Estava fazendo algumas anotações distraidamente quando meu celular apitou.
"Babyboo, já estou chegando para te buscar." – Noah diz e me assusto com o horário, estava tão imersa no trabalho que nem percebi a hora.Arrumei minhas coisas e desci para esperá-lo, não demorou muito Noah chegou e abriu a porta para mim com um sorriso.— Que sorriso é esse? – Pergunto a ele curiosa.— Não é nada, vamos babyboo? – Durante o trajeto para minha casa fomos conversando sobre nossos dias de trabalho e conto a ele que não poderei sair, pois tenho até amanhã para descobrir algo inédito sobre o incidente na casa de Fabrício de Lucca.— Por que a sua chefe não faz a pesquisa? Afinal ela tem muito mais contatos que você.— Até parece que você não conhece Luiza, e conhece bem já que vocês saíram algumas vezes mesmo ela dizendo que ama o noivo. – Ele sorriu da minha careta.— Acho que posso dar um jeito nisso, você só precisa se arrumar e deixar o resto comigo. – Ele diz com seu leve sotaque alemão.Noah me deixa em casa e ao entrar vejo minha mãe sentada assistindo novela das seis, dou um beijo em seu rosto e vou para o meu quarto, chegando lá faço mais algumas pesquisas sobre o caso do escritor e não encontro nada de novo, se pelo menos conhecesse alguma fonte que pudesse revelar alguma coisa, cogitei dar uma volta onde ele mora, mas como é um condomínio luxuoso, duvido que as pessoas falaram algo. Guardei tudo e fiquei olhando para o teto, as vezes me pergunto como minha amizade com Noah perdura por tanto tempo. Sou transportadora para alguns anos atrás quando a família de meu amigo chegou aqui.* Flashback On*Meu pai acabará de falecer a alguns meses e minha mãe e eu estávamos em luto, mas as contas começaram a chegar e o dono do imóvel onde morávamos pediu para que nos retirassemos, pois não havíamos pago o aluguel. Minha mãe é cozinheira, mas tinha abdicado de trabalhar para ficar comigo, meu pai era quem trabalhava para prover o sustento.— Filha, sei que você só tem sete anos, mas já consegue entender o que estamos passando aqui, seu pai foi arrancado de nós e agora somos apenas você e eu, precisamos nos manter e você vai precisar me ajudar. – Não entendi muito bem o que minha mãe estava dizendo só sabia que ela precisava de mim. — Uma amiga conseguiu um trabalho para mim na casa de uma familia que estão se mudando para o Brasil, eles tem um filho da sua idade e preciso que você o ajude a se adaptar, também preciso que se comporte já que vamos morar em sua casa. – Apenas balançava a cabeça afirmando.Entregamos a casa em que morávamos e guardamos as nossas coisas na casa da minha vó, o plano do meu pai sempre foi reformar a casa para morarmos, mas como o dinheiro estava sempre curto o sonho foi adiado, a casa estava mofada e caindo aos pedaços, mas não tínhamos outro lugar para guardar as coisas, minha mãe prometeu que quando começasse a ganhar dinheiro iria reformar a casa.Chegamos a mansão e fiquei encantada logo de cara, o lugar era muito grande, minha mãe chamou um dos seguranças e explicou quem era e logo o portão foi aberto para nós. Quando entramos na casa principal me senti em um castelo, minha mãe me alertou para não mexer em nada e ficar ao seu lado e foi o que fiz.Uma mulher que falava português bem enrolado nos chamou para sentar e conversou com a minha mãe explicando sobre o trabalho a dieta do marido e tals, eu como era muito pequena estava achando a conversa muito chata e queria mesmo era poder explorar o casarão. A mulher se voltou para mim e sorriu perguntando meu nome, logo em seguida ela chamou os seus filhos e os apresentou, Aaron estava com dez anos e era lindo, nem preciso dizer que me apaixonei por ele (rs), desceu um menino que regulava ter a minha idade, ele também era bonito mais a sua cara fechada e entediada não o deixava bonito, dona Sophie nós apresentou e Noah fez uma cara de tanto faz.No outro dia fomos para a casa deles, minha mãe tinha um quarto amplo e muito bonito dona Sophie insistiu para que eu tivesse meu próprio quarto mais minha mãe negou dizendo que ficaríamos juntas. A princípio me dava muito bem com Aaron ele me fazia perguntas engraçadas e eu o auxiliava, já Noah sempre que podia se isolava e fingia que eu não era ninguém, mas tudo mudou no dia em que ele me deu um tapa, fiquei com tanta raiva que fui pra cima dele e o bati até Aaron chegar e me tirar de cima do irmão. Quando chegamos a cozinha minha mãe ralhou comigo dizendo que eu era uma mocinha e não deveria brigar que agora ela seria demitida por isso e nessa hora fiquei com medo, mas para nossa surpresa dona Sophie ficou ao meu lado ela viu toda a cena de longe e disse que o filho precisava aprender uma lição, minha mãe ficou aliviada e depois desse dia não nos desgrudamos mais. * Flashback Off*— Você ainda não está pronta? – Noah pergunta me assustando, perguntei a ele quanto tempo estava aqui. — Estou aqui a tempo suficiente para ver a sua cara de pamonha, anda logo ele diz e foi até o meu guarda-roupa e escolheu uma roupa e jogou na cama estava distraída e nem percebi que ele havia aberto a minha gaveta de calcinha.— Babyboo, você precisa de calcinhas melhores, essas calcinhas da vovó corta o tesão de qualquer um. – Me levantei correndo e tentei pegar uma calcinha que estava em sua mão, mas o idiota a levantava no alto rindo, para piorar a cena minha mãe apareceu e fiquei ainda mais constrangida.— Tá vendo o que você fez idiota, agora minha mãe vai pensar besteiras.— Dona Mira sabe que somos melhores amigos.— Só somos amigos porque acabei com você quando éramos crianças.— Naquele dia você virou um demônio 2.0, ai pensei, se não posso com a inimiga me juntarei a ela.Ele ria e nesse momento consegui tirar a minha calcinha de sua mão, sai do quarto e fui para o banheiro tomar banho e me vestir, assim que voltei para o quarto meu amigo assobiou e joguei minha toalha nele. Descemos e minha mãe nos interceptou perguntando onde iríamos.— Aaron voltou da viagem de férias com a família e vou levar Avah para o jantar de boas vindas. –Minha mãe olhou para nós por algum tempo e depois assentiu.— Vê se não bebe hoje, por que tem bebido demais, uma hora dessas vai acabar dando ruim pra você.— Pode deixar mãe. – Nos despedimos dela e entramos no carro.