Capítulo 56
Caio Fonseca
Ainda parecia mentira.
Eu estava com eles nos braços. Dois pequenos milagres, embalados pelo som calmo da respiração e dos batimentos acelerados do meu coração.
Ravi e Lua, nosso sol, e nossa lua, nossa nova direção na vida.
Os nomes sussurram como poesia dentro de mim. Eram meus filhos. Nossos filhos. Meus, do Willian, da Milena. Um relacionamento que o mundo inteiro achou que não daria certo, que quem vê, vira a cara, abomina, mas que agora carregava nos olhos o reflexo da vida que geramos juntos.
Eles dormiam, inocentes e quentes, com o rostinho sereno e as mãozinhas fechadas como se segurassem o universo.
E talvez segurassem mesmo.
Porque desde que eles nasceram, meu mundo mudou. Tudo mudou. Aqui está o meu sonho realizado, tudo pelo que lutei, eu fugi do inferno, para poder viver isso.
E agora eu sentia um medo que nunca tinha sentido antes. Não aquele medo de perder bens, impérios ou respeito, nem mesmo minha vida era mais importante agora. Era o medo de