Vanessa de Paula
Quando a porta se abre sou golpeada fortemente, uma enchurrada de sentimentos me engole sem que eu tenha qualquer chance de correr, me seguro na porta para não cair.
__ desculpe minha fia mas quem é ocê?
Olho a senhora de idade a minha frente, baixinha, com seus cabelos brancos o mesmo lenço que me recordo no seu cabelo, veste uma camisa verde simples, a pele judiada pelo sol e pela vida sofrida, a vida no interior nunca foi fácil e minha tia sempre batalhou tanto para nunca faltar o pão isso eu admito.
Ela me olha com curiosidade imensa seus olhinhos enrugados,
__ sou eu tia, a Vanessa, pingo de vela!
Algumas vezes ela me chamava de pingo de vela por eu ser de baixa estatura.
__ pingo de vela é ocê? Vanessa minha fia ocê voltou para vê sua velha tia? Eu sempre me perguntei o que tinha acontecido com ocê, por onde andava...
__ eu voltei tia Lurdes, posso entrar?
__ mais que pergunta! Claro que pode! Se achegue!
Meus pés parecem pesar uma tolenada e aos poucos vou cami