(PONTO DE VISTA DE ARIELLE)Virei-me na cama. Meu lado esquerdo começou a doer por ter ficado muito tempo deitado sobre ele. Os sons da manhã flutuavam ao meu redor e, ainda deitada, espiava pela janela aberta. A luz bateu nos meus olhos com tanta intensidade que os fechei de volta, desejando voltar a dormir. Eu estava imensamente grata por estar deitada na minha própria cama, no meu próprio quarto, sob o meu próprio teto, longe do cheiro de desinfectante misturado com um mar de remédios e aromatizantes de ar. Só de pensar nisso, senti náuseas. Isso era bom, estar de volta ao meu quarto era bom.Mas, pelo visto, o destino tinha outros planos, porque, quase no instante em que me acomodei para mais uma rodada de sono, o som da campainha ecoou pela casa, dissipando o pouco de tranquilidade que tentava saborear.A campainha não parou, não importa o quanto eu tentasse ignorá-la e fingir que não existia. Soltei um suspiro fraco, tirei os cobertores de cima do meu corpo. Com algum esforço, ba

(Ponto de vista de Jared)O ambiente ainda estava tomado por uma nuvem de fumaça. Eu permanecia ali, parado, em um estado de confusão, sem saber por onde começar a limpeza – se pela panela caída no chão ou pelo pedaço de batata queimada que jazia no outro lado da cozinha. E ainda havia o fogão para limpar.Arielle balançou a cabeça e abriu mais as janelas para deixar a fumaça sair.— Ah, porra… — Eu xinguei baixo e fui mais rápido que ela, abrindo a porta de vidro deslizante que dava para o quintal.— O que você estava cozinhando? — Ela perguntou, com um sorriso divertido.— Eu estava tentando fazer uma sopa. — Respondi, como uma criança pega em flagrante fazendo algo bobo.Dwayne, completamente alheio ao caos, continuava a preparar sua salada Caesar.— Eu disse para ele se concentrar em ações e investimentos, mas ele não ouviu. — Ele riu, claramente achando toda a situação engraçada.— Isso tudo é engraçado para você, não é? Pois é, tudo isso é culpa sua. Se você não tivesse me irrita

(PONTO DE VISTA DE ARIELLE)Virei-me rapidamente e meus olhos encontraram os de Dwayne, que estava encostado no batente da porta, seu olhar fixo em mim.— Você me assustou. — Disse, franzindo a testa.— Desculpe por isso. — Ele respondeu, deixando a porta e caminhando em minha direção. — Não foi intencional.— Há quanto tempo você está aí? — Perguntei, estreitando os olhos para ele com suspeita.— Tempo suficiente para captar alguns detalhes da sua conversa. — Disse ele, sentando-se ao meu lado no sofá. — E eu vi as notícias.Suspirei, sentindo-me um pouco desconfortável por ele saber da situação de Jared.— O que você acha que está acontecendo? — Perguntei, cedendo à minha curiosidade.— Acho que ele se meteu em uma encrenca. Mas isso não é surpresa, não é?Ergui uma sobrancelha, sentindo algo a mais por trás do tom dele.— O que você quer dizer?— Vamos lá, Arielle, não se faça de desentendida. Você sabe que, de uma forma ou de outra, Jared sempre estará envolvido com Sofia e a famíl

(PONTO DE VISTA DE ARIELLE)— Então é essa a situação. Nós quatro podemos ir juntos ao Dia Aberto do Maverick? — Perguntei, segurando a mão de Maverick com a esquerda, enquanto minha mão direita descansava casualmente na porta do carro e eu me virava para encarar a companhia que tinha.Diante de mim estava Dwayne, que acabara de abrir a porta do carro com um sorriso que parecia inocente demais vindo dele, especialmente para essa ocasião.Atrás de mim estava minha mãe, ostentando um olhar presunçoso que claramente dizia: "Eu totalmente esperava por isso e te avisei." Eu sentia seu olhar sobre mim, como se estivesse ansiosa para ver como eu lidaria com a situação.Mas nenhum deles respondeu de imediato, e meus olhos se voltaram para Jared, que parecia estar emburrado, encostado no capô do carro e escondido atrás de seus óculos escuros. Eu ainda não conseguia entender por que ele aparecera com aqueles óculos tão intimidadores, como se estivesse indo para uma missão mortal, em vez de apena

(PONTO DE VISTA DE ARIELLE)Depois que aquela rodada de atividades terminou, outras se seguiram, e logo chegou a hora do show de talentos. Os pais observavam ansiosos enquanto seus filhos e pupilos subiam ao palco para se apresentar. Eu também estava apreensiva, pois Maverick participaria.Os minutos passavam, os alunos entravam e saíam do palco para suas apresentações, mas Maverick não aparecia. Eu me remexia impaciente na cadeira, me perguntando quando seria a vez dele. Mais cedo, sua professora havia vindo buscá-lo, dizendo que ele precisava se vestir com o figurino para a apresentação, mas ainda não havia sinal dele.Estava prestes a comentar minha preocupação com os outros quando Maverick finalmente surgiu. Ele foi o último a aparecer, já que todos os demais já haviam se apresentado. Endireitei minha postura na cadeira, curiosa para ver o que ele faria. Olhei para os outros para ver se estavam tão ansiosos quanto eu, e foi então que percebi que Jared não estava mais em seu lugar.