Em um mundo duas pessoas que se odeiam por natureza não podem coexistir sem que exista caos no meio. Nas entrelinhas do destino, Calía e Ophélia teriam que lidar com a própria origem familiar e a estranha aversão que sentiam uma pela outra, e no caminho aprender a lidar com os sentimentos de um bárbaro prepotente e um general audacioso.
Leer másDesde o início somos ensinados que um filho é a maior benção que um homem poderia possuir em vida. O que para muitos é uma dádiva suprema, para o impassível imperador do fogo, o parto de sua mulher era tudo, menos uma benção sublime.
Em outras circunstâncias, ele provavelmente estaria comemorando aos berros que sua amada Aleah era a mulher mais linda do mundo, e que seu filho seria o mais amado de todos, mas, que ledo engano! Sua mulher não passava de uma vadia adúltera que provavelmente lhe daria um bastardo anormal como castigo. Por muito tempo, Maxon quis acreditar que aquela criança era sua, mas o tempo e a postura incerta de sua esposa, lhe denunciavam quase sempre quando estavam a sós.
Maxon nunca foi um homem rígido ou cruel, sempre foi citado como um governante passivo e benevolente. Por esse, e o fato de amar tão incondicionalmente a Aleah, ele permitiu que a criança nascesse, e também prometeu que não machucaria sua mulher de forma alguma.
Era um homem bom!
Tão bom que em momento nenhum saiu do lado de sua esposa, mesmo que ela gritasse tão alto quanto possível por causa da dor. A parteira que conduzia o parto, nem de perto transpirava medo, apenas uma seriedade e frieza a cada vez que mandava a imperatriz empurrar com toda força que possuía. Aos poucos, Aleah foi ficando cada vez mais fraca, e com isso sua morte era quase eminente.
— Maxon... — a voz da jovem imperatriz do fogo soava baixa e visivelmente cansada, mas tão determinada quanto podia soar. — Prometa a mim que cuidará dela.
O imperador estava apavorado, e mesmo sem entender muita coisa, assentiu a sua mulher, a única coisa boa que a vida tinha lidado em todos os anos que se entendia por pessoa.
— Eu farei o meu melhor.
Ela sorri entre lágrimas. — Me perdoe por ter feito o que fiz, mas tu tens que entender que foi necessário. — um grito de dor. — Quando ela completar vinte e cinco anos, — mais um gemido doloroso — diga a ela para procurá-lo!
Um último grito de dor, até um berro estridente e alto ecoar por todo quarto escuro do imperador.
Aleah estava pálida, tinha perdido mais sangue do que possuía, e ela sabia bem o que vinha a seguir, por isso não hesitou em pedir sua filha no colo.
— Deixe-me pegá-la ao menos uma vez em vida. — A imperatriz murmura baixo e cansada. — Seu nome será Calía, e você terá um pai que te amará muito. — ela sussurra olhando diretamente para o marido. — E que nunca permitirá que você conheça o outro lado.
— Aleah... — O imperador dizia inconsolável.
— Não se esqueça do que eu lhe disse, — a parteira pega Calía das mãos da mãe já sem força alguma. — o nome dele é Caenum.
Com um último suspiro, a grande imperatriz do fogo dá sua última lufada de ar antes de sua cabeça perdurar para o lado esquerdo já sem vida.
— Prometo que ela nunca saberá da existência da outra criança.
Thales nunca havia sido um homem de muita paciência ou amorosidade ao próximo, somente sua esposa conhecia seu lado fraterno e amoroso. Mesmo que fosse quase imperceptível, Susana sabia que podia contar com o marido para cuidar da pequena Ophélia, sua criança abençoada.
— Faça com que ela nunca saiba da existência da outra criança. — A rainha murmura baixo. — Eu sei que me odeias agora, mas também sei que cuidarás muito bem desta menina! Quando chegar a hora, diga a ela o nome, Platearum.
O rei acena com a cabeça para que a menina fosse tirada do colo da mãe. Com passos lentos e comedidos, o rei do gelo sentou à beira da cama que sempre dividiu com sua amada esposa e lá repousa.
— Farei o meu melhor para não a odiar. — Ele por fim declara frio.
Susana sorri compassiva. — Grata.
Sem muita pressa ou comoção, o rei perfura lentamente o coração da mulher que um dia amou mais do que ninguém na vida.
— O fogo jamais tocará o gelo! — Ele termina beijando os lábios frios da mulher.
O destino começou a ser traçado ali, no leito de morte de duas mulheres amaldiçoadas por ele.
(…)— VISLAE! — Ele grita alto quando ela o segura já com a face repleta de sangue pela tosse excessiva. — Por Deus, o que está havendo?Ela toca a face de Nicholai com o olhar medroso e por fim apenas para de se debater nos braços dele, já sem vida. Com os olhos abertos e opacos, Vislae morre nos braços do homem que ela mais amava na vida, da forma mais irônica possível.Maria estava parada próxima da mesa do banquete, quando ouviu o grito estridente do jovem príncipe Nicholai, e não tardou em correr na sua direção.— Por Deus, o que houve? — ela pergunta chocada ao notar Vislae ao lado de Nicholai.Ele olha para Maria, quase como se pedisse socorro.— Eu acho que ela, — ele para — está morta!Maria toca o pescoço de Vislae em busca de algum sinal, mas não havia mais nada ali. Logo vários guardas reais apareceram junto com várias pessoas curiosas, inclusive Henrique e Ivan.— Vislae... — O rei de Everglyn diz em lamento. — O que aconteceu, meu filho?Nich
Dois dias depois…Um fato pouco narrado sobre questões políticas dentre um casamento de um rei e uma jovem sem títulos, era que isso não fazia muita diferença se o rei fosse o da Quasar.Para uma soberania única e genuína, o rei deveria impor força e poder, as vezes era respeitado por ser bom em tudo o que fazia, mas na maioria das vezes, era o temor que cobria de joias o regente do poder absoluto de um país inteiro. Com a linha de raciocínio sobre o futuro distante, Henrique sempre queria ter tudo sobre controle, e no momento que sentiu que não tinha controle sobre a situação, decidiu que deveria então fazer valer seu então título real.— Quando pretendes firmar a união, majestade?A pergunta bastante conveniente vinda do rei Ivan, fez Henrique rir internamente.— Sua fala cheira a desespero, Ivan! — O homem declara risonho. — Mas, não te preocupes com tais assuntos banais, primeiro casaremos vosso filho.Nicholai, que estava sentado na mesa de jantar um pouco mai
Castelo de Alhandra, Everglyn— Devo colocar está aliança entre ambos os países, como um afronte à soberania da Quasar, Majestade!Henrique olha apático na direção de seu fiel chanceler, Philip.— Ivan não é burro! — O rei declara pousando seu olhar no mapa sobre sua mesa. — Ele certamente tem interesse no crescimento de rotas e comércio além dos nossos, o que só me deixa preocupado é se esse interesse se mantém até aí...Philip analisa o mapa junto a seu soberano, e suspira alto.— O país de Rose assinou um acordo recém firmado mês passado, só fiquei sabendo graças a um espião muito bem posicionado na corte de Michael, aquele bastardo!Henrique se volta ao homem agora bastante sério.— Sabe o que estou percebendo meu caro chanceler — ele dá uma pausa dramática —, que você está perdendo o controle de nossas fronteiras, e isso é algo que eu não vou tolerar.Antes que o braço direito do rei retrucasse, a porta de seus aposentos fora aberta de forma rápida
(...)— Maria?O nome pronunciado fez com que a dama ainda estirada no chão, se mexesse levemente.— Veja, ela se move.O sussurro quase que esperançoso de Victor, faz a mulher enfim abrir seus belos olhos âmbar.— Victor...— Estou aqui anjo, não se preocupe.A voz daquele homem parecia um bálsamo aos ouvidos acalentados da jovem nobre. Para Maria, Victor era como uma luz na sua vida escura, e não permitiria que aquele patife inglês o tirasse dela.Com a ajuda de Victor, Maria conseguiu se pôr de pé, e por fim encarar Henrique.— Você não tem poder algum aqui. Este é meu país, portanto ponha-se no seu lugar.A voz arisca e meio rouca dela, atiçou ainda mais a vontade do rei quasariano, inclusive o volume apertado em suas calças.Para Henrique, Amily foi uma mulher que a princípio, era a candidata perfeita para ser sua amante pelo tempo que desejasse, mas então ela ficou grávida e aquilo não lhe pareceu mais inconveniente no momento. Não tinha
Sabe aquela sensação de d’javu que todo mundo tem pelo menos uma ou várias vezes na vida?Maria sentia como se essa sensação fosse se concretizar, e para infelicidade dela, estava prestes a acontecer.— Lady Hampiert?Era só o que lhe restava agora.— Lady Leah! Lorde Folker!Sim, eram eles. Felizes e radiantes.Leah parecia ter descido de uma aura de anjos, de tão feliz e iluminada que estava. Mas, William estava estranho talvez.— Maria!Ela não podia negar, sentia saudades do som da voz dele. No início era o que a mantinha sã, ao menos antes de Victor.— Bem, pelo que noto vocês estão muito bem. — Ela queria demonstrar que aquilo não a incomodava mais, e de fato não incomodava. Mas, queria demonstrar de alguma forma.Leah sorri pelo esforço. — Eu recuperei meu título de princesa, e finalmente o rei aceitou nossa união. Eu diria que eu estou ótima!Maria estava feliz por ela, e aquilo era bizarro para si.— Devo chama-la de vossa alteza agora?
Parlamento real, EverglynAs vozes exaltadas em cada canto da sala daquele parlamento militar, estava deixando o rei a reprimenda por tanta ladainha sem solução.— Por certos cavalheiros, estou ciente de cada falha militar em nossas fronteiras. — Sua voz grave faz com que a maioria ali se pusesse em silêncio. — O que eu quero são soluções. Desde que a Polimenia declarou apoio a Quasar, que tentamos a todo custo organizar nossas fronteiras pra um possível ataque em massa.— Perdoe-me majestade, mas não acha prudente reaver as tropas de Krivis?Theodore se irrita. — Se tirarmos as tropas de lá, aquelas pessoas vão sofrer retaliações desnecessárias, General Brando.— Estamos falando de milhares em um país, podemos suprir algumas perdas.Thomas ri desgostoso. — São crianças e idosos que vivem naquela área, Brando. Um país é feito de milhares sendo sua maioria de condados como Krivis. Se não podemos protege-los, levanto aqui a eficácia falha deste sistema.Ivan
Último capítulo