(PONTO DE VISTA DE ARIELLE)Despertei do sono. Senti o calor do corpo nu de Jared contra o meu e soube, sem margem de dúvida, que tudo o que acontecera na noite anterior era real, não fruto de um sonho. Em algum momento, Jared e eu fomos até a piscina de borda infinita e, mais tarde, fizemos amor à beira d’água. Devíamos ter deixado a porta entreaberta, pois a cortina transparente dançava ao sabor da brisa e o céu ainda se mantinha escuro, embora o amanhecer já se insinuasse no horizonte.Lentamente, A verdade sobre as minhas escolhas caiu sobre mim como um martelo no peito. Em meio a um turbilhão de emoções conflitantes, o arrependimento e a confusão sobressaíram. Ali estava eu, sem roupas na cama de Jared Smith, depois de todo o tempo que passara tentando me proteger. Senti raiva de mim mesma por permitir aquilo. Vireime devagar para o encarar. Ele ainda dormia, com o rosto relaxado num sorriso suave. A mão dele deslizou pelo meu braço e puxoume para mais perto. Fechei os olhos rapi

(PONTO DE VISTA DE ARIELLE)O procedimento começou com alguns testes preliminares – exames de sangue, raiosX e demais avaliações. Do outro lado da divisória de vidro, eu via o contorno de Jared andando de um lado para o outro, visivelmente ansioso. Uma pontada de culpa me atingiu ao lembrar da forma como o tratei mais cedo.— Precisamos colocar seu corpo em completo repouso para a parte principal deste procedimento, Srta. Meyers. Está pronta? — Perguntou Dra. Ellen com um sorriso acolhedor.Assenti, e ao voltar o olhar para o vidro, encontrei Jared me observando, os olhos cheios de preocupação genuína.— Pode me fazer um favor? — Pedi, sem pensar.— Qualquer coisa. — Respondeu Dr. Julian com gentileza.— Quero que todos que não sejam essenciais a este procedimento sejam dispensados imediatamente. Por favor. — Solicitei firme.Eles trocaram um breve olhar antes de concordar.— Claro. — Disse Ellen, dirigindose à porta.Pelo vidro, via cochichar algo no ouvido de Jared, cujo semblante se

(PONTO DE VISTA DE JARED)Era tudo o que eu conseguia pensar durante grande parte do dia. E eu temia que isso a incomodasse um pouco também. Não ajudava nem um pouco que ela tivesse construído um muro entre nós, me afastando sempre que tentava tocar no assunto. Claro, eu sabia que isso tinha a ver com o que acontecera na noite anterior – nossa aventura selvagem. Eu poderia até ter imaginado que ela estava chateada por causa das coisas que eu fiz no passado. Mas eu não me arrependia. Não mesmo.Mesmo no presente, enquanto eu dirigia o carro em direção ao laboratório, não conseguia apagar da memória os detalhes da noite anterior.Se ao menos ela tivesse deixado a gente conversar sobre isso, pensei frustrado, enquanto desligava o motor no estacionamento. Eu saí do prédio mais cedo, relutante, a pedido de Arielle. Por que ela não me deixou falar sobre isso desde o começo?Soltei um suspiro e levantei os olhos para a entrada. Por um breve momento, considerei a possibilidade de que ela não q

(PONTO DE VISTA DE JARED)Quando chegamos ao hotel, Arielle insistiu em parar no quarto primeiro para tomar um banho rápido e trocar de vestido. Eu, sem fazer objeção, pensei que poderia aproveitar o tempo para a surpreender com uma pequena aventura culinária. No entanto, a galinha que coloquei no forno teria se saído muito melhor em uma granja, pois, quando Arielle tocou a campainha, eu me encontrava no meio de um verdadeiro tiroteio na cozinha. Fui sortudo de sair com apenas um dedo escaldado.Diante do desastre culinário, nos vimos obrigados a recorrer ao serviço de quarto. Então, preparei uma mesa para nós perto da piscina de borda infinita, sob o brilho suave das estrelas.— Você poderia ter simplesmente pedido o serviço de quarto desde o começo. — Arielle comentou, com um sorriso irônico, dando de ombros de forma descomplicada.— Lição aprendida. — Respondi, ainda tentando aliviar a dor do ferimento no meu dedo.Comemos em silêncio por um tempo, interrompendo a paz com algumas pa

(PONTO DE VISTA DE ARIELLE)Acordei nos braços dele, completamente consciente desta vez, e quase não queria romper o contato entre nossos corpos. Virei lentamente para olhar seu rosto, me certificando de que nada daquilo era um sonho. Os lábios de Jared se esticaram em um sorriso, e seus olhos se abriram aos poucos.— Ei. — Ele disse.— Ei. — Eu ecoei, ainda meio atordoada.— Então, não é um sonho, não é? — Ele brincou com um tom leve.Sorri. — Acho que não.Ele colocou um beijo suave na minha testa e, quando estava prestes a retirar os lábios da minha pele, inclinei minha cabeça para cima e os toquei com os meus. Seus olhos agora estavam bem abertos, e um sorriso travesso dançou em seu rosto. Ele retribuiu o beijo, e o calor entre nós aumentou instantaneamente.Primeiro, o beijo foi devagar, suave e gentil, mas com uma sensação de comando tão forte que me senti como uma marionete. Uma marionete muito feliz. Ele plantou uma linha de beijos ao longo do meu pescoço e desceu até os seios

(PONTO DE VISTA DE MICHAEL)Eu estava em uma conferência no Zoom com minha equipe de estratégia lá de casa quando meu telefone tocou. Normalmente, eu simplesmente ignoraria e deixaria tocar até quem estivesse do outro lado entender a mensagem. Mas, quando olhei no visor, pensei melhor.— Jared. Está tudo bem? — Perguntei, com meus pensamentos imediatamente voando para Arielle. Ela se tornara um objeto de interesse e fascinação desde que fiz a grande descoberta. Ainda não tínhamos tido aquela conversa, mas uma parte de mim tinha certeza de que ela sabia de algo sobre isso também.— Ei. O sarau... é hoje à noite, não é? — Jared perguntou.Fiquei surpreso com a pergunta dele, porque, quando sugeri o evento a ele inicialmente, ele descartou, dizendo que poderia ser demais para Arielle.— Sim... mas eu pensei que...— Pega dois ingressos VIP para a gente. Aquela coisa da festa na piscina de sal ainda está rolando, não é? — Ele perguntou.— Claro. Vou pegar os ingressos e buscar vocês em uma