Estava tudo passando câmera lenta, num enorme torpor. Os policias falavam com o Caleb, que respondia com os máximos detalhes todas as perguntas.  Entraram na nossa casa.  Arrombaram nossa porta.  Será que esperavam encontrar a gente aqui dentro?  E se tivéssemos em casa, o que eles fariam?  Meu corpo inteiro tremia, mesmo estando enrolado no cobertor que ele me deu. Não tremia de frio.  Era medo.  Puro e cristalino.  As lagrimas queimavam minha pele, fazendo seu caminho até meus lábios, o gosto salgado tocava minha língua e decidi focar nessa sensação.  Não podia me afogar novamente nesse medo.  Não conseguiria sair desse buraco, se me deixasse entrar nele.  — Mon Amour? — senti sua mão em meu rosto, me chamando de volta para ele. — Fala comigo. — sua voz era uma agonizante suplica, enrolada no medo. — Volta pra mim, meu amor.  Foquei a visão no homem ajoelhado na minha frente, meus olhos piscavam rapidamente, tentando dissipar as lagrimas acumuladas ali. Lagrimas que forç
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