— Não dá, tem gente na saída dos fundos. — Isaac estava em desvantagem, e com a chuva de balas do lado de fora, ele não tinha como avançar.Apesar de ser mulher, Hebe era experiente, com um raciocínio afiado que não perdia para nenhum homem. Ela não era burra, já tinha deixado gente vigiando a porta dos fundos fazia tempo.Ela empunhava uma metralhadora, e gritou:— Se entreguem agora, talvez ainda tenham uma chance.Jorge e Isabela estavam presos num corredor, sem ter como avançar ou recuar!Naquele momento, sair pelos fundos era quase impossível. Na frente, havia os homens de Enrico. Se conseguissem avançar no meio da confusão, talvez ainda tivessem uma chance de escapar.Jorge mandou Isaac proteger Isabela. Esperou o momento certo e disparou várias vezes em direção a Hebe.Pá! Pá! Pá!Hebe foi obrigada a recuar.— Eu atraio eles. Isaac, se tiver chance, fuja com a Isa!— Pode deixar! — Respondeu Isaac, firme.Ele ainda precisava ficar de olho na turma da Hebe, que estava pelos fundo

Isabela levantou os olhos e viu Hebe parada atrás de Jorge, apontando uma arma diretamente para ele.Seus olhos se arregalaram, as pupilas tremiam.— Cuidado!Ela se lançou para frente.Hebe até poderia ter atirado mais rápido. Teve chance perfeita de acertar Jorge, mas no instante em que Isabela gritou, ela entendeu suas intenções.No momento em que Jorge se virou com a arma em punho, Isabela o abraçou e se colocou entre ele e o cano da arma de Hebe.Hebe lembrava do que seu pai dizia, que Jorge era alguém com quem não se podia mexer. Caso contrário, atrairia uma tempestade de problemas, a família Carmo poderia até ser destruída!Ela já tinha investigado Isabela e sabia que a Isabela não tinha nenhum tipo de proteção ou influência. Por isso, não fazia diferença o método usado. Se a pegasse, mesmo machucada, estaria tudo certo. Então, no instante em que Isabela se jogou na frente, Hebe mirou nas costas dela e atirou.No exato momento em que foi atingida, Isabela não sentiu dor. Era com

A condição do Jorge era que o Enrico garantisse que todo mundo dele saísse em segurança.Depois de conversar com mais duas famílias, o Enrico topou a condição de Jorge. Os três juntos garantiriam que Jorge e seu pessoal saíssem sem problemas.Com a Hebe nas mãos, eles tinham uma carta na manga para pressionar a família Carmo.Aquele negócio não ia ser prejuízo para eles.Para que Isabela pudesse sair daquele lugar complicado o quanto antes, fecharam com Enrico a data da saída e deixaram o resto para ele e Isaac organizarem.Jorge ficou de cuidar de Isabela.Dois dias depois, eles embarcaram no avião para Fiji.Não tinha voo direto para o país, o próximo só seria daqui a dois dias, mas ficar mais tempo ali só aumentava o risco.O Jorge e a Isabela combinaram de ir primeiro para Fiji. Ela precisava de tempo para se recuperar da ferida.Ela também não queria deixar os pais preocupados.Então, era perfeito passar um tempo em Fiji.Ela também precisou de um tempinho para assimilar tudo que

Parecia estar coçando um pouco. Jorge se mexeu, e Isabela logo retirou a mão, mas ele acabou acordando mesmo assim.— O que foi? Está sentindo dor? O machucado está incomodando? — Ele perguntou com a voz ainda rouca e preguiçosa de quem acabou de acordar.Isabela balançou a cabeça.— Não, não estou sentindo nada. — Ela falou num tom meio culpado. — Te acordei... Durma mais um pouquinho.Jorge levantou a cabeça.— O braço.Ela sorriu e estendeu o braço. Jorge deitou a cabeça ali.— Me abrace.Isabela achou ele meio infantil naquele momento, como se fosse uma criança.Começou a fazer carinho de leve nas costas dele, como se estivesse ninando.Jorge inspirou fundo o cheiro dela, fechou os olhos e, depois de um tempo, acabou pegando no sono de novo. Daquela vez dormiu bastante, só acordou no meio da noite.Isabela também tinha dormido um pouco, mas acordou cedo, com fome. Só que, ao ver Jorge dormindo tão tranquilo, preferiu não incomodar. Mesmo com o braço dormente, não teve coragem de pu

O coração de Isabela apertou, um misto de amargura e doçura tomou conta dela.— Tudo foi por vontade minha. Se você não tivesse tentado me ajudar, não estaria em perigo agora. Você se arriscou, gastou energia, tempo, para tirar minha prima de lá. Eu só posso te agradecer por isso. — Ela fez uma pausa, ergueu os olhos devagar e olhou para ele. — Eu não posso deixar que você morra... Por minha causa. Se tiver que morrer alguém, prefiro que seja eu, não você.— E por que não eu? — Ele respondeu com leveza, mas quem prestasse atenção perceberia um certo entusiasmo escondido na voz.Ela devia amar ele muito... Só aquilo explicaria a coragem de correr até ele no meio do perigo.Morte. Uma palavra tão assustadora.Mas, mesmo assim, ela não hesitou em se colocar na frente dele.— Você estava me ajudando a salvar uma vida. Por isso, você não podia morrer. — Disse Isabela.E era aquilo mesmo que ela sentia naquele momento.O quarto estava silencioso, a respiração de ambos parecia ainda mais níti