Capítulo 162 Don Alexei Kim O silêncio dentro do carro era tão denso quanto minha raiva. Eu mantinha os olhos fixos na estrada, e cada segundo que passava só fazia meu sangue ferver mais. Maria Luíza, ao meu lado, estava quieta, mas era óbvio que queria falar algo. E como sempre, ela não sabia quando parar. — Alexei, eu sei que você está irritado, mas… — começou, com aquela voz calma que só piorava meu humor. — Agora não, Malu — rosnei, sem tirar os olhos da estrada. — Não quero ouvir nada, agora. Ela engoliu em seco, mas continuou me encarando. Eu sentia o olhar dela sobre mim, como se estivesse tentando encontrar uma brecha na muralha que eu ergui. Não ia acontecer. Eu estava puto, e com razão. Não havia espaço para desculpas agora. Quando chegamos em casa, estacionei o carro com um movimento brusco e saí rapidamente, sem esperar que ela descesse. — Alexei… — ela chamou baixinho, mas ignorei. Subi as escadas com passos pesados, cada pensamento na minha

Capítulo 164 Don Alexei Kim Fui para o escritório, não sabia mais o que pensar, com a cabeça quente. Sentei na poltrona, esfregando o rosto com as mãos enquanto tentava afastar a irritação que ainda latejava na minha cabeça. O silêncio do ambiente deveria me trazer paz, mas tudo que eu conseguia sentir era o peso das últimas horas. Enquanto me servia de uma dose de conhaque, ouvi passos no corredor. Não precisei olhar para saber quem era. Nazar entrou sem bater, a expressão carregada e o olhar impaciente. — Dá o fora, Nazar. Não tô com paciência pra conversa agora. — Minha voz saiu mais ríspida do que eu pretendia, mas foda-se. — Eu preciso falar com você, Don Alexei — insistiu, fechando a porta atrás de si. — É sobre Yuri. Ele tá descontrolado. Tá dando ordens até pra mim! Isso não serve pra máfia Kim. Dispense esse moleque. Ele nem quer permanecer aqui. Coloquei o copo sobre a mesa com mais força do que deveria e me levantei, dando a volta ao redor da mesa até f

Capítulo 166YuriO silêncio no carro era quase tão sufocante quanto a tensão que pairava entre nós. Eu sabia que Anastasia não deixaria aquilo passar. Seus olhos estavam fixos na janela, mas dava para sentir o peso do que ela estava pensando.— Então, você realmente tinha o número dela no celular? — Ela quebrou o silêncio com a voz firme, sem tirar os olhos da paisagem.Suspirei, tentando manter a calma. Sabia que precisava ser honesto, mas também queria evitar que ela tirasse conclusões erradas.— Sim, eu tinha. Mas não por escolha minha, como disse. Ela se apresentou com outro nome e me disseram que eram ordens do meu pai. Ela tinha acesso a tudo o que eu fazia, e foi aí que comecei a desconfiar. — Fiz uma breve pausa, olhando para ela. — Depois que vim com você ao funeral de Anton, fiquei sem celular por um tempo, justamente para que não tivessem acesso às minhas coisas, destruí aquele. Tentei comprar outro de um soldado no dia que fui expulso pelo seu irmão e seu pai, mas Alexei

Capítulo 168 Don Alexei Kim Nos aproximávamos da nova casa de Yuri e Ana. Fred dirigia, e Nazar estava ao meu lado, com uma expressão que alternava entre tédio e irritação. Eu sabia bem o motivo: ver Yuri agindo sozinho e fazendo direito, não era exatamente algo que Nazar suportava com facilidade. — Tem certeza que ele não tá exagerando? — Nazar murmurou, olhando pela janela. — O garoto anda paranoico ultimamente. Ignorei o comentário. Eu estava controlando toda a situação. Yuri tinha pedido reforços. Ele não era o tipo que chamava ajuda à toa. Eu já sabia o motivo. Uma equipe estava ali vigiando desde que entraram na casa. Não vou mais deixar sermos atacados, estaremos sempre a um passo a frente. Quando chegamos, descemos do carro rapidamente. O portão já estava entreaberto, e pude ver a figura de Yuri de pé, ao lado de Anastasia, ambos com expressões sérias. Mais ao fundo, três homens e três mulheres estavam amarrados, com os ferimentos já contidos, graças, pro

Capítulo 170 Anastasia Kim Yuri finalmente pareceu relaxar. Seus olhos estavam mais tranquilos, e eu conseguia sentir o peso da raiva se dissipando, mesmo que aos poucos. Sentia orgulho por conseguir trazer esse alívio a ele, por ser a pessoa que ele deixava entrar quando o mundo parecia desabar. Enquanto deslizava minha mão suavemente por seu abdômen, o calor da água misturado ao toque firme de sua pele criava uma sensação envolvente. No entanto, antes que eu pudesse continuar, Yuri percebeu o que eu estava fazendo. Com um movimento rápido, ele inverteu nossa posição, ficando sobre mim, com um sorriso que mostrava o lado dele que poucos conheciam. — Achou que eu não ia notar? — ele murmurou, a voz baixa e rouca, próxima ao meu ouvido — Está aprendendo a demonstrar o que quer. Isso é ótimo. Senti meu coração acelerar, mas não de medo — era a mistura de desejo e amor que ele sempre despertava em mim quando se permitia ser assim: carinhoso, intenso, completamente ent