DANNA PAOLA MADERO Com o coração batendo forte no peito apertei uma mão na outra nervosamente, o banco detrás não era confortável e tinha um cheiro ruim de tabaco. Olhei para a cidade estranha passando do lado de fora. As lágrimas borravam minhas vistas e os pensamentos se amontoavam na cabeça. O que vai ser de mim nessa terra estrangeira? Eu não podia deixar que a minha vida dependesse 100% do John, ele já tinha responsabilidades demais para se preocupar ainda comigo, não queria ser um peso para ele. — Para onde moça? — Assustada com a voz do taxista dei um pulo no banco estofado. — Que? — Para onde quer ir? — me olhou curioso pelo espelho, ele provavelmente queria apenas confirmar o que lhe foi dito por telefone. — Aeroporto. O moço concordou com a resposta e deu uma acelerada a mais no carro. Eu estava assustada, afinal fazia muito tempo que não entrava em um carro e a última lembrança que eu tinha não era nada agradável. Nunca havia entrado em um táxi como

DANNA PAOLA MADERO A água escorria lenta e quente pelo meu corpo trêmulo. Eu não sei por que tremia, talvez por que eu sentisse que uma guerra poderia acontecer por minha causa e minha curta liberdade logo chegaria ao fim. Do banheiro, podia ouvir Esme e Mike ligando desesperadamente para John há quase meia hora e ele não atendia. Temíamos os três pela vida dele, eu mais ainda. Eles não sabem exatamente do que Paul é capaz. A essa altura já deve ter se dado conta de que eu fugi, e agora está descontando nos outros. Segundo a irmã, ele deveria ter chegado em casa há mais de uma hora atrás e tinha algo de errado acontecendo. Sentia que os dois me encaravam com um olhar acusatório. Desliguei o chuveiro e me aproximei da pequena bancada com um espelho levemente trincado e embaçado pelo vapor da água quente. Aproveitei para fazer um rápido curativo na mão machucada com o kit de primeiros socorros que encontrei em cima de um armário. Estudei minha própria imagem meio borrada por

JOHN BACKER Senti-la nos braços trazia uma sensação estranhamente boa e desconhecida. Eu só queria tê-la assim para sempre. Queria protegê-la de tudo e todos. Fiquei louco só de pensar que ela poderia voltar para aquele inferno. Eu poderia não estar apaixonado pela jovem mulher, talvez fosse só pena, vontade de ajudar uma moça sozinha em perigo. Mas uma vozinha no fundo da minha alma dizia o contrário... Paul nos interrogou duramente, mas todo mundo negou com convicção, inclusive eu. Depois de um tempo ele perdeu a paciência, esmurrou alguns caras e nos mandou ir embora. Eu sabia que ele não deixaria barato. Ele investigaria mais a fundo a vida dos funcionários para ver se estavam ou não com sua preciosidade. Por isso, na volta para casa notei estar sendo seguindo de longe, peguei várias rotas diferentes para despistar, só fui realmente para casa quando percebi que o sujeito havia me perdido de vista. Sabia que minha irmã e o Mike me ligaram um milhão de vezes, o celular não p

DANNA PAOLA MADERO Minha barriga roncava de fome. A cabeça e o coração doíam também, mas era de ouvir os sons altos vindos do quarto. Se tornou um emaranhado de vozes, mesmo sendo apenas duas pessoas. Não conseguia entender com clareza nenhuma palavra. Talvez eu não quisesse saber o que diziam sobre mim e isso era um mecanismo de defesa do meu cérebro, sabia que era a culpada do desentendimento entre irmãos. — Tia, você é a nova namorada do meu tio? Fui tirada dos meus devaneios com a vozinha doce da pequena Elise. Sorri triste para ela. A menina me olhava curiosa com grandes olhos verdes enquanto balançava distraidamente uma boneca de cabelos longos em uma das mãos. — Não querida... — Cheguei mais perto e cochichei no ouvido dela como se fosse um grande segredo: — Mas gostaria de ser. Ela gargalhou com a mão pequenina na boca para conter parte do som. — É um segredo nosso, tudo bem? — Sim! Sentei no chão junto com ela e comecei a brincar para não desabar no choro. Dep

DANNA PAOLA MADERO A boca quente e úmida provocava sensações inexplicáveis em mim. Sua barba crescida arranhava a pele sensível. Os grunhidos altos se misturavam aos meus gemidos. Eu me encontrava totalmente necessitada dele. Meu corpo se arrepiou, eu fechei os olhos e joguei a cabeça para trás. Os braços que usava como sustentação do tronco, vacilaram, amolecidos. Atento, ele usou a própria força para rodear minha cintura e me manter firme no lugar, impedindo que caísse. — Eu quero você... — Onde? — Me fitou em desafio. Um pouco intimidada pela intensidade do olhar lançado, mirei por baixo dos cílios sua pupila ditada quase fazendo com que o verde intenso dos olhos fosse tomado pelo negro. Algumas gotas de suor escorrendo na testa. — Aqui... — Murmurei mordendo os lábios. — Aqui?... Senti seus músculos tensos e trêmulos entre minhas pernas. Sem conseguir ficar parada, me contorci em seu poder, empinando o corpo sob sua mão, buscando mais dele que me lev