Luna olhou para Matteo, que tinha crescido um pouco, e balançou a cabeça.
Ela mesma o tinha criado, com as próprias mãos. Sempre teve paciência e amor de sobra por ele.
Mas, mesmo assim, ele a feriu sempre com a mesma lâmina afiada.
Ela se lembrava de quando ele era bem pequeno, de quando começou a andar, de quando entrou no jardim de infância…
E, em troca, o que recebeu? Matteo repassando, sem pensar, as barras de ouro que ela lhe dava a cada aniversário.
Sempre entregando a alguém, como se não tivessem valor.
Ele nunca se cansava de julgar ela
com maldade. Mas quando se tratava de Camila, era só doçura, carinho e encantamento.
Luna o amava de verdade.
Mas sua decepção também era verdadeira.
Talvez, no mundo das crianças, tudo fosse simples.
Um pedido de desculpas bastava para consertar tudo. Mas ela já era adulta. E no mundo dos adultos pedir desculpas não resolvia nada.
Olhou para Matteo e disse, séria:
— Matteo, pedir desculpa é a forma mais inútil de resolver as coisas.
— E mais