Enrico Narrando
Cheguei na frente da minha casa e encontrei Ariela já esperando por mim. A primeira coisa que fiz foi perguntar quem tinha permitido sua entrada. O porteiro, ao que parece, estava liberando pessoas sem a minha autorização, e isso não vai ficar assim. Vou chamar a atenção dele, ou melhor, resolver essa questão de uma vez por todas.
Ariela me olhou assustada por um instante, mas logo se recompôs.
— Posso entrar? — perguntou com uma expressão indecifrável.
— Não. Não gosto de receber mulheres na minha casa. A única mulher que tem direito de entrar e sair, de fazer o que quiser, é a minha namorada.
Ela suspirou e tentou suavizar o tom:
— Enrico, por favor, eu vim em paz. Só quero conversar, eu juro. Não vamos passar da sala.
Respirei fundo. Eu queria acabar com isso rápido.
— Certo. Mas seja breve.
Abri a porta, e entramos. Caminhei até o sofá e me sentei, apontando para o sofá da frente, bem de frente para a câmera que tenho no lustre. Quero cada palavra registrada.
— F