ChristianAssustei com um sobressalto e o coração disparado, sentindo o corpo todo coberto por um frio que parecia atravessar cada músculo. O pesadelo ainda me grudava, como se tivesse me seguido da noite para o quarto.— Droga… — murmurei para mim mesmo, passando a mão pelo rosto suado.Minha mente ainda reproduzia as cenas do acidente, cada detalhe me martelando, o som do metal retorcido, o cheiro de fumaça, o grito que ecoava na floresta… e, pior de tudo, Ariel.No pesadelo, ela estava pálida, imóvel, como se tivesse sido arrancada do mundo de forma cruel. — Não… não… Ariel! — sussurrei, sentindo meu peito apertado e a dor quase física. — Você não pode… Tentei me mover, mas a dor lancinante na perna me lembrou de que estava vivo, mas frágil, e totalmente impotente para fazer algo naquele momento. Respirei fundo, tentando controlar a respiração irregular. Cada inspiração era pesada, cada movimento do corpo, um lembrete da realidade.— Calma, Christian… — murmurei para mim mesmo, fe

Os dias pareciam se arrastar, cada toque da campainha me fazia pular, sempre esperando que fosse o Christian, mas ao mesmo tempo me encolhia de medo do que aquilo poderia significar. Aqueles beijos dele não saíam da minha cabeça;o calor, a pressão da boca nos meus, o jeito dele segurando meu rosto... e, junto com isso, voltavam as memórias ruins das humilhações, as palavras duras, o tom arrogante. Era um nó dentro de mim, de vontade e medo, desejo e defesa.Quando Jess se sentou na cozinha, deu pra ver que vinha carregando um peso. Puxei a cadeira e fechei o computador, tentando parecer mais firme do que me sentia.— O que houve? — perguntei, tentando manter a voz calma.Ela respirou fundo e pude ver suas mãos tremendo um pouco. — Eu… conversei com o Jonas semana passada e ele quer que moremos juntos… Com o bebê vindo, é melhor termos mais espaço.Fiquei feliz por ela na hora, de verdade, sabia o quanto ela queria isso, mas ao mesmo tempo uma pontada de solidão subiu no peito, uma se

— O que aconteceu entre você e o Thomaz? — Christian perguntou quando entramos no carro.Parei de colocar o cinto por um instante e olhei para o meu colo, tentando organizar meus pensamentos antes de responder.— Eu… não aconteceu nada… — comecei, hesitando. — Só… eu já te disse, ele me lembra alguém que já me fez mal.Terminei de colocar o cinto e liguei o carro, respirando fundo antes de sair do estacionamento.— Mas ele te olha como se te conhecesse… — Christian insistiu, o tom de voz baixo, mas firme, deixando claro que não acreditava completamente na minha explicação.— Deve ser impressão sua. — Olhei para a pista, desviando o olhar. — Como eu conheceria ele? Thomaz é rico, de família influente… Não tem como.Ele parecia aceitar a resposta, mas não totalmente convencido.— Mas você conheceu o Seok, e ele também era bilionário. — O seu olhar me pressionava, quase me fazendo sentir que estava sendo questionada por um juiz.— É diferente, o Seok estudou comigo… — Tentei soar firme, m

ー O que aconteceu entre você e o Thomaz? - Christian perguntou quando entramos no carro. Parei o movimento de colocar o cinto de segurança e olhei para meu colo, tentando ficar calma e processar o que responder a ele. ー Eu… não aconteceu nada… Só… eu já te disse, ele se parece com alguém que já me fez mal. Terminei de colocar o cinto e liguei o carro, saindo do estacionamento. ー Mas ele te olha como se te conhecesse… ー Deve ser impressão sua. - Disse, olhando para a pista. ー Como eu o conheceria? Thomaz é um homem rico, de família fluente, não tem como. Ele pareceu ter aceitado a minha resposta. ー Mas você conhecia o Seok e ele é bilionário. ー É diferente, o Seok estudou comigo… Não vamos mais falar sobre isso, tá bom? - Dessa vez olhei na sua direção e ele me encarava com desconfiança. Eu não podia deixar o Christian suspeitar de Thomaz. Se ele fosse atrás e descobrisse o que ele fez comigo, não sei o que Thomaz também faria para se vingar. Agora com Jess grávida, eu devia