Mal cheguei em casa, me deparei com meus pais me esperando na sala, os olhos fixos em minha direção. O silêncio pesava no ar como uma nuvem de tempestade prestes a desabar.
Não tive sequer a chance de abrir a boca quando a tormenta começou. A voz de meu pai cortou o ar primeiro, carregada de decepção:
— Ricardo já me cntou tudo o que houve hoje. Você me decepcionou bastante.
Erguendo as mãos em sinal de indignação, ele continuou:
— Estamos falando do oceano! Uma força devastadora que poderia ter arrancado sua vida num piscar de olhos, e mesmo assim você permitiu que Ricardo socorresse outra pessoa antes!
Minha mãe, que até então mordia os lábios em contenção, não se conteve mais e adicionou lenha à fogueira.
— Age por impulso, sem refletir! — Exclamou ela, a voz trêmula de frustração. — Como podemos confiar a empresa a alguém tão impetuosa? É pura imaturidade!
Então era isso? Não confiavam em mim? Por isso haviam entregado a empresa ao Ricardo, cortado minha mesada... Tudo para me forç