ALFA KARIM Um vulcão estava em erupção na minha cabeça, e eu não conseguia entender o motivo. Era muito difícil tentar fazer as coisas sem ser culpado. Não me importava com o que as pessoas pensavam sobre o que eu fazia. Sou o Alfa e faria o que quisesse, mas não aguentava quando Power me repreendia. Ele estava agindo de forma estranha e se afastava de mim com frequência. Andava para cima e para baixo pela margem do rio, pensando no que tinha acabado de acontecer. Não sabia se me arrependia de minhas ações ou não. Eu estava sempre confuso ultimamente. Lembrava de tudo sobre Laika. Lembrava que lutei por ela e lembrava quando transamos, mas todas essas coisas me irritavam agora, e eu me perguntava como eu estava tão apaixonado por ela naquele momento, mas agora, tudo o que eu sentia por ela era ódio. Tudo o que podia deduzir foi que eu estava sob seu feitiço por muito tempo, e agora isso tinha desaparecido de meus olhos. Se ela não estivesse carregando meu herdeiro, eu teria quebrado

ALFA KARIM Engoli de uma vez a caneca enorme à minha frente e a bati com força na mesa. Não havia ninguém no bar, só eu ali. Sra. Lena estava num canto, olhando para mim com horror estampado no rosto. Eu tinha mandado todos embora quando cheguei e concordei em pagar por todas as bebidas do estoque dela. Tudo o que eu queria era beber até cair no esquecimento, e foi o que fiz. Não sabia o que aconteceu comigo. Havia duas pessoas na minha cabeça. Eu estava ficando louco e furioso sem motivo. Num minuto, eu me odiava; no minuto seguinte, odiava todos os outros. Neste momento, me arrependia de ter tratado Laika mal; no minuto seguinte, eu a odiava com todas as minhas forças.Eu estava ficando louco e com uma vontade de correr. Mas não sabia para onde. Na noite passada, mudei para a forma de Poder e corri uma longa distância, mas isso não ajudou a aliviar o peso no meu coração. Derrubei outra caneca com força e estendi a mão para o barril de cerveja diante de mim, mas alguém o pegou. Leva

ALFA KARIM Corri o mais rápido que minhas pernas podiam para sair da floresta.Ninguém estava acordado. Entrei direto na minha tenda imediatamente, procurando por Laika, mas nem ela, nem seus pertences estavam lá. Eu sabia que ela tinha saído da tenda depois que eu bati nela, mas ver o quarto sem sua presença me fez querer cair de joelhos e gritar. Revirei todos os lugares ao redor da tenda, mas tudo o que pertencia a Laika havia desaparecido; até mesmo o cheiro dela no quarto havia sumido. Passei os dedos pelo cabelo e saí correndo da tenda, direto para a tenda de Jago. O instinto de defesa de Jago entrou em ação imediatamente depois que cheguei à sua tenda e me abaixei. Ele se lançou contra mim e estávamos rolando no chão antes que eu pudesse lhe dizer que era eu. Ele disparou contra mim. — Alpha Karim? Eu o ignorei e me ergui até meus dois metros de altura. — Onde está a Laika?Ele me olhou desconfiado por um momento. — Você não está planejando machucá-la, está?Suspirei frus

ALFA KARIMSekani cruzou sua espada e seu machado e me encarou com veneno nos olhos. Ele estava furioso e pronto para as consequências de lutar contra mim. Eu não estava bravo com ele; merecia toda a sua fúria.— Sei que está com raiva de mim, mas... — Mal as palavras haviam saído de meus lábios quando ele se lançou contra mim, golpeando.Fui rápido o suficiente. Haviam me treinado para me defender de ataques de espada mesmo sem uma espada. Mas rapidamente desembainhei minha espada e bloqueei seu ataque.— Foi muito corajoso de sua parte vir aqui sozinho, Alpha Karim. — Disse ele. — Você sabe o quanto eu te odeio, e não me importo com o que acontecerá depois disso.— Desafiou.— Não é isso que você quer, garoto. — Tentei argumentar e o afastando com um empurrão.Mas ele veio para cima de mim novamente, gritando:— Eu não sou seu garoto!Bloqueei seu ataque mais uma vez, e ele atirou seu machado em mim com a mão esquerda, mas defendi o golpe enquanto chutava sua panturrilha, forçando-o a

LAIKA O silêncio pairava sobre nós com a doçura pesada das frutas maduras. Percebi os olhos de Ari se desviarem de mim toda vez que eu erguia o olhar. Depois, notei que ela também olhava para Morpheus com frequência. Foi quando entendi. Para Morpheus, ela era apenas uma amiga da família, mas ela estava apaixonada por ele. Um amor não correspondido — sempre perigoso. Assim foi com Erika e Karim... ou pelo menos era o que eu pensava. Não queria que ela me visse como uma ameaça para ela. Eu já estava cansada de ser alvo. A mãe de Morpheus era adorável comigo, mas eu vi a hesitação em seus olhos. Ela entendia os lobisomens melhor do que eu imaginava. O pai de Karim realmente a influenciou e, pela forma como me tratava, eu sabia que ela ainda era fascinada por lobisomens. Ela chamou minha atenção e sorriu. Retribuí o sorriso e continuei comendo. Joy era tão falante e irritante que tive de bloqueá-la. Quando ela perguntou a Morpheus se ele tinha tomado a companheira de outro lobisomem,