Collor ficou em silêncio, sem saber como reagir à notícia. Ele viu a expectativa nos olhos de Antonella e sabia que precisava dizer alguma coisa, mas suas palavras pareciam estar presas na garganta. Ele olhou para ela, tentando encontrar as palavras certas, mas seu rosto parecia uma máscara de indiferença e decepção. — Uma menina? — murmurou ele, forçando a voz para parecer emocionado, mas suas palavras saíram frias e mecânicas. — Que ótimo... amor. Antonella olhou para ele com insegurança, procurando por um sinal de felicidade genuína em seu rosto, mas encontrou apenas um vazio. — Você ficou feliz? — perguntou ela, um pouco hesitante, sua voz trêmula de dúvida. Collor sorriu, tentando disfarçar sua verdadeira reação, mas seu sorriso parecia mais uma máscara do que um gesto de alegria. — Claro, que fiquei! — disse ele, sua voz soando um pouco forçada, como se estivesse tentando convencer a si mesmo. — Se você está feliz, por que eu não estaria? Antonella permaneceu olh

Passaram-se semanas desde a volta de Antonella, e Collor havia se transformado diante dela, irradiando um carinho que a envolvia por completo. Ele fazia o impossível para vê-la bem, até mesmo ajudando montar o quartinho da pequena Stella. Mas mesmo assim, Antonella sentia um alerta silencioso, como se uma anteninha dentro dela estivesse apitando cada vez mais forte com os horários que Collor chegava. Os resultados tão esperados dos exames haviam finalmente chegado, nada muito grave, apenas uma anemia. Mas a sensação de alívio durou apenas um instante, pois uma voz interior gritava que havia algo mais. A dor começou a se espalhar pelo seu corpo, como uma sombra que se alastrava, e os enjôos diários se tornaram uma tortura constante. E então, veio o sangue em seu vômito, um choque que a fez gelar até os ossos. Seu coração batia descompassado, enquanto uma sensação de pânico começava a se apossar dela. — Doutora Antonella, o doutor está te esperando. Ela estava em atendiment

Collor ficou paralisado ao ver Antonella parada na porta. Seu rosto estava pálido, os olhos cheios de lágrimas que ameaçavam cair a qualquer momento. O coração dele acelerou, batendo forte no peito, enquanto ele tentava encontrar as palavras certas para dizer. — Amor, não é isso que você está pensando...— começou ele, mas Antonella o interrompeu, sua voz trêmula e dolorida. — Não? E o que estou pensando? Que me traiu? Mentiu? Que você é um...— ela engoliu em seco, lutando para controlar a emoção —...um filho da puta que me enganou?— perguntou ela, sua voz aumentando de intensidade, as palavras saindo de sua boca como uma acusação. Collor não respondeu, apenas olhou para ela com um olhar de culpa e remorso. Seus olhos seguiram os de Antonella, que estavam fixos nele com uma mistura de dor e desespero. Ele sabia que havia feito algo errado e que não havia como voltar atrás. Eloisa, por outro lado, estava congelada, tentando vestir as roupas, o medo de ser descoberta por Oliver a

Oliver caminhou em direção ao escritório de Collor, sentindo uma sensação de desconforto no estômago que se transformou em uma ansiedade crescente. A imagem das lágrimas de Antonella presas em seus olhos e a palidez do seu rosto deu um aperto em seu peito, como se uma mão invisível estivesse apertando seu coração. Ele não conseguia tirar da cabeça a expressão de dor e desespero que Antonella havia exibido. — Por que ela estava daquele jeito? — perguntou a si mesmo, pensando nas palavras enigmáticas de Antonella. — O que ela quis dizer com dar tempo de ver Eloisa vestindo as roupas?— As palavras ecoavam em sua mente como um aviso sombrio. Cada passo que ele dava aumentava a sensação de desconforto. A possibilidade de Collor estar envolvido em algo sórdido com Eloisa parecia cada vez mais plausível. Imaginar Collor traindo Antonella depois de tudo que ele fez para ficar com ela, não parecia entrar na sua cabeça. Mas o que incomodava mesmo era ideia de que Antonella pudesse estar so

A dor e a decepção estavam estampadas em seu rosto, e Eloisa sentiu um golpe emocional ao perceber a profundidade do desgosto de Oliver. — Quando você vai entender que minha vida sem você não tem o menor sentido?— perguntou Eloisa, sua voz trêmula de emoção, as palavras saindo de sua boca como um lamento desesperado para recuperar o controle sobre a situação. — Se eu morrer, será por culpa sua, Oliver. Você é o único que pode me salvar ou pode me enterrar, pois é isso que vai acontecer, se eu descer desse carro sem você, eu vou tirar a minha vida!— acrescentou, com um tom de desespero que beirava a histeria, sua voz se quebrando em um soluço contido. Oliver a encarou com um olhar frio e implacável, sua expressão não se alterando diante do drama de Eloisa. Seus olhos pareciam duas pedras de gelo, sem qualquer vestígio de compaixão ou empatia. — Por favor, Eloisa, desça do carro! — disse ele, com um tom firme e impessoal, sua voz cortando o ar como uma lâmina afiada. Eloisa trem