Se a chapeuzinho fosse caçar lobos, e os devorasse como uma fera temível, que fim teria essa história? Alam é um alfa solitário, teve a sua família devorada pelo famoso demônio da capa vermelha, e agora é o seu principal alvo. Fugindo de algo que ele foi ensinado a temer, e que o lobo dentro de si anseia por matar, ele se vê em uma onda de acontecimentos que o levarão para um abismo, do qual ele não poderia sair vivo. Será? Como fugir de um destino cruel?
Leer másPela estrada afora eu vou tão sozinha levar esses doces para a vovozinha, ela mora longe e o caminho é deserto e o lobo mal passeia ai por perto.
Era um dia de festa, todos estavam sentados em volta da pequena fogueira que simbolizava a chama em seus corações. Os dez homens da alcatéia destemidos e fortes, prontos para enfrentar qualquer batalha. Juntos eles começavam a construir o que sempre procuravam em outros lugares, um lar, uma alcatéia forte. A chama dançava em sua frente enquanto suas companheiras dançavam por trás liberando seus deliciosos cheiros que eram irresistíveis para eles. Pobres almas.
A noite se estendeu tendo por companhia apenas as estrelas notaram que a lua não ousou em aparecer hoje, um mal presságio. As horas pareciam ter regressado deixando tudo tenebroso, a ponto de fazer os valentes homens tremerem de medo e angústia. O vento apagou o fogo e uma chuva fraca começou a apagar a fuligem impedindo que o fogo retornasse, já de pé eles recuaram dando passos cautelosos até suas casas.
- Alfa, o que esta havendo? - perguntou o Tal pela primeira vez tremendo de medo.
- O demônio nos alcançou. Fuja! - gritou ele mas já era tarde de mais.
A capa vermelha se aproximava a espreita deslisando pelas árvores molhadas, a quem diga que dentro da capa vivem as almas sugadas por ela. A natureza reconhecia seu poder e chorava enquanto ela agia. Era sempre nas noites sem lua e chuvosas, sempre na escuridão, na surdina. Passos rápidos e delicados que dificilmente tocam o chão, embora muitos afirmem que a capa voe pelo topo das árvores.
Sibilando como o vento ela anda ao redor das casas, sente o sabor de seu medo na ponta da língua e o degusta. Ela gosta de assustar suas presas ao máximo, ela gosta de faze-las tremerem desesperadas, quanto mais medo elas tiverem melhor será o seu banquete.
O Tal abraçava sua companheira com força temendo que o pior acontecesse com ela, ele a amava com todo o seu ser e prometeu a ela que a protegeria de tudo, ele só não contava com o demônio da capa vermelha ansiando pelo sabor do seu desespero. Fazia anos que não se ouvia falar mais em um ataque assim, sorrateiro. O último fora em Nova York a cinco anos atrás, o massacre foi de tamanha extensão que nem Dzetas sobraram para contar história.
- Para trás! Não ouse se aproximar de mim! - bradou ele com a voz carregada de dor e medo.
- Vai ser rápido se você quiser, ou pode ser devagar e doloroso. - a voz era uma mistura de timbres diferentes. As almas, pensou ele. Essas eram as vozes das almas que ela ja ceifou.
Carregado de ódio ele correu em sua direção e não tinha como errar o seu alvo ele era muito bom no que fazia, mas ele errou. A capa se movimentou tão rápido para o lado oposto ao seu ataque que ele acabou semdo jogado mo chão pela força do seu próprio impulso. Tremeu, sabia que agora tinha deixado sua companheira sem proteção e foi questão de segundos até ouvi o inconfundível estalo de ossos se quebrando. O corpo caiu no chão em um som mudo e afado levando com ele toda a coragem e ousadia do jobem Tal.
- Devagar e doloroso então. - ele preferiu morrer como um covarde, implorou pela morte mas ela não veio.
Osso por osso foi quebrado de seu corpo e a medida que se curava rápido ela o quebrava novamente, ele pediu que tivesse misericórdia mas ela não teve. O sangue dele escorria pelo chão dos cortes profundos que ela abria lentamente, e o sabor do desespero dele enchia seu apetite. Cada um deve viver com suas escolhas e ele fez a que o daria uma chance, uma única chance de ter algum tempo há mais de vida mesmo não sendo a melhor vida.
- O que é você? Porque faz isso? - a voz estava tão distante que se não tivesse uma boa audição nunca teria ouvido as indagações dele.
- Sou seu pior pesadelo. - foi a única pergunta que ela respondeu e pela primeira vez ela deixou a sua vítima agonizar e morrer enquanto observava com empolgação.
As árvores se fechavam a minha volta como uma gaíola gigante e macabra... bip bip bip... o céu coberto de estrelas girava e girava sem parar, um carrossel infinito de perolas arroxeadas... bip bip bip... eu tremia, meu corpo não conseguia se mover, não tinha força. Quanto mais eu tentava mais forte eu tremia contra a relva rasteira... bip bip bip... e tudo voltava. Um loop infinito de imagens até que um rosto se formou no meio delas. Lábios rosados quase em um tom de vermelho cereja, cabelos negros pendiam como cortinas emoldurando o seu belo rosto. Tinha algo errado, algo terrivelmente errado. Ele estava atrás, se aproximando, chegando perto dela... bip bip bip bip bip... ele a cobriu! Bip bip bip bip bip bip bip.A claridade me cegou momentaneamente, remunguei algumas coisas antes de finalmente conseguir olhar para o local onde estava. Um hospital. A porta fechada abafava o barulho de conversas e coisas sen
Sair dali foi um alívio para meu corpo, após deixar a rua senti como se tivesse sido surrado por diversas pessoas. Meu corpo estava dolorido, cansado, exausto. Eu nem sabia se tinha alguma parte em mim que não doía, até os pés reclamaram em contato com o chão. Em vez de seguir para casa fui direto para a floresta do outro lado, talvez uma transformação ajudasse nisso, talvez só piorasse, mas eu tinha que tentar, precisava tentar. Ergui o olhar para a lua e comecei a tirar as minhas roupas, camada por camada, demorando tortuosamente no processo. Isso não podia ser normal.Me curvei sobre a terra sentindo o lobo rasgar minha pele para sair, centímetro após centímetro de pele se se agarrando do meu corpo que agora ganhava outra forma, uma pelagem dourada que brilhava ao toque da luz pálida da lua. Meu corpo cambaleou uma, duas vezes... bati contra uma árvore. O que que
— Como sabe meu nome? – perguntei um tanto incrédulo, assustado, sem saber se era o certo perguntar.O vento do lado de fora fez um barulho de assobio em meu ouvido sensível, os sentidos gritando a cada segundo que eu passava ali, sem resposta.— A secretaria da escola ligou, ela avisou que você viria. – soltei a respiração que eu nem sabia estar prendendo e me forcei a dar um sorriso. – Entre querido, eu fiz chá.Ela deu as costas e entrou me deixando a opção de segui -la ou não, ao menos eu pensei que tinha deixado. Tentei dar um passo para trás mas algo me impediu, como uma força maior me empurrando para dentro da residência. Seja o que for ela, eu não iria escapar tão facilmente. Paralisado ali, pude observar dentro da casa. Tinha um sofá que teve dias melhores, estava fundo no meio, tinha uma manta vermelha sobre ele que não deixava ver a real cor. Duas poltronas marrons antigas, um centro de madeira no meio e vári
Ao final daquele dia tortuoso eu estava morto. E isso se quer se dava ao fato de ter feito boa parte do trabalho sozinho, as ideias e planos maquinando em minha cabeça me deixaram psicologicamente exausto. Tivemos uma pausa para o almoço e uma para o lanche, mas meu corpo esyava inquieto demais para poder se quer relaxar. Marbos recebeu folga, o que tinha duplicado a carga de afazeres, e aparentemente os carros escolheram exatamente esse dia para quebrar. O senhor Jhonson estava muito satisfeito, além de não pagar ao Marbos, nós dois estávamos devendo a ele por ter nos salvo da polícia, e segundo ele, isso era o mínimo que podíamos fazer para retribuir.Queria dizer que ter resistência sobrenatural deixava tudo mais fácil, grande mentira. Mas me ajudou muito hoje. Ser um lobo solitário era péssimo, ser um lobo alfa solitário era como ter sido abandonado por quem mais se ama, era uma dor terrível e latente. Eu tinha sorte, não ter enlouquecido ainda, já outr
As viaturas estavam posicionadas da forma que impedisse demais veículos de passarem por ali, como se fomos um bando de assaltantes ou algo do tipo. Não sabia quem tinha ligado, mas as lanternas e o barulho da janela sendo quebrada foi motivo suficiente para qualquer vizinho chama-los. Não os culpava por isso, teria feito a mesma coisa. Várias pessoas tinham saído de sua casa em plena madrugada para ver quem eram os arruaceiros que tinham invadido a casa da doce velhinha. Não sei se foi decepção ou surpresa o que vi nos olhares das mulheres agarradas aos seus robes que saiam na porta de casa e logo depois retornavam.— Eu já disse que não roubei nada... ei, não coloca a mão no meu saco! – Bille estava passando nesse exato momento pela revista, revoltado por estar sendo tocado ele esbravejava. O policial olhou para ele desconfiado. — Eu só tenho um não me olhe como se eu fosse uma aberração.Não sei como ele não recebeu um soco do policial, pr
Era noite de lua nova, as estrelas estavam pintando o céu negro com pequenas bolas brancas, lilás e avermelhadas. Ele estava ali, sentado em um galho grosso de uma árvore centenária, a árvore. A espera dos sacrifícios. Toda a noite de lua nova era sagrada para algumas bruxas, principalmente para aquela em especial, a que oferecia sangue doce, com flores. A madrugada se estendia e ela não aparecia. A capa ondulada com a brisa gélida, a floresta estava tão quieta diante da sua presença que era impossível não ouvir caso alguém se aproximasse. Mas naquela noite ela não veio. Deixou que a noite passasse, o dia raiasse e novamente a madrugadavoltasse, nada dela. Irritado, o demônio da capa vermelha atravessou a floresta, para quem visse aquela cena, da pequena criatura
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