VICTORIA:

Eu olhava o casal traidor avançar como se a recepção pertencesse a eles. Nesse momento, meu tio me fez um sinal com a mão e puxei Ricardo em direção à mesa dele. Ao chegar, fomos apresentados a todos os grandes magnatas que não paravam de nos olhar e nos felicitar. Mas ao meu ouvido continuavam a chegar os murmúrios das esposas dos convidados falando mal de mim.  

Peguei Ricardo pela mão e puxei-o. Queria me afastar de tudo o que estava se gestando. As luzes eram intensas demais, e a mistura de cheiros me parecia sufocante. Ricardo não opôs resistência, embora o sentisse tenso; sabia que ele estava se contendo. Tomei de um gole uma taça de champanhe que havia pegado ao passar perto de um garçom.  

—Não faça isso —me advertiu Ricardo, tirando-me a segunda—. Pode fazer mal a...  

Soltei sua mão e me