomem de George começar a agir.E então, ela reiniciava a punição assim que ele se recuperava o suficiente para não desmaiar. Era implacável, mas eficaz.— Por favor... — Ele balbuciou, cuspindo sangue pela boca.— Você acha que pode tocar na minha filha

Segurando o pedaço de papel em minhas mãos, Kit voltou a perguntar sobre o endereço.O GPS não conseguiu encontrar nenhuma propriedade ao longo desta estradinha.— Tem que ser por aqui. O que sua mãe disse exatamente? — Kit perguntou enquanto ampliava o mapa do GPS.— Só que eu saberia quando visse.— Isso não ajuda muito.— Sabe... Acho que é ali. — Meus olhos examinaram a linha das árvores por onde havíamos passado em alta velocidade.— Onde?— Ali, na floresta. — Eu bati no vidro da janela.Sempre que dávamos a volta e passávamos por essa estrada, eu tinha a sensação de que o lugar era aqui. Só que não era possível ver nada da estrada.— Acho que vamos ter que fazer o resto a pé.— Você está falando sério?— Ela está escondida, e que esconderijo melhor do que uma floresta densa e escura?— Isso não está ajudando muito meu lobo a confiar nisto, Ruiva. — Ele resmungou enquanto parava o carro da matilha na beira da estrada e deixava em ponto morto.Os olhos dele olharam novamente para

— Sim. — Ela respondeu baixinho, movendo-se devagar até sua cadeira, com a bengala batendo contra o piso de madeira.— Por quê?— Viver escondida cobra seu preço.— Escondida de quem?— Sua mãe não lhe contou? — Um suspiro alto escapou dela, pois até sentar-se parecia doloroso.— Não, ela disse que você responderia às minhas perguntas, que seria bom ouvir o que você tinha a dizer. Que me ajudaria a entender por que ele teve que morrer.— Quem?— Abel...— Vou responder às suas perguntas, mas primeiro, ele precisa beber isso.— Não, eu não estou disposta a permitir que ele beba isso...— Então, sua viagem até aqui foi em vão. — Ela virou o rosto para o outro lado, voltando a atenção para a janela panorâmica, dando por encerrada nossa conversa e visita.— Tudo bem... lamentamos tê-la incomodado. — Segurei a mão de Kit e comecei a puxá-lo em direção à porta da frente.Eu não deixaria Kit se machucar, não com o que havia naqueles frascos... Teríamos que encontrar nossas respostas de outra

—Eu não faria isso...— respondi sem hesitar. — Depende do que eles têm sob controle e que você deseja proteger. Todo mundo tem um preço, todo mundo tem uma fraqueza. Você é uma loba curandeira, seria contra sua própria natureza não curar. Só espero que se cerque de pessoas em quem confia plenamente, que nunca explorariam sua força para benefício próprio." Seus olhos se voltaram para Kit, enquanto um rosnado de insatisfação escapava dele.Suas palavras ecoavam as de Jaxon, quando ele me alertou sobre como meu poder poderia ser usado para o mal.— Vocês precisam ir agora, eu preciso tomar meu tônico novamente...— Venha conosco, meus pais podem cuidar de você. — Insisti. Ela não podia continuar vivendo assim. Aquela não era vida para uma Luna, muito menos para uma que havia escapado com coragem dos horrores de sua própria alcateia e de seu companheiro.— Não, eles não podem.— Vamos, Red, nosso tempo acabou. — Kit sussurrou em meu ouvido enquanto me erguia de seu colo e se levantava atrá

— O quê? — Josie se virou para mim, a incredulidade estampada em seus olhos. Já Kaia, por outro lado, não demonstrava o mesmo choque que sua filha.— Você tem certeza disso? — Sim, eu não esqueceria o rosto que assombrou minha juventude. O rosto que exterminou uma matilha inteira — respondi, de mandíbula travada enquanto estudava a fotografia mais uma vez.Soltei um longo suspiro. Não havia dúvidas. — Não, isso não pode ser verdade... ou pode, mãe? — Josie se inclinou em minha direção, seus olhos fixos na fotografia como se ela pudesse encontrar algo que eu não tinha visto.— Kit, você deve estar enganado — insistiu, como se eu pudesse me enganar sobre algo tão importante. — Acredite em mim, Red, eu daria tudo para estar errado.— Ele estava sozinho? Foi ele quem fez isso sozinho? — Kaia perguntou, sua voz impregnada de uma tristeza profunda. Ela não estava tentando defendê-lo, nem parecia questionar minha certeza. Não, ela sabia do que ele era capaz. — Eu... — Fechei os olhos, pe