Aisha FuryA confusão acabou me afastando de Eron, mas continuei lutando. A espada na minha mão subia e descia, cortando os inimigos que se aproximavam. Os músculos gritavam com o cansaço, a força, e o sangue agitando em minhas veias em cada movimento da espada, cada passo, cada grito de dor.A magia de um bruxo me paralisa e desespero toma conta de mim. Respiro fundo, arfando, meus olhos afiados observando-o se aproximar.— Vem gracinha, você é mais útil com a gente — fala um bruxo de olhos brancos e dentes podres.Asco sobe por meu estômago, mas rosno para ele.— É melhor me lagar, seu verme! — Ameaço, mas ele ri da minha reação. — Ou você vai fazer o quê, gracinha? — Ele segura minha face com seus dedos imundos e aproxima sua face com bafo nojento.— Larga a garota — alguém ordena, mas em vez de sentir alívio pela ordem, meu estômago se aperta. É o mesmo homem que tentou me capturar no meio da rua. — Deixa ela comigo.O homem dá de ombros e se afasta, mas continuo imobilizada pela

Eron Kall FuryEnquanto corro, desesperado, ao encontro da minha mulher, o cansaço muitas vezes ameaça me tomar. Mas me mantenho firme.O cheiro dela atrelado ao cheiro de Max pelo caminho, me deixa duplamente assustado, imaginando o que ele poderia fazer com Aisha. Ele poderia descontar na minha esposa sua raiva e frustração. E só de pensar nessas possibilidades, minha energias são renovadas.Quando chego a alcateia de Max, a mesma que eu não pisava há mais de doze anos, eu tenha certeza de que ela está ali. O seu cheiro está mais forte e o chamado no meu sangue mais intenso. Mas foi o cheiro de medo que me fez me transformar em semilobo.O que Max poderia estar fazendo com a minha esposa?Com ferocidade, invado a cabana onde ele a havia escondida, deitada no chão duro, assustada, e ainda ameaçando-a a... Minha magia desacelera seus movimentos, ao mesmo tempo que eu destruo a cabana como forma de extravasar pelo menos um parte da minha raiva.— Saia de perto dela, seu desgralçado! —

Aisha FuryEnquanto corro pela floresta, as lágrimas correm livres por minha face. Levo minha mão até a barriga reta. “Meu filho.” Nosso filho está crescendo ali.Gostaria tanto que esse momento viesse quando estivéssemos em paz, Eron em segurança, pronto para me ajudar a criar nosso bebê com amor e carinho no lar que construímos no clã dos Fury, mas não...Minha mente volta nas noites quentes que tivemos, o quanto nos amamos desde o nosso casamento. É lógico que ficaria grávida, mas não pensava nisso quando me entregava a ele, ou se pensava... a possibilidade era como um sonho bonito que aconteceria em algum momento no futuro.O poder de Eron explodia a floresta em fogo a alguns metros de distância, pelo menos ele está vivo enquanto eu corro e fujo como uma covarde.Quando já estou longe o bastante, paro no meio da floresta. Olho para as copas das árvores tão fechadas e chegam a engolir a luz da manhã. Estou perdida. Não sei para onde ir. Não conheço a floresta, não sei para que lado

Aisha FuryMarcharemos para a cidade de Cindra em breve. Elira abriu um portal para a fortaleza. Respiro fundo e coloco minha mão sobre o meu ventre. Não contei a ninguém sobre o bebê, se fizesse isso, teriam outras pessoas tentando me convencer a não marchar para a guerra, mas não faz sentido para mim, ter treinado tanto para lutar ao lado do meu marido, e quando realmente importa, eu não estar lá.— Precisamos libertar Eron — ouço a voz de Elira ao meu lado e viro meu rosto, encarando a sua face.— Você será meu canal até ele.— O que quer dizer? — O vento da tarde atinge a minha face, quente e delicado. O total oposto do que me espera.— Sabemos que Eron está na fortaleza, mas não sabemos exatamente onde, então vou usar o seu vínculo com ele para nos guiar.Aceno em concordância.— Está pronta? — questiona.— Sim, Vamos acabar com esse bruxo de uma vez.— É assim que se fala — Elira oferece um sorriso e se afasta, indo falar com outro componente do exército que irá adentrar a fortal

Aisha FuryO som das espadas ecoa como trovões nos corredores tomados pela guerra.Cada golpe que dou tem o peso da promessa que fiz, a de não recuar, não enquanto ainda houver esperança.Meus braços ardem, mas a lâmina em minha mão não vacila. Corto o ar com precisão, bloqueio o ataque de um bruxo e giro o corpo para desferir um golpe certeiro em seu flanco. Ele grita e cai, mas não há tempo para respirar.Outro se aproxima, os olhos negros cheios de ódio.Ele invoca labaredas roxas nas mãos, mas eu sou mais rápida. Lanço-me para o lado, escapo do fogo estranho e o derrubo com um chute na garganta. Cravo a espada no peito dele, que o atravessa e atinge o chão. Fim.Ergo os olhos e vejo a destruição por toda parte.O que era uma fortaleza imponente, agora é um labirinto de guerra. Teto rachado, colunas tombadas, corpos e cinzas espalhados como lembranças de um pesadelo que ainda não acabou.No meio do caos, reconheço uma silhueta familiar: Riven.Ele está ajoelhado ao lado de um dos n