LAIKAAlguém tapou meus olhos com a palma larga e, num movimento veloz, fez-me girar para que eu a encarasse. Antes mesmo que eu pudesse articular palavra e descobrir quem era, senti-lhe os lábios chocando-se contra os meus, roubando-me todo o ar dos pulmões. Apoiei as mãos nos ombros dele para não perder o equilíbrio e, nesse instante, reparei na trança que lhe escorria pelas costas.Tratava-se de um guerreiro: alto, largo, vigoroso, com cabelos longos. Não era um sequestrador nem algum psicopata obcecado.Era Karim.— Companheiro. — Joy cantarolou, extasiada.No momento em que reconheci de quem eram os lábios que me invadiam, reagi: balancei o braço e estapeei o rosto de Karim. O tapa não bastou para que me soltasse, mas afastou-lhe a boca da minha e libertou meus olhos.— Solte-me. — Falei. Ele vacilou, dando-me espaço; empurrei-lhe o peito, e ele recuou alguns passos.— Volte. — Ele rosnou.Voltar? Era só isso que tinha a dizer? Nenhuma explicação, nada?— O que está fazendo aqui?
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