POV DO AUTOR— Você não pode deixar que ele o machuque. — Disse Laika, aconchegando a pequena Claudine, de dois anos, nos braços.Ela sabia que Karim não pouparia Morpheus quando o visse, e se colocasse entre os dois para tentar o defender, só deixaria Karim ainda mais desconfiado. Karim não gostava nem de ouvir os nomes de Laika e Morpheus na mesma frase, quanto mais ver Laika defendendo Morpheus. Ela sabia que não sentia absolutamente nada por Morpheus, mas sua raiva por ele já tinha desaparecido, e o homem que viu algumas semanas antes era alguém lidando com a culpa, não um sequestrador ou assassino.— Luna, você sabe como o Alfa Karim é quando coloca uma coisa na cabeça. Venho tentando acalmá-lo, mas ele ainda tem uma velha rixa com Morpheus. — Respondeu Sekani.Laika era o antídoto de Karim. Sempre que ele estava prestes a perder o controle, ela conseguia acalmá-lo. Mas, desta vez, não parecia funcionar. Karim estava sedento por sangue, e tudo o que queria era o sangue de Morpheus

MORPHEUSEu não me importei com a multidão nem com os dançarinos no centro, fui abrindo caminho, empurrando quem estivesse na minha frente, o que me rendeu alguns xingamentos e olhares duros. Os homens haviam desaparecido no meio das pessoas, e eu segui o cheiro de Mildred. Assim que deixei a multidão para trás, já não os via mais. Eu tinha certeza de que reconhecia um dos homens, era o mesmo que entrou na estalagem enquanto jantávamos. Eu soube que ele parecia suspeito, e agora meus receios se confirmaram. Olhei em volta, mas não havia sinal deles. O festival acontecia no centro da cidade e era cercado pelas barracas do mercado. Eu teria que vasculhar cada canto para descobrir onde estavam escondidos.Um som chamou minha atenção e eu o segui rapidamente. O cheiro de Mildred ficou mais forte quando virei em um beco. Ao fazer a curva, vi uma carruagem se afastando do mercado. Não precisei que ninguém me dissesse que a princesa estava ali dentro, conseguia ouvir seu grito abafado. Cinco

Naquele momento, eu já não sabia se queria que ele nos alcançasse ou se torcia para a carruagem fugir, o que parecia quase impossível. As lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto eu observava. De repente, muitas coisas começaram a fazer sentido. A velocidade dele, a força, o olfato e a audição aguçadas. Ele já tinha me dito que me encontrou pelo meu cheiro, e às vezes dizia que meu cheiro era forte demais. Balancei a cabeça. Os olhos que escureciam quando estava furioso, a fúria dele, o porte físico.Como é que nunca me dei conta de tudo isso antes? Ele também me fez uma pergunta sobre lobisomens um dia, e eu nem lembrava o que respondi. Não prestei atenção porque já estava apaixonada por ele e nada mais importava. Marcus gritou quando o lobo Morpheus se aproximou da carruagem, mas o grito pareceu distante.Meus olhos se fixaram no lobo e, por um instante, ele olhou na minha direção, como se estivesse falando comigo com os olhos. Fechei os meus. Isso não estava acontecendo. Eu não es

— A rainha! A rainha! — Gritou Marcus, fazendo Morpheus parar no ato.Franzi o cenho, confusa. Será que Marcus estava delirando ou falando de outra coisa?— Do que você está falando? — Perguntou Morpheus, levantando o queixo de Marcus com a ponta da espada.— Eu trabalho para a rainha.— Qual rainha?— A rainha de Obion.— Minha mãe? — Perguntei, ainda confusa.— Sim. — Respondeu Marcus, assentindo.— Ele está mentindo. — Declarei.Morpheus o encarou por alguns segundos e depois balançou a cabeça.— Não, ele não está.Fitei Morpheus com indignação. Ele também estava ficando louco?— Como assim ele não está mentindo? A única rainha de Obion que conhecemos é minha mãe. Por que você acha que ela mandaria me sequestrar?— Já matei muitos homens e tenho experiência suficiente pra saber quando alguém está mentindo e quando não está. Isso não é uma mentira, ele está dizendo a verdade.— Bravo. Eu cheguei até aqui mentindo que meu nome era Viviana e você não descobriu. Como pode saber que esse

Gregor parecia prestes a protestar, mas não disse nada. Ele conduziu Karim e alguns de seus homens até o cômodo onde guardava o mapa. Sekani vinha logo atrás, mas parou e balançou a cabeça.— Esses dois nunca vão se dar bem.Mais tarde, Karim, Gregor e seus homens estavam reunidos em volta de um mapa, em uma sala cheia de armas. Karim fez algumas marcações no mapa.— Onde foi que você disse que o viu mesmo? — Perguntou Karim, sem levantar os olhos.— Em Azoth. — Respondeu Gregor.— Ótimo. Agora, isto aqui é Obion. — Disse Karim, desenhando um círculo em uma parte do mapa. — Há cinco caminhos para sair do reino. — Ele mostrou as cinco estradas que levavam para fora do reino. — Por qual delas você acha que ela saiu?Gregor suspirou.— Já sabemos onde ela está. Só precisamos ir até Azoth e trazê-la de volta.— Quem foi que te fez guerreiro? — Rosnou Karim, encarando-o.— E quem fez você? — Retrucou Gregor. — Você não é meu superior, e podemos resolver tudo isso sem você. O únic