Zeus Galanis
Dor de cabeça, é nesse estado que deixo a sala de reuniões. Muitos problemas para resolver, entre novas parcerias a funcionários descontentes, do que adianta uma grande equipe se no fim tudo fica em minhas costas?!
Caminho pelo corredor em direção ao elevador e logo Hades se junta a mim.
— Irmão, é hoje que a noite pega fogo! — Fala Hades todo energético, como ele consegue se manter assim após aquela reunião tão chata?
— Frouxo do jeito que é? Duvido — brinco com ele para tentar descontrair e espantar essa dor de cabeça dos infernos.
— Ha ha ha grande piadista você — fala revirando os olhos e se endireitando para entrar no elevador comigo — Vou te mostrar o frouxo, bastardo e você nunca mais me chamará dessa forma — fala pegando naquilo que ele chama de pênis.
Com certeza eu peguei toda a beleza e charme para mim, se formos opostos de tudo creio que esse pênis dele não é grande coisa, ele que não me escute. Esse pensamento me faz rir.
Antes de irmos para o cassino vou no quarto onde estou hospedado e tomo um longo banho, pego um barbeador e deixo tudo em ordem. Após sair do banheiro visto uma cueca boxe preta, uma calça jeans também preta e uma blusa gola polo azul-marinho, penteio meus cabelos e finalizo com um perfume e estou pronto.
Ouço meu celular notificar e vejo que é uma mensagem do meu irmão avisando que já está me esperando no carro, no estacionamento do hotel. Pego minha carteira e a chave do quarto, ao trancar a porta grandes olhos azuis aparecem em minha mente e logo trato de afastá-los, pois hoje ninguém me segura.
— Até quem em fim a Cinderela apareceu, achei que não ia mais — fala meu irmão assim que entro no carro.
— Ao contrário de você eu gosto de estar ao gosto das mulheres — digo e faço sinal para que o motorista siga em frente.
— Sei, por mim elas que lutem, eu sou o que sou não mudarei por mulher nenhuma — diz firme me fazendo pensar se algum dia meu irmão morderá essa língua.
— Então vamos ver se pega alguém hoje! — falo o desafiando.
— É um desafio Zeus? — pergunta divertido.
— Sim e quem ganhar fica uma semana de férias! — assim que término de falar Hades abre um sorriso de orelha a orelha.
— Fechado maninho, e se prepara para tomar conta de tudo sozinho, pois eu vou te ensinar como fisgar mulher! — diz contando vitória antes do tempo.
Não me aguento e solto uma gargalhada, até parece que eu vou perder pra ele, que apesar de ser meu gêmeo o supero com toda certeza no quesito beleza.
Paramos em frente ao cassino e eu sou o primeiro a descer do carro, Hades logo está ao meu lado e adentramos o local, não me perco muito em detalhes de decoração apenas que aqui está cheio de bebidas, jogos, mulheres e tudo a nossa disposição. Vamos ao bar e pedimos duas doses de Whisky e então analisamos o local, e antes que eu possa concluir minha análise Hades me puxa pela camisa para falar em meu ouvido.
— Eu já sei por onde começar, até mais perdedor — fala e some na multidão.
Fico ali mais uns minutos analisando o local até que, passa em minha frente uma mulher com longos cabelos pretos. A observo de costas, não pode ser, ela não pode estar aqui. Sem nem pensar duas vezes deixo a bebida no balcão e vou atrás dela, coloco a mão em seu ombro e ela se vira para mim, nesse momento sinto meu coração acelerar, prendo o ar por alguns segundos, mas então noto que não é a minha Manuela. Pensar nela como minha parece tão errado, mas ao mesmo tempo tão certo.
Um misto de alivio e decepção toma conta de mim, solto seu ombro peço desculpas e volto para o bar.
Desde quando uma mulher mexe tanto comigo apenas com uma simples troca de olhares, não entendo como aquela jovem pode atormentar meus pensamentos a todo momento depois do que eu passei jurei não me interessar emocionalmente por nenhuma mulher, mas chego à conclusão que ninguém mexeu comigo como a jovem Manuela sem ao menos me tocar, beijar ou ...
Pensar nela de forma intima me faz ficar apertado nas calças e me sinto um adolescente em plena puberdade, e com esses pensamentos viajo para uma conversa com minha mãe.
Flash Back on
— Não se machuque tanto meu filho amado, eu nunca gostei daquela vadia mesmo — minha mãe fala terna alisando meus cabelos — Você não merece tamanho sofrimento meu bem, depois de tudo que você e seus irmãos passaram não é justo que sofram mais nessa vida, vocês merecem toda a felicidade do mundo.
Sinto lágrimas caírem em meu rosto e olho para cima e vejo minha mãe chorando e me sinto ainda pior por estar lhe causando sofrimento.
— Mãe ela... meu filho — não consigo terminar pois um bolo se forma na minha garganta e seguro a vontade de chorar.
— Eu sei raiozinho — faço careta para aquele apelido horroroso, piegas e broxante — Eu nunca gostei daquela vadia mesmo mas jamais imaginei que ela seria capaz de algo tão baixo e cruel é como sofrer duas vezes pela mesma perda — ela diz triste — Mas eu sei que a mulher merecedora do seu coração e do seu amor existe, aquela que vai bagunçar seus pensamentos e te mostrar o real significado da palavra amor, pois você não amava aquela mocreia, a senhora Zeus Galanis está por aí e quando a encontrar não fuja assustado, não a deixe escapar— ela finaliza
Flash back off
Não pode ser!
Ela é só uma jovem funcionária que me despertou um louco desejo e só preciso saciá-lo, amor é para os fracos e sinto dizer mãe, mas senhora estava errada, eu não amo, eu fodo, em todos os sentidos da palavra.
Perdi a conta de quantas doses de Whisky eu bebi, paro quando sinto uma tontura e uma leve falta de ar.
Preciso sair daqui — penso
Caminho cambaleando em direção a saída, mas sou interceptado por uma moça.
— Precisa de ajuda bonitão — ela pergunta solicita passando a mão em meu peitoral.
Tento me curvar antes que o pior aconteça, mas é tarde e vomito em cima da moça que tentava da em cima de mim, e caralho que vexame, sinto muito náusea.
— Seu filho da puta, olha o que você fez — grita, já não basta o som alto ela tinha que gritar perto do meu ouvido.
— Não fala da minha mã.. — Não consigo terminar de defender minha amada mãe e já estou vomitando em cima da moça novamente, ela até reclama, mas não ouço mais, caminho para a saída e dessa vez sem ser interrompido.
Ao chegar na calçada me escoro no poste e passo muito mal, sinto tudo girar, e mais jatos de vômito saem da minha boa me deixando fraco.
Sinto meu celular vibrar e o pego, com muita dificuldade identifico quem é, atendendo logo que reconheço o meu irmão caçula.
— Fala irmão, eu já estou quase no cassino — Poseidon fala assim que atendo.
— Me ajuda, estou muito mal — suando frio eu o corto, mas não consigo terminar de falar pois tudo ao meu redor se apaga.