ALFA KARIMA batalha mostrava-se feroz e, mesmo em desvantagem numérica, não recuamos. O exército de mortos de Erika irrompia em ondas sucessivas. Empenhei-me com cada fibra do corpo enquanto a bruxa permanecia ao meu lado, rasgando clareiras entre os inimigos. Um feitiço obscuro partia das mãos dela, reduzindo esqueletos a fragmentos que se dissipavam, mas eram inúmeros. Do outro flanco, meus homens sustentavam o confronto; mal conseguíamos conter aquela horda funesta.O ferimento no abdômen da bruxa voltara a sangrar à medida que ela forçava o Poder, e ver-lhe o rosto pálido revolvia-me o estômago: não suportava que consumisse o que restava de suas forças.— Consegue lutar com as próprias mãos? — Perguntei, decepando um esqueleto que avançava.Ela se curvou, pressionando o ventre com um gemido contido.— Posso tentar. — Respondeu, com a voz rouca.— Você não pode continuar usando esse Poder. Isso vai matá-la. — Lancei minha espada contra um esqueleto que surgira sorrateiro por trás d

PONTO DE VISTA DA AUTORAMorpheus puxou a espada que trespassava Sra. Theresa. O corpo dela tombou no piso de pedra com um baque surdo.Ao perceber a mãe estirada e o cântico rompido, Erika ergueu-se no centro do templo e bradou uma palavra arcana. No mesmo instante, o exército de mortos disparou para fora, abrindo-lhe caminho de fuga.A visão de Karim mantinha-se turva, mas ele continuava lúcido. Reconheceu a silhueta do homem que matara Sra. Theresa aproximando-se.Morpheus correu até Karim, que jazia no chão, virou-o de bruços e pousou a palma contra sua coluna. Cerrou os olhos e murmurou um encantamento. O talho nas costas de Karim iluminou-se enquanto as palavras ecoavam. Logo depois, ele foi tomado por uma tosse violenta. Morpheus afastou a mão, e Karim virou o rosto para encará-lo, testas franzidas.— Você? — Murmurou.Morpheus apenas estendeu a mão.— Podemos nos matar depois. Agora precisamos unir forças para derrotar o inimigo em comum.Karim agarrou-lhe a mão e ergueu-se. En

— Tanto faz lutar limpo, né, Erika. — Eu disse.Ela deu um sorriso sinistro. — Desculpa, eu nunca lutei de forma justa.Ela veio para cima de mim, balançando a espada na direção da minha cabeça. Dessa vez, inclinei o corpo para trás, e a lâmina passou a poucos centímetros do meu rosto. Fui direto na mão dela. Se eu conseguisse arrancar aquela espada, estaríamos em pé de igualdade. Agarrei a mão dela, torci e a joguei por cima de mim. Ela caiu no chão com força, mas continuou segurando firme a espada.— Não importa como você luta, Erika. Você nunca foi justa mesmo, mas o mais engraçado é que você nunca vence. Eu sempre venço. Toda maldita vez.Aquilo a enfureceu, e ela avançou contra mim, golpeando com a espada em uma fúria maníaca, mas eu fui rápida o suficiente para desviar de todos os ataques. Ela fez um movimento que me enganou. Esquivei do golpe da espada, mas era o meu rosto que ela queria atingir. Ela me socou no nariz, e eu cambaleei para trás, segurando o rosto enquanto o sangu

Ao me lembrar da minha mãe agora, percebo que ela tinha muito medo do meu pai. Era uma mulher quieta, que só falava quando alguém falava com ela. Eu fui tão treinado para reprimir emoções que mal guardava lembranças na mente, e esqueci quase tudo da minha infância. Mas uma coisa agora estava clara para mim: meu pai nunca amou minha mãe. Ela era apenas uma reprodutora para ele, e eu não consigo imaginar o que ela deve ter sentido.De repente, senti uma necessidade urgente de saber mais sobre meus pais. Eu queria entender como meu pai tratava minha mãe. Queria saber mais. Morpheus achava que foi traído, mas quem foi enganado fui eu. Nunca senti nada parecido com amor até conhecer Laika.— Então, quando cheguei no Bando Titã, vi sua semelhança impressionante com seu pai, e te odiei instantaneamente. Estava com raiva por não poder dizer tudo o que queria a ele, já que estava morto, então decidi me vingar de você do meu jeito. Achei que te machucar aliviaria a raiva e o ódio que eu sentia p

ALFA KARIMVoltamos ao reino de Morpheus no raiar do dia. Ari estava lá, nos degraus da cabana, esperando por nós. Morpheus desceu imediatamente assim que chegamos e entrou.— Chamei o embalsamador para preparar o corpo até você voltar. — Disse Ari, sem olhar para ele. — Também informei o rei sobre a morte dela, e ele disse que o funeral será realizado quando você retornar. — Ela olhou para nós. — Alfa Karim, contei tudo ao rei, e ele pediu que você se encontrasse com ele assim que voltasse.— Obrigado, Ari. — Respondi, incapaz de encará-la.Meu coração se partiu quando vi que ela começou a olhar ao redor. Eu sabia que ela estava procurando por Jago. Isso fez meu peito doer ainda mais, e senti vontade de chorar de novo, mas precisava ser forte por ela.— Onde está o Jago? — Ari perguntou, desconfiada.Entreguei Laika para Sekani e desci do meu cavalo. Ele a carregou para dentro da cabana.— Ari, ele está em um lugar melhor agora.Os olhos dela se encheram de lágrimas quando o choque a