O som da porta do banheiro batendo ecoou na cabine, deixando Elara e Kael imersos em um silêncio pesado, preenchido apenas pelo choro abafado de João. A intensidade da explosão de seu marido a havia deixado em choque, mas a dor em seu coração era ainda maior. Ela sabia que as palavras de João eram um reflexo de sua própria confusão e medo, não de um ódio genuíno. Kael, ao seu lado, permaneceu em silêncio por um longo momento, seus olhos fixos na porta fechada, processando a complexidade da emoção humana que ele havia testemunhado.
"Ele está com medo," Elara sussurrou, mais para si mesma do que para Kael. "Medo do desconhecido, medo de quem ele está se tornando. E eu o arrastei para isso." Kael finalmente se virou para ela, seus olhos profundos transmitindo uma compreensão que ia além das palavras. "A mente humana é um labirinto de contradições, Elara. A busca por segurança e familiaridade é inata, e qualquer desvio dessa rota pode gerar angústia. Mas a capacidade de adaptação também é